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domingo, 14 de abril de 2013

Coimbra, 14 de Abril de 1976 
Estreia da peça A Arraia Miúda, no Teatro de Gil Vicente. Casa cheia. E muitos convidados de honra, entre os quais o próprio autor da peça, Jaime Gralheiro. Paulo Quintela lá estava, na primeira fila do balcão, seu lugar predilecto, porque dali vê o palco de cima, o que lhe dá outra perspectiva crítica da encenação, com os aleijões sobres-saindo-se mais. Muitas vezes lhe ouvi que, antes de entrar em cena, obrigava os seus pupilos do TEUC a tomar um bom cálice de vinho do Porto, que tem o condão de excitar e acalmar ao mesmo tempo, isto é, desinibe os tímidos e aquieta os exaltados. Segui-lhe o exemplo e não estou nada arrependido. Levei comigo um frasco cheio do bom e genuíno vinho fino, metade do qual bebi antes de entrar no palco e a outra metade no intervalo da mudança de acto. Quando entrei, logo após as três pancadas de Molière, parecia que caminhava num sobrado de algodão em rama, leve como uma penugem, e as palavras depois iam-me fluindo tão naturalmente, que até ia ficando nervoso de não ter ficado nervoso. A folhas tantas, estilhaçando o silêncio que caíra sobre o teatro, uma voz de criança: "Mamã, mamã, aquele ali é o papá." Era a voz do meu filho Artur, que se não conteve quando me reconheceu no meu traje impecável de Bispo de Lisboa, com mitra, bastão e saial branco com alamares e outros adornos dourados. Fomos muito aplaudidos. Depois do espectáculo, Joaquim Namorado vira-se para minha Mulher e pergunta-lhe: "Não te sentes em pecado mortal por dormires com um bispo?." Estou contente comigo. Meu Pai afinal não tinha razão, mas o pior é que o medo ficou fazendo parte de mim, nunca mais poderei expulsá-lo para sempre de minha casa.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

SPORTING: OS CINCO VIOLINOS, IN CICLONE DE SETEMBRO de CRISTÓVÃO DE AGUIAR, página 102. 1985. Editorial Caminho.

[…] “És do Sporting ou do Benfica?
                Fiquei meio embatucado, mas, ao verificar que ele esperava com sofreguidão a minha resposta, tornei-me adepto dos leões mais para lhe agradar que por convicção. Mais radiante não poderia ter ficado. A minha adesão, que com o tempo se tornou em lagartite aguda, vinha acrescentar  a família leonina da pensão, já de si a mais numerosa e aguerrida, mas sem fanatismos…
                Assim investido do meu novo estatuto de sportinguista, escutei a segunda parte do relato do Freitas com outro propósito e outra fé. Nunca os cinco violinos tocaram tão maravilhosamente a partitura da sinfonia que se desenvolvia na dianteira como naquela tarde de domingo, decerto em homenagem ao novel apoiante… Até o Azevedo, o melhor Keeper português de todos os tempos, no dizer acalorado do Estanislau, defendeu um penalty, indecentemente marcado pelo liner  e confirmado pelo árbitro do desafio. Garantiu depois o Estanislau que o Rogério havia chutado a bola para o lado contrário do guarda-redes. Ao aperceber-se do facto, em pleno voo, o Azevedo virou-se no ar e ainda conseguiu agarrar o esférico quase a entrar, a meia altura, rente ao poste esquerdo da baliza.
O último golo do Sporting – um golão, como exemplificou o Estanislau, no quarto, por entre as camas—surgiu pouco antes do apito final: A bola vem por alto, é cabeceada em direcção a Albano, finta dois adversários, dá um toque para Vasques, Vasques avança, tenta desmarcar-se, passa a Jesus Correia, lateraliza para Travassos, tenta rematar, a bola embate num back benfiquista, ressalta, vem parar a Peyroteo, há perigo, Peyroteo avança, entra na grande área, vai rematar, remata fortíssimo e… go… gooooolo do Spor…ting, golo sem defesa de Peyroteo; Sporting três, Benfica um; bola no centro do terreno, Espírito Santo reinicia a partida, atrasa para Francisco Ferreira… e neste momento dá o árbitro por findo o desafio entre os dois maiores do futebol português…” […]

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cristóvão e Francisco de Aguiar em Francês "Catarse"

 L’incipit de Catarse

L’ordinateur est déjà installé dans mon nouvel appartement. L’adresse électronique ne change pas. Le technicien à peine parti, j’ai entrepris tout de suite de voir mon courrier. Il y en avait. Comme l’on pouvait prévoir, le  premier message que j’ouvris était de toi… J’aime habiter dans mon nouvel appartement. À vrai dire j’ai tout en ordre, il me faut juste installer la chaîne stéréo. Je me sens fatigué, mais de bonne humeur. Je vais maintenant à la fête des finalistes de mon Lycée.

La lettre que je viens de lire m’a été agréable, car tu t’adaptes bien à ton nouveau petit coin, the corner of your own1. En même temps, cette lettre m’a donné l’occasion de me rappeler une foule de souvenirs, à moitié oubliés, mais latents, liés aux maisons et aux déménagements respectifs et à leurs complications […]. Ton changement de maison et de ville a dû être la meilleure et la plus sage décision que tu aies prise ces dernières années. Il devenait insupportable et déprimant d’habiter, durant quatre décennies environ, dans la même petite ville où tu as tant souffert, physiquement et psychologiquement ! […] La maison est notre miroir, ou, comme le dit un proverbe anglais : An Englishman’s home is his castle2 … Et ta nouvelle maison, située loin des souvenirs massacrants, non souillée par des amertumes ou des esprits, deviendra ton refuge… N’accroche pas aux murs les portraits des fantômes qui te tourmentent. Range tes affaires lentement, cette tâche est un calmant, mets tes livres à portée de la main et de l’esprit. Ils te tiendront une agréable compagnie, silencieusement (mieux encore), qui sait s’ils ne t’offriront pas une intimité affectueuse, précisément parce qu’ils sont naturellement aveugles, sourds et muets. Dans un resserrement plus aigu de solitude, tu sais qu’ils sont là à ta disposition et tu pourras, à tout moment, leur poser les questions les plus absurdes, ils ne se fâcheront pas ni ne bouderont si tes visites sont espacées.  Ils n’arrosent pas la fleur de la jalousie et écoutent encore moins les mauvaises langues. Grâce à leur nature et à leur rôle, ils sont tolérants et ne se plaignent jamais. Si quelque souvenir des plus vifs vient subitement frapper à ta porte, mets-le dehors et sors : marche, va à la piscine, évoque un souvenir agréable et demande-lui d’expulser le mauvais… Je suis sûr que ce changement de maison et de ville sera le commencement d’une nouvelle phase dans ta vie. Savoure-la en toute plénitude. Lorsque tu ouvriras la porte, n’oublie pas de nettoyer tes pieds, pour qu’aucune poussière obstinée de ta mémoire perturbée ne puisse y entrer. Difficile? Sans aucun doute! Mais l’impossible n’est pas, ni n’a jamais été, domicilié dans le royaume de la volonté. Tu dois te souvenir que tu m’as téléphoné la veille de ton déménagement. Tu t’en souviens sans doute.  Touchée par l’ombre ta voix ne m’a pas trompée. Cela m’a perturbé : j’ai pressenti une rechute de dernière heure… Je me suis contenu juste à temps, je ne pouvais pas te le révéler dans l’intonation de ma voix, qu’une inquiétude soudaine m’avait envahie […]. Chaque fois qu’ils déménageaient, certains membres de notre famille la plus proche étaient enclins à souffrir de graves troubles psychologiques. Tu te souviens de Maria Manuela, surnommée Mané, la fille de tante Maria da Ascensão ? Avant de partir en Amérique, elle a déménagé sept fois! Pour paraphraser le poète Manuel Alegre, on dirait qu’elle était à la recherche de la maison qui n’existe pas

J’ai eu de la chance de ne pas être entré dans un tel tourment héréditaire : seul le fantôme de la villa de l’Alto da Granja m’a poursuivi pendant quelque temps, surtout dans mes rêves et dans mes cauchemars. Au final, avec une demi-douzaine de sorties en haut, tôt le matin, pour faire du jogging, j’ai affronté le spectre qui me rongeait les viscères les plus nobles et, peu à peu, le spectre de la mémoire affective s’est éteint. Je fus exorcisé de l’apparition impertinente.

Avant cela, et alors que j’étais encore étudiant, j’ai changé de chambre et de rue au moins trois fois et cela ne m’a pas surpris. Ma maison sur l’île, qui donnait sur la mer et qui se trouvait en face d’une autre sœur jumelle, me servit d’ « ersatz », ou si tu préfères, de placébo. »

 (Cristóvão de Aguiar e Francisco de Aguiar, Catharsis. Dialogue épistolaire en forme de roman, Lápis de Memórias, avril 2011, pp.11-12-13-14).

Fonte:



Em colaboração com os Colóquios da Lusofonia EM 2012 os estudantes de Mestrado, coordenados pela incansável Rosário Girão (Universidade do Minho, Departamento de Estudos Românicos no seu Mestrado de Tradução e Comunicação Multilingue) estão a trabalhar traduções em Francês de vários excertos de autores açorianos contemporâneos (ou o princípio ou o fim de cada obra selecionada) pelo que aqui publicaremos essas traduções depois de enviadas para os autores apreciarem. Chrys Chrystello AICL
Étudiante : Virginia Henry Martins
28.3.12

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Insígnias Autonómicas de Reconhecimento para Cristóvão de Aguiar, dia 28 de Maio de 2012

A cerimónia oficial do Dia dos Açores, que decorre na próxima segunda-feira, dia 28 , Segunda-Feira do Espírito Santo, terá lugar, este ano, na Vila da Povoação, ilha de S. Miguel.

Nestas cerimónias, organizadas conjuntamente pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e pelo Governo Regional, com o apoio da Câmara Municipal da Povoação, serão agraciadas com insígnias regionais de mérito diversas personalidades e instituições da Região, em cerimónia que contará com as intervenções dos presidentes do parlamento açoriano e do Governo Regional.

O Dia dos Açores, que se destina a comemorar a açorianidade e a Autonomia, foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980 (Decreto Regional nº 13/80/A, de 21 de Agosto).

Serão homenageadas várias personalidades a título póstumo, e também figuras como Renato Moura, das Flores, o realizador da RTP Açores, Zeca Medeiros, ou o escritor Cristóvão de Aguiar, Ricardo Serrão Santos, que dirigiu o Departamento de Oceanografia e Pescas, na Horta, por mais de 14 anos, Luíz António de Assis Brasil (Porto Alegre), empresários como José da Costa Franco (estabelecimento comercial Riviera, em Ponta Delgada) e instituições como a Kairós ou a Federação de Bombeiros dos Açores.

(Fonte: Assembleia Legislativa Regional dos Açores)


Insígnia Autonómica de Reconhecimento
Destina-se a distinguir os actos ou conduta de excepcional relevância de cidadãos portugueses ou estrangeiros que:
É constituída por três peças (pescoço, peito e roseta).

quarta-feira, 23 de maio de 2012

INCRÍVEL AINDA IMPUNEMENTE ABERTO AO PÚBLICO: DESPACHO de 22-07-2011 / URBANISMO DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA

1- Análise
1.1. Relativamente ao solicitado em 8-07-2011, pela chefe da DLDF, Engª Lilibeh Salinas, foi efectuada deslocação ao local a 18-07-2011, informando-se:
1.1.1. Até esta data, não foi dado cumprimento ao teor do despacho datado de 26-07-2010, conforme se pode verificar nas fotos abaixo.


2. PROPOSTA
2.1 Por não se verificar cumprida a ordem de demolição determinada por despacho de 26-07-2010 propoe-se que se determine:
2.1.1.A DEMOLIÇÃO COERCIVA DA OBRA por conta dos munícipes, nos termos do estipulado no n.º4 do artigo 106.º do DL n.º 555/99 com a redacção dada pelo DL n.º26/2010 de 03/03 e alteração dada pela Lei n.º 28/2010 de 02/09 (RJUE)
2.1.2. A POSSE ADMINISTRATIVA DO IMÓVEL, como determina o n.º1 do artigo 107.º do RJUE.
2.1.3 Remeter cópias do processo ao GJC para iniciar procedimento de CRIME DE DESOBEDIENCIA, nos termos do art.º 348.º do Código Penal, de acordo com o n.º1 do art.º 100.º do RJUE.
 2.2 Mais se propõe:
2.2.1 A notificação prevista no n.º 2 do artigo 107:º, aos Sr.ºs Asdrúbal Antunes Mendes dos Santos e Joaquim Manuel Dias Costa, (notificação ao dono da obra e demais titulares de direitos reais do acto administrativo que tiver determinado a posse administrativa.

2.2.2 Esclarecer os proprietários que ser-lhe-ão cobradas as quantias relativas às despesas realizadas, incluindo quaisquer indemnizações ou sanções pecuniárias que a CM tenha de suportar para execução da demolição. e que se não forem pagas voluntariamente, no prazo de 20 dias a contar da notificação para o efeito, são cobradas judicialmente em processo de execução fiscal, servindode título executivo certidão, passada pelos serviços competentes, comprovativa das despesas efectuadas, de acordo com o estipulado no art.º 108.º do RJUE.

sábado, 12 de maio de 2012

URBANISMO Câmara Municipal de Coimbra: Director de urbanismo constituído arguido. in Campeão das Províncias online.

O director de urbanismo da Câmara de Coimbra, António José Cardoso, foi constituído arguido, no âmbito de um inquérito do foro criminal, aberto pela Polícia Judiciária, destinado a esclarecer os contornos da «queda» de dois chefes de divisão, soube, hoje, o “Campeão”.

O vereador Paulo Leitão e um arquitecto que trabalha na autarquia já tinham sido constituídos arguidos, sendo que todos desfrutam da presunção de inocência.
Cabe ao Ministério Público, através do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, proceder à dedução de acusação ou ao arquivamento dos autos.
Desde 20 de Janeiro [de 2012] que a PJ tem procedido à recolha de documentação na edilidade e inquirido pessoal, na sequência de assuntos noticiados pelo nosso Jornal relacionados com hipotéticos embargos de edifícios de empresas num complexo da sociedade iParque (maioritariamente pertencente à Câmara).


CMC: Dois dos três directores de urbanismo constituídos arguidos  

Dois dos três directores de urbanismo que houve na Câmara Municipal de Coimbra (CMC), no horizonte de nove anos, foram constituídos arguidos.
O actual titular da Direcção Municipal de Administração do Território (DMAT), António José Cardoso, desempenha o cargo há dois anos e meio, a ele tendo ascendido mediante escolha do actual presidente da CMC, João Paulo Barbosa de Melo, que foi vereador do urbanismo sob a liderança de Carlos Encarnação (2009-10).
António José sucedeu a Luís Lemos, que, por sua vez, substituíra José Eduardo Simões, cuja comissão de serviço para o triénio 2003-05 não foi renovada.
Presidente da Académica/OAF há sete anos e meio e vice-presidente no biénio 2003-04, José Eduardo foi titular da DMAT ao mesmo tempo que exercia funções no clube.
O outrora director de urbanismo, que trabalhou sob a alçada do então vereador João Rebelo, acabou por ser dispensado pelo antigo presidente Carlos Encarnação, apesar de este ter entendido, durante três anos, que não havia impedimento para a acumulação de funções por parte de José Eduardo.
Acusado, pelo Ministério Público (MP), de corrupção passiva para acto ilícito (dita corrupção própria), corrupção passiva para acto lícito e abuso de poder, Simões está provisoriamente condenado, pela Vara Mista de Coimbra, a quatro anos e sete meses de prisão, sendo que 55 meses permitem ao arguido usufruir de suspensão da execução da pena, caso seja punido pelo Tribunal da Relação e a medida não exceda cinco anos.
A Eduardo Simões era imputado, pelo MP, favorecimento de promotores imobiliários a troco de donativos para a Académica/OAF.
A avaliar pela informação recolhida pelo “Campeão”, António José Cardoso não está em risco de vir a ser alvo de dedução de acusação por suspeita de prática de corrupção.
A abertura do inquérito foi noticiada, a 20 de Janeiro de 2012, em primeira-mão, através da edição electrónica do nosso Jornal, que divulgou mais pormenores sobre o assunto na última edição impressa daquele mês.
A 15 de Setembro de 2011, o “Campeão” indicou, através da edição impressa, que um complexo da sociedade iParque fez «cair» dois chefes de divisão na CMC, Lilibeth Salinas (Fiscalização) e Luís Godinho (Gestão Urbanística). A notícia relacionou o episódio com o facto de o titular da DMAT se ter demarcado de uma proposta no sentido de embargo das obras de instalação da empresa Innovnano (Grupo CUF) em Antanhol.
No contexto de uma reestruturação orgânica encetada pela Câmara, Lilibeth Salinas e Godinho declinaram permanecer nos cargos, tendo sido substituídos, respectivamente, por José Teles de Oliveira e Rafael Madeira.

Duas obras, da responsabilidade de empresas que se instalaram no complexo tecnológico da iParque, estiveram na iminência de sofrer embargo, em 2011, e numa delas ocorreu um acidente de trabalho.
Os inspectores da Polícia Judiciária interessaram-se, nomeadamente, pela situação de Lilibeth Salinas, hoje em dia a usufruir de licença sem vencimento, porquanto a engenheira (e estudante de Direito) desempenhou apenas durante nove meses o cargo de titular da Divisão de Licenciamentos Diversos e Fiscalização, tendo sucedido a Fátima Ramos, que pedira para ser substituída.
Uma notícia publicada, a 28 de Julho de 2011, pelo “Campeão”, acerca da referida proposta de embargo, teve o condão de tornar inconciliáveis as posições de Lilibeth Salinas e Luís Godinho, por um lado, e do director de urbanismo, António José Cardoso, por outro.
Ao invocar um propósito pedagógico de transformação da mentalidade dos funcionários camarários para lidarem com potenciais investidores, António José preconizou uma “gestão de topo com uma postura diferente”.


sábado, 18 de dezembro de 2010

Professor Luís Aguiar-Conraria conquista prémio do PROGRAMA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS EM PORTUGAL

Concurso 2010: Incentivo à publicação em revistas internacionais de referência
Fundação Calouste Gulbenkian
Tendo como objectivo estimular a internacionalização das Ciências Sociais em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian instituiu o Programa para a Internacionalização das Ciências Sociais, abrangendo as seguintes disciplinas: Antropologia, Ciências da Educação, Ciência Política, Demografia, Geografia Humana, História, Psicologia Social, Relações Internacionais e Sociologia.
Em 2010, são admitidos a concurso artigos publicados, ou aceites para publicação, em revistas internacionais de referência durante os anos de 2008 e 2009, da autoria de investigadores portugueses ou estrangeiros, com idade inferior a 40 anos (em 30 de Setembro de 2010) e que exerçam a sua actividade em instituições portuguesas.
Serão atribuídas duas distinções, no valor de 5.000€ cada, por um Júri constituído por três investigadores universitários nomeados pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Informação complementar:
Fundação Calouste Gulbenkian: http://www.gulbenkian.pt/section63artId1950langId1.html

sexta-feira, 23 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cristóvão de Aguiar, justamente referenciado pelo escritor João Luís de Medeiros, numa entrevista que deu ao jornal Correio dos Açores.

Tertúlia Açoriana - João Luís de Medeiros, poeta escritor: As minhas cartas de amor eram copiadas na tropa

02 Julho 2010 [Cultura]
“Como estamos na alvorada do século XXI, numa época em que as religiões, o futebol, as drogas ilícitas, a glorificação hedonista são alguns dos capitais mais negociáveis na esfera do globalismo, o escritor (operário da escrita) tanto pode ser um cúmplice do negócio vigente ou sujeitar-se à missão de ‘subversivo’ da alternativa...”, afirma o poeta e escritor João Luis de Medeiros.
Correio dos Açores: Nome, naturalidade, cidade e país onde reside?
João Luís de Medeiros – Em Janeiro de 1942, fui baptizado na igreja micaelense de São Roque com o nome que continuo a usar: João Luís Tavares de Medeiros.
Em finais de 1980, emigrei com a família para os Estados Unidos, mais precisamente para Fall River (Massachusetts) onde vivi até finais do século XX. No ano 2000, resolvi experimentar a rota do “sonho americano”, rumo ao sudoeste da Califórnia, onde continuo a viver como aprendiz da vida, numa pequena cidade do Coachella Valley, chamada Rancho Mirage.
O Primeiro livro que leu?
Faço parte das gerações que certamente ainda guardam recordações (embora amarelecidas) de que o famoso livro das primeiras classes da instrução primária terá sido o livro do pedagogo Virgílio Couto, hoje porventura imerecidamente esquecido...
Quando sentiu o chamamento para a escrita?
Creio que “assentei praça” na escrita devido a circunstâncias meramente casuais. Com cerca de 10 anos de idade, já tinha a incumbência de escrever as cartas que a saudosa avó ditava para serem enviadas ao filho que, por volta de 1946, embarcara para Angola integrado no corpo expedicionário açoriano para substituir o batalhão continental número 13 (Nova Lisboa, Angola).
Mais tarde, já com a adolescência a rondar as ameias da juventude, divertia-me imenso a escrever bilhetes românticos àquelas raparigas conhecidas que tinham autorização familiar para dar banho à beleza, no ambiente outrora meigo e calmo dos areais da área. Anos mais tarde, durante o “cruzeiro colonial”, em Moçambique (1963-66) aceitei o cativante desafio de redigir as “cartas-de-amor”, que eram depois copiadas (secretamente) pelos meus companheiros mais avessos à escrita...
Qual o seu género literário?
Desde muito moço fiquei cativo voluntário da Poesia. O conto e a crónica são dois géneros que continuo a espreitar como janelas criativas. Todavia, se tiver vida e não me sentir órfão de talento, gostaria de enveredar com sensatez criativa pelo estilo da Prosopopeia...
Na escola primária era habitual ter boas qualificações nas redacções?
Sinceramente, não tenho memórias gratificantes desse período. Apenas me lembro de ter escrito duas ou três linhas para ler junto à campa do antigo professor Almeida Pavão (pai), na peregrinacão anual dos miúdos do ensino primário ao cemitério de são Roque...
Há algum livro dos seus que gostaria de reescrever?
Reconheço a benignidade da pergunta, mas devo esclarecer que não nunca perdi a noção do meu tamanho como operário da escrita. Até hoje, tive a boa sorte de não ter publicado livros de que poderia estar agora arrependido. No universo das ideias, a mensagem vale muito mais do que o mensageiro...
Quais os livros que publicou e o mais recente?
Parabéns pela clarividente pergunta. Não tenho habilidade para esgrimir segredos comerciais, porque não gozo do estatuto para escrever para o mercado livreiro. Dito isto, meu caro, abro a confidência: dentro em breve aparecerá ao público da diáspora lusófona o livro “Canteiro da Memória” (colectânea alusiva a 10% das minhas crónicas publicadas entre 1979-2009, sob o pálio da coluna memorandum).
Recordo que no Outono de 2007 veio a público a minha presença poética com o livro “(Re)verso da Palavra”, cujos poemas (1957-2007) fazem parte da (minha) fase “poesia-de-combate” que, obviamente, continua alérgica ao fervor encomiástico da confraria da literatagem oficiosa da nossa praça psico-literária...
Em 1993, apareci como co-autor do livro “Em Louvor do Divino”, cuja edição está esgotada...
Indique-me um livro de um escritor açoriano de que gostaria de ter sido autor?
Ó deuses! ... sinto-me agora atraído pela categoria psico-literária da resposta do nosso conterrâneo Cristóvão de Aguiar, quando há semanas admitiu, com sincera angústia, que gostaria ter sido o autor dos SONETOS anterianos. Depois dessa resposta, só me resta dizer que vou morrer sem ter tentado escrever algo semelhante à sua “RAIZ COMOVIDA”... Todavia, no calendário da eternidade, espero (re)encontrar ambos Antero & Cristóvão no pavilhão dos vencidos mas nunca convencidos...
Como se relaciona com os escritores?
Para confirmar os meus dizeres, seria preciso contactar alguns deles... (alguns já estão à nossa espera na quinta da eternidade); Mas arrisco sem temor nomear os amigos Cristóvão de Aguiar, Fernando Aires, Onésimo Almeida, Urbano Bettencourt, Rui-Galvão de Carvalho, Mayone Dias, Daniel de Sá, Francisco Fagundes, Dias de Melo, Mário Mesquita, Álamo Oliveira...
Pensa enriquecer como escritor?
Bem sei que a pergunta não é maliciosa – é apenas pedagógica. Como operário da escrita sou porventura (em segredo) um abastado milionário! Embora ausente da confraria do turismo académico que tirou (inteligentemente) partido da mal-disfarçada subalternidade académica da açorianidade nascente (1985-2005), tenho procurado cultivar a prudência de não usar as conexões político-emocionais ao meu dispor... para facilitar o meu percurso de “missionário da escrita”...
Nesse aspecto, limito-me a imaginar a banda passar! Enfim, são feitios...
Que livro nunca recomendaria a um amigo?
... não desejo ser endossado de tal autoridade...
Que livro gostaria de deixar e que ainda não escreveu...?
Como estamos na alvorada do século XXI, numa época em que as religiões, o futebol, as drogas ilícitas, a glorificação hedonista são alguns dos capitais mais negociáveis na esfera do globalismo, o escritor (operário da escrita) tanto pode ser um cúmplice do negócio vigente ou sujeitar-se à missão de “subversivo” da alternativa...
Antes de sucumbir, involuntariamente, à febre global da trivialidade, talvez seja contemplado com o carimbo “subversivo” na última página do meu ignorado passaporte da alternativa...



Autor: Afonso Quental

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

8.º Colóquio Anual da Lusofonia. Bragança, de 30 de Setembro a 3 de Outubro. O convidado especial de 2009 é o Escritor Cristóvão de Aguiar.

®™ colóquios da lusofonia 2009 - 10:51colóquios da lusofonia. convidado especial o escritor açoriano CRISTÓVÃO DE AGUIAR para homenagear Miguel Torga e Paulo



PRESS RELEASE 8º Colóquio Anual da Lusofonia
Patronos: Professor João Malaca Casteleiro Academia de Ciências de Lisboa /Professor Evanildo Cavalcante Bechara da Academia Brasileira de Letras.
8º Colóquio Anual da Lusofonia
Em Bragança juntam-se as 3 Academias de Língua Portuguesa para a Homenagem contra o Esquecimento sob o signo do novo acordo ortográfico.
Presentes no Anfiteatro Dr Paulo Quintela em Bragança (Portugal) de 3º de setembro a 3 de outubro 2009 no 8º Colóquio Anual da Lusofonia (12º no total) os Professores Doutores Adriano Moreira (Vice-Presidente da Academia, Presidente da Classe de Letras, Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa), que se junta aos Patronos dos Colóquios desde 2007 João Malaca Casteleiro (Classe de Letras, 2ª Secção – Filologia e Linguística, da Academia de Ciências de Lisboa), e Evanildo Bechara (Academia Brasileira de Letras) e onde estarão também o convidado de 2009, escritor Dr. Cristóvão de Aguiar, o Dr. Ângelo Cristóvão (da Academia Galega da Língua Portuguesa)
Igualmente de salientar a sessão especial sobre literatura (de matriz açoriana) e tradução com a participação de Cristóvão Aguiar, Rosário Girão, Zélia Borges, Ilyana Chalakova e Chrys Chrystello. Este 12º colóquio (8º Anual) conta com 47 oradores e dezenas de presenciais representando os seguintes países, regiões e universidades: Portugal 19, Brasil 12, Galiza 6, Açores 4, Bélgica 1, Macau R P China 1, Espanha 1, Bulgária 1, Nigéria 1, Ucrânia 1, Roménia 1
Assistiremos ainda ao lançamento de livros, integrados numa mostra de obras açorianas, havendo música AÇORIANA, música GALEGA, duas representações teatrais de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Catarina, Brasil e sessões de poesia (galega, portuguesa e brasileira). Debater-se-ão ainda propostas e projetos dos
Colóquios: Planos de Ação/Conclusões. Propostas/ Projetos 2010, Museu Virtual da Lusofonia/Língua, Acordo Ortográfico, Diciopédia, Crioulos de Origem Portuguesa, Estudos Açorianos, Estudos Transmontanos, o 13º Colóquio de 2010 em santa Catarina no Brasil, etc.
TEMAS em debate:
1. HOMENAGEM CONTRA O ESQUECIMENTO: autores sugeridos :
1.1. Carolina Micha?lis (ver bio aqui),
1.2. Leite de Vasconcellos (ver bio aqui),
1.3. Euclides da Cunha (ver bio aqui),
1.4. Agostinho da Silva (ver bio aqui),
1.5. Rosalía de Castro (ver bio aqui),
1.6. Gulamo Khan (Moçambique 1952-1986 ver bio aqui)
1.7. Outros autores esquecidos
2. LUSOFONIAS:
2.1. Debate sobre questões e raízes da Lusofonia.
2.2. A vigência do 2º Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico de 1990
2.3. Promoção da Língua Portuguesa (2ª língua/língua estrangeira)
2.4. Ponto da Situação da Língua Portuguesa no Mundo.
2.5. Léxicos da Lusofonia.
2.6. Lusofonias e Insularidades
2.7. Criação de uma base de dados sobre Estudos de Crioulos da Língua Portuguesa
3. TRADUÇÃO:
3.1. Tradução de autores portugueses
3.2. Tradutores de Português e Tradutores para Português
3.3 Tradução e novas tecnologias
4. Propostas de dinamização dos PROJETOS dos Colóquios da Lusofonia
4.1. Diciopédia
4.2. Crioulos de origem portuguesa, criação de uma base de dados
4.3. Museu da língua/museu virtual da lusofonia
4.4. Estudos açorianos na Unisul (universidade do sul de santa catarina)
4.5 Estudos transmontanos
COLÓQUIOS DA LUSOFONIA
Colóquios da Lusofonia/Encontros Açorianos da Lusofonia,
O Presidente da Comissão Executiva,
Dr J. CHRYS CHRYSTELLO,
A NOSSA DIVISA É
NÃO PROMETEMOS, FAZEMOS
Telefone: (351) 296 446940, Telemóvel: (+ 351) 91 9287816 / 91 6755675
E-fax (E-mail fax): + (00) 1 630 563 1902
E-mail: coloquioslusofo...@gmail.com , coloquiolusofo...@gmail.com ;
lusofoniazo...@gmail.com ,
lusofo...@sapo.pt, lusofoniazo...@sapo.pt
8º Colóquio Anual da Lusofonia 2009
http://www.lusofonias.net/lusofonia%202009/index.htm
5º Encontro Açoriano 2010 (Sta Catarina Brasil)
http://www.lusofonias.net/encontros%202010/index.htm
* Todos os colóquios: http://www.lusofonias.net
* Diciopédia Contrastiva dos Colóquios:
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* Tudo sobre o Acordo Ortográfico http://www.lusofonias.net/paginaprincipal.htm
PATRONOS: MALACA CASTELEIRO E EVANILDO BECHARA E
* APOIOS
Câmara Municipal de Bragança /Câmara Municipal da Lagoa (Açores)
* Protocolos e Parcerias:
GOVERNO ESTADUAL DE SANTA CATARINA
ACADEMIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, BRASIL (UNISUL)
UNIVERSIDADE MACKENZIE DE SÃO PAULO, BRASIL
ESE, INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL
ESE, INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA
ACADEMIA DE LETRAS DE BRASÍLIA,

sexta-feira, 31 de julho de 2009

NÓS - 1969, Duarte & Ciríaco, Canções Populares. Lado A - Naufrágio, de Cristóvão de Aguiar.





















SONOPLAY - SON. 100.002 - 1969

Lado A
Naufrágio (música popular/letra de Cristóvão Aguiar)

"Canção de Embalar" (popular)

Lado B
Estrada Real (Duarte Brás/Fausto José)

Trova A Este Vilancete (Ciríaco/F de Sousa/Séc. XVI)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Auto-epitáfio de Cristóvão de Aguiar.

“ a vida, passei-a a escrever
e a emendar o que escrevia ,
apa­gou-se-me agora o ser,
que na vida eu já não cabia”

In A Destreza das Dúvidas, 13-07-2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

A faculdade de Economia de Coimbra ficou muito atrás da Universidade do Minho.

















Universidade de Coimbra...,just Fair.

Parabéns à UNIVERSIDADE DO MINHO
_Excelent!

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006