terça-feira, 14 de agosto de 2007

"A Descoberta da Cidade" Crítica de Urbano Tavares Rodrigues


É um livro encantador, com a magia da escrita de Cristóvão de Aguiar, impregnado da leitura da Bíblia e da fala camponesa dos Açores. Textos como «A Girafa» e «A Leitura da Bíblia» nunca mais se esquecem, devido à sensibilidade e à carga afectiva que o autor nelas derrama. Mas, como se trata de excertos do romance Ciclone de Setembro e da trilogia Raiz Comovida, todos eles obviamente de Cristóvão de Aguiar, nem sempre têm o efeito de surpresa que caracteriza e valoriza os verdadeiros contos. Tal não obsta, de qualquer modo, a que cumpram a sua missão de divertir os leitores e enriquecê-los com uma representação do mundo realista e original. A infância açoriana de Cristóvão de Aguiar, hoje professor na Universidade de Coimbra, está todo lá e é-nos comunicado com ironia e doçura e também com as revoltas dos jovens de então contra os constrangimentos e a violência da ditadura e do clero conservador que o apoiava.
Urbano Tavares Rodrigues

2 comentários:

Lapa disse...

Esta crítica não está publicada no Livro de Homenagem a Cristóvão de Aguiar.
O livro "A Descoberta da Cidade" está esgotado. Só se pode encontrar em algumas bibliotecas e é pena.

Anónimo disse...

http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol&task=view&id=28016

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006