quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aquilino Ribeiro e Cristóvão de Aguiar têm em comum, pelo menos, a conquista do Prémio Literário Ricardo Malheiros. Aquilino - 1933 , Cristóvão - 1979

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Contuboel, 22 de Junho de 1965 - Acabei de riscar a sexagésima cruzinha no calendário. É uma espécie de desobriga que pratico todos os dias, à noite, antes de me deitar. Ainda faltam tantas centenas, meu Deus! Será que chego ao fim? Comprei doze livros de Aquilino Ribeiro num estabelecimento de Bafatá. Cada um custou-me quarenta e cinco escudos. Tenho muito que ler, se para tal tiver cabeça. (Relação de Bordo)

[…] Leio Aquilino que me desunho. Assim, sinto-me no centro da seiva da língua e não me cafrealizo […] (Braço Tatuado)

[…] DE AUTORES AÇORIANOS QUE, ESTANDO FORA DOS AÇORES, DELES SE OCUPAM , DE MODO DIRECTO E INDIRECTO”, escreve António Machado Pires: “É o caso especial de Nemésio, ao qual teremos de voltar como caso paradigmático que é. É o caso de Cristóvão de Aguiar, cuja Raiz Comovida (I, II, III) é um mundo primordial de vivências e da fala da sua Ilha, em fios de histórias soltas que se unem na imagem de um povo com o qual se identifica. E com uma autenticidade e uma força que lembram Aquilino”. Raul Brandão e Vitorino Nemésio, (Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, s/d.).

4 comentários:

Anónimo disse...

Qual o significado de cafrializo?

Lapa disse...

Boa pergunta. Não vem no dicionário...
No entanto, alvritro que no sentido denotativo significará: não tornar ignorante.
Noutro sentido, o conotativo do termo, poder-se-á alargar a abrangência aos povos africanos- Cafre-. Tanto mais, que a história do "Braço Tatuado" decorre em África, na Guerra Colonial.
Obrigado.

Anónimo disse...

Cafrealizar e não cafrializar, como vem grafado no texto. O adjectivo é cafreal,de cafre, que significa selvagem. O verbo cafrealizar não existe,mas foi formado segundo as regras gramaticais: cafreal + izar, o que significa tornar selvagem.

Anónimo disse...

Lapa: Tenho que lhe dar os meus parabéns pelo trabalho que tem feito neste blogue. Continue, porque há muita gente que agradece. Mais uma vez muito obrigada.

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006