só de boas intenções.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
“Naufrágio”, de Cristóvão Aguiar, foi cantado por Duarte e Ciríaco com a música popular terceirense Charamba
só de boas intenções.
Publicado por
Lapa
às
15:50:00
0
comentários
Secção: AÇORES, COIMBRA, Música Tradicional, Poemas
domingo, 25 de outubro de 2009
Poema escrito pelo padre G. P. a mestre Eugénio Macedo.
O BOMBEIRO
Eugénio Macedo
olhou o penedo
e viu, dentro dele,
aquele segredo
que mais ninguém vê,
se olha à flor da pele
da arte se descrê.
Lá dentro da pedra,
estava um bombeiro
que subia a escada,
garboso e ligeiro.
Ninguém via nada.
Com escopro e cinzel,
Eugénio Macedo,
desbasta, a granel,
o grande penedo.
Esboça-lhe um corpo,
talha o capacete:
com cinzel e escopro,
põe-lho no topete.
As mãos nos varais,
os pés nos degraus,
atento aos sinais,
que parecem maus
uma missão cumprida
que é “vida por vida”!
Arte é sempre gala!
Com buril ou broxa,
nunca a obra é fátua…
No cepo ou na rocha,
há sempre uma estátua
preciso é tirá-la.
Padre G. P.
Publicado por
Lapa
às
09:06:00
0
comentários
Secção: escultura, Eugénio Macedo, Poemas, Soito / Sabugal
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Missing the Sea, by Cristóvão de Aguiar and translated from the Portuguese by Diniz Borges

Cristóvão de Aguiar was born in Pico da Pedra, S. Miguel, Açores. He studied in Coimbra, where he has taught English. Besides poetry, he has also published various works of fiction and memoirs. He is also represented in various literary anthologies. He still resides in the university city of Coimbra.Missing the Sea
Ships leave the island,
Ships arrive at the island…
—The island is a ship
that ran ashore
in the middle of the ocean
and covered itself with sea mist
and penetrated it self with ocean smell
and became accustomed to being
the ridge of a wave…
I left on a ship…
now I feel the emptiness
of missing the sea…
without the sea, all is borders
and the borders choke me…
(Author, Cristóvão de Aguiar)
(Translated from the Portuguese by Diniz Borges in On a Leaf of Blue—published by University of California, Berkeley)
Publicado por
Lapa
às
18:40:00
4
comentários
Secção: English Versions, Poemas
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Comentário de ISABEL a Miguel Torga e ao meu "modesto Tributo".
Orfeu Rebelde
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
Miguel Torga
Talvez o poema de Miguel Torga que mais gosto, é uma poema visceral e dorido sem se alhear da beleza e da ternura.
Talvez porque também escrevo de forma visceral e terna talvez me identifique tanto com este poema, imagino-o a escrever rasgando-se lá dentro para o fazer e ao mesmo tempo alimentando-se da ternura que as palavras trazem a quem tanto as ama.
Gostei muito da tua homenagem, o teu poema é muito bonito e tocou-me. O fruto ultrapassa a vida, não sei se é imortal, não sei se existe alguma coisa imortal, mas sei que a essencia fica para além da vida.Isabel ( http://asminhaspalavras23.blogspot.com)
Muito obrigado pelo elogio.
Lapa
Publicado por
Lapa
às
12:25:00
10
comentários
Secção: Críticas ao Podium Scriptae, Poemas
sábado, 13 de outubro de 2007
NA ESQUINA DO VENTO, in Sonetos de Amor Ilhéu, de Cristóvão de Aguiar, Coimbra - 1992.
onde as marés afinam suas melodias
desde então te respiro e ganho meu sustento
caiando de palavras o muro dos dias.
entre o meu e o teu corpo um intervalo lento
que a baixa-mar escolta bem de penedias.
redobra o meu querer-te quanto mais te invento
e só depois me vejo de órbitas vazias.
velha pecha esta minha de mergulhar
nos confins do teu nome para te procurar
e a mim também por rumos que eu já nem sabia.
à minha conta trouxe o mar dentro em mim
vazei-o no meu búzio no dia em que vim
(Cristóvão de Aguiar, in Sonetos de Amor Ilhéu, Coimbra 1992)
Publicado por
Lapa
às
09:00:00
15
comentários
Secção: Poemas, Sonetos de Amor Ilhéu
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Poema "TANTO MAR" de Manuel Alegre, dedicado a Cristóvão de Aguiar. Ilha do Pico - 27.07.2006
Clique nas imagens para as ampliar.
A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Pico 27.07.2006
Publicado por
Lapa
às
14:30:00
3
comentários
Secção: Poemas
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Aerograma Enviado da Guiné, pelo Escritor ao seu primeiro filho- 1966
Publicado por
Lapa
às
15:33:00
2
comentários
Secção: curiosidades, Poemas
domingo, 2 de setembro de 2007
Navegador do Mar das Ilhas - in "Mãos Vazias", de Cristóvão Aguiar - 1965
Foto: José Luis Mendes in http://www.olhares.com/Jseven
Eu, Cristóvão Colombo,
Por graça do Senhor
Navegador,
Demandei terra estranha
Ao serviço de Espanha...
Meus dedos
Navegam no mar...
Cinco barcos, cinco destinos,
Em busca da mulher
Das ilhas da memória...
Rompi mares, rompi velas
Em naus de madeira!
Sou de certa maneira
Um Colombo, navegador...
Tenho o mar das ilhas
Na poça das minhas mãos...
Meus dedos são barcos
Rompendo destinos...
Descobri terras,
Plantei padrões de pedra
No cimo das descobertas,
E tornei-me o Senhor
Dos ventos marítimos
E das naus de sal...
Cristóvão Colombo,
Por graça do senhor
Navegador,
Demandou terra estranha
Ao serviço de Espanha...
Eu, que também sou navegador
(Ou talvez ainda muito mais...)
Eu, que sou o Senhor
Do mar das ilhas da memória...
E dos ventos
E das naus
(Eu, que sou dos Cortes Reais...)
Descobri por engano
Uma terra estranha,
- Tal qual o Colombo
Ao serviço de Espanha
Cristóvão de Aguiar, in Mãos Vazias - 1965 e in Antologia da Poesia Açoriana, organizada por Pedro da Silveira, Livraria Sá da Costa, Lisboa, 1977.
Poema publicado no blogue "De Viagem", gerido por Marta Dutra, em 18 de Junho de 2007.
Publicado por
Lapa
às
11:17:00
0
comentários
Secção: Mãos Vazias, Poemas
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Poema afixado na casa do escritor Dias de Melo na ilha do Pico, Região Autónoma dos Açores.
Publicado por
Lapa
às
09:55:00
0
comentários
Secção: Cultura, DIAS de MELO, Fotografias, ILHA DO PICO, Poemas
TANTO MAR
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006


