Pessoas a recordar no Soito
O meu bisavô era natural de Alcácer do Sal, no Alentejo. Tinha origens judaicas, de família de cristãos-novos, convertida ao cristianismo.
Casou no Soito e tinha como profissão alfaiate. Por motivos de doença ou acidente ficou sem uma perna e passou a usar uma perna de pau. No Soito era conhecido pelo Ti Coxo.
Do seu casamento nasceram cinco filhos. Um deles era o meu avô, chamado Manuel José dos Santos, que foi taberneiro e almocreve.
Outro dos filhos era António José dos Santos que viveu em África e, quando regressou, nos anos 70 do século XIX, foi tomar conta de uma ourivesaria, em Lisboa, que acabou por ser da sua propriedade. Mais tarde tornou-se proprietário de uma chapelaria.
Tinha a sua residência na Rua Latino Coelho, na capital.Foi o primeiro homem do Soito a ser proprietário de um estabelecimento comercial, em Lisboa.
Um dos seus filhos chamava-se Henrique, licenciado em Direito, que foi funcionário dos Correios, tendo chegado ao posto de Correio-Mor.
O Ti Coxo teve ainda uma filha chamada Maria do Carmo, a qual viveu muitos anos em Lisboa com um cónego, que lhe deixou toda a sua fortuna. Essa fortuna foi, mais tarde, herdada pelo sobrinho Henrique.
Maria dos Santos, conhecida por Maria do Coxo, era, também, filha do Ti Coxo. Essa Maria dos Santos era mãe do sr. Miguel Diamantino dos Santos, do sr. José Diamantino dos Santos e de Júlio Diamantino dos Santos. O sr. Miguel era motorista e esteve no Brasil, tendo sido já motivo de crónica anterior neste “Baú da Memória”.
O sr. José Diamantino dos Santos e o Júlio eram ferreiros, com forja, no Soito.
Armindo, filho do sr. José Diamantino, também foi ferreiro, no Soito. Foi para o Brasil e lá morreu.Mariana dos Santos, filha do Ti Coxo, casou com um grande artista serralheiro, natural da Cerdeira do Côa. O seu nome era António Paulo Fernandes.
Foi ele quem fez os portões da igreja, a parte de cima do púlpito e os portões do cemitério. Foi ele que soldou, com uma pasta própria que se usava nessa época, os tirantes do tecto da igreja do Soito, de tal maneira que não se notam as emendas. Para isso levou a forja, com fole e tudo, para o curral do sr. Arnaldinho, que fica perto da igreja. Nessa época ainda não havia electricidade, pelo que não existia a solda por electrogénio.
Todo este trabalho, feito por este artista, ainda hoje existe, no Soito.
Além disso, este homem trabalhou nas pontes do caminho-de-ferro da linha da Beira Alta, onde aprendeu muito.
O casal Mariana/António Paulo teve vários filhos. Dois deles eram ferreiros, no Soito: o sr. António Fernandes, conhecido por Antoninho e o sr. Manuel Fernandes.
Carlos Fernandes, conhecido por Carlos “Ferreiro”, era filho do sr. Manuel Fernandes e exercia, também, a profissão de ferreiro.
O Manuel, conhecido por “Mija”, era filho do sr. Manuel Fernandes e, também, era ferreiro, no Soito. Um dos filhos do Manuel “Mija” é Fernando Monteiro Fernandes, conhecido por Fernando “Mijinha”que ainda exerce a profissão de ferreiro, na forja que foi do seu pai. Além disso é conhecido por ser um grande artista em obras de ferro. Recentemente teve uma exposição no Museu do Sabugal, onde toda a sua criatividade pôde ser apreciada pelos visitantes.
José Oliveira, um grande artesão em objectos de madeira (nomeadamente com figuras que se movem mecanicamente), com exposições em variados locais de Portugal e, até, nos Estados Unidos da América, é neto de António Paulo Fernandes. Juntamente com os irmãos João e Domingos foi o obreiro da fábrica de sumos Cristalina. Também foram estes três irmãos que deram início à fábrica de iogurtes Yoplait, na cidade da Guarda.
Outro neto do sr. António Paulo é António Fernandes de Oliveira um dos maiores negociantes do Soito. Foi ele que iniciou as Confecções Ranking.
Fernando Fernandes, conhecido por Fernando do Ti Antoninho, neto do António Paulo, exerceu também como profissão a arte da serralharia, no Soito.
Quiçá o Soito fosse a terra do concelho com maior número de ferreiros, a julgar pelos exemplos apresentados.
Na imagem pode ver-se a fotografia do casal António Paulo Fernandes/Mariana dos Santos.
Por: Eugénio dos Santos Duarte
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Baú Da Memória... , Por Eugénio dos Santos Duarte, in Jornal Cinco Quinas. Abril de 2008
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Secção: A Arte do Ferro. F.M.F., Notícias, Soito Sabugal
sábado, 5 de abril de 2008
PARABÉNS FUTEBOL CLUBE DO PORTO E, EM ESPECIAL, AO PRESIDENTE PINTO DA COSTA.
UM DIA O MESTRE DISSE:
A MIM QUEM ME FAZ UMA LEVA DUAS...
QUEM LEVAVA NUMA FACE E DAVA A OUTRA... SABEM MUITO BEM QUEM FOI...
E VEJAM O QUE LHE FIZERAM AOS TRINTA E TRÊS ANOS DE IDADE ( E ABRE OS BRAÇOS EM PLENA ENTREVISTA NA TELEVISÃO)
PINTO DA COSTA, ÉS O MÁIOR!
Desde 1978 que só me dás alegrias. Muito obrigado. Se precisares de alguma coisa, conta comigo.
6-0 não dás hipóteses, carago!
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Secção: Notícias
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
30 - Câmara Municipal de Coimbra: Manutenção de Stand ILEGAL aberto ao público, só pode ser corrupção...
CARTA ABERTA AO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA
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Secção: CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA URBANISMO, COIMBRA, ILEGALIDADES
terça-feira, 1 de abril de 2008
29 - Câmara Municipal de Coimbra, finalmente cumpriu a Lei e fechou Sucateira/Stand ilegal à Estação Velha.
CLIQUE NO TÍTULO PARA CONHECER EM PORMENOR ALGUMAS ILEGALIDADES DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA.
1 de Abril.
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segunda-feira, 31 de março de 2008
28- A SUCATEIRA CONTINUA DESCARADAMENTE ABERTA AO PÚBLICO... RESPONSABILIDADE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA
CLIQUE NO TÍTULO PARA CONHECER EM PORMENOR ALGUMAS ILEGALIDADES DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA.
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sexta-feira, 28 de março de 2008
27- Perda de Mandato para Carlos Encarnação por grave incumprimento e violação da legislação em vigor.
CLIQUE NO TÍTULO PARA CONHECER EM PORMENOR ESTE ESCÂNDALO
Mantém sucateira/stand ilegal aberta ao público, em plena cidade de Coimbra, e ao lado de edifícios habitacionais, não obstante as inúmeras participações apresentadas e ao arrepio de qualquer legislação, causando elevados prejuízos à comunidade envolvente e à cidade.
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quinta-feira, 27 de março de 2008
BRAÇO TATUADO, Crítica de F. Couto Alves in Diário dos Açores, 27-03-2008.
Guerra Colonial: Jovens sepultados na vergonha e no silêncio.
Nacional
F. Couto Alves 27/03/2008
"Andamos todos saturados. Todas as noites, logo após o pôr do Sol, assistimos, em pânico, ao espectáculo que se desenrola na fímbria do horizonte de terra. Primeiro, o som cavernoso do rebentamento de petardos, granadas, bazucas… Depois, as chamas subindo ao céu, iluminando a mata e a noite. Trata-se com certeza de mais uma aldeia fula a ser atacada e destruída pelos guerrilheiros. O cabo telegrafista traz-me, um pouco mais tarde, uma mensagem urgente, já descodificada, "Redobre vigilância; inimigo nas proximidades de Dunane…" Ao princípio ninguém mais pregava olho durante o resto da noite. Todo o grupo de combate, exceptuando os cozinheiros e os ajudantes, entrava de reforço até ao romper da madrugada. Com o hábito e a prática, porém, tudo se foi modificando. Nem a queimada, nem os rebentamentos, nem sequer a mensagem (sempre urgente) recebida a seguir conseguiam aumentar o pânico em que nos havíamos há muito instalado. Por fim, não sabíamos se era indiferença se inconsciência, ambas necessárias para se não morrer de susto… Antes de se atingir a primeira metade da comissão, parece que existe em nós um encolher de ombros em face do perigo de morte que roça o pensamento sem deixar marca. Alcançada a segunda metade, tudo se transforma. Aumenta o medo e redobra o amor à pátria da pele. Desperta em força a vontade de sobreviver. E o sonho do regresso principia a botar raízes no fundo do íntimo. É então que as surpresas acontecem…Ainda nos encontramos em Dunane. Há mais de um mês e meio que aqui apodrecemos lentamente. Fomos abastecidos apenas duas vezes. De víveres e correio…"
É de Cristóvão de Aguiar o trecho acima transcrito do seu último livro, Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial. Com um conteúdo simplesmente realista. Simplesmente impetuoso. Simplesmente objectivo. Simplesmente violento. Como violentas foram as guerras nas colónias, entre 1961 e 1974, na Guiné, em Angola e em Moçambique. Cristóvão de Aguiar, reputado e premiado escritor açoriano, com lugar altaneiro na Literatura Portuguesa, trouxe-nos recentemente a lume o romance de guerra Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial, uma terceira versão de um texto incluído inicialmente em Ciclone de Setembro (1985), depois em O Braço Tatuado (1990) sendo o actual reescrito e com nova versão.
O autor esteve na Guiné entre 1965 e 1967, o que lhe concedeu uma experiência extraordinária e material informativo para publicar um livro de memórias ficcionadas do tempo e do modo em que esteve mobilizado naquela ex-colónia. Neste livro ele foi por excelência um repórter de guerra que soube registar, com exactidão e a fidelidade de ficcionista, o quanto se passou pelas colónias de África.
Se bem que a independência das colónias se deu com o 25 de Abril de 1974, muitos escritores estiveram por lá desde 1961, e uma grande parte deles, até agora, devotaram-se ao silêncio. Passaram-se, portanto, cerca de 40 anos de silêncios cúmplices. Num tempo em que falar no assunto era verdadeiro tabu e de certo modo uma vergonha. Poucos foram os que abordaram o assunto da guerra colonial. Mas houve excepções. Poucas. Agora, verifica-se que muitos dequeles perderam o pudor e o recato, e já se vêem nos escaparates das livrarias diversas obras sobre o assunto. Não admira nada que se deva constituir, na Literatura Portuguesa, um subsector para a Literatura de Guerra.
No livro Retalhos da Guerra Colonial, de Cristóvão de Aguiar, narram-se factos que muitos dos portugueses desconheciam. Um livro escrito devotamente e com emoção, em que as narrativas da guerra colonial da Guiné, parecem ter sido tão recentes. Mas o certo é que os seus protagonistas estão na casa dos 60/70 anos. Quem lê Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial, fá-lo sofregamente. E muito mais, para quem por lá esteve. Quer na Guiné, quer nas outras colónias, como eu próprio.
No palco dessa guerra, é preciso não esquecer, morreram 7.000 jovens, ceifados na flor da vida. Fizeram a guerra sob ordens, cumprindo um mandato estatal, que abarcava toda a comunidade. Morreram a título definitivo e hoje em dia, sepultados no silêncio e na vergonha, olham-nos com os olhos mortos, incapazes de compreender que são também eles incómodos aos políticos, às instituições, aos esquemas da vida quotidiana. O mal deles foi combater e morrer, o mal deles foi obedecer, o mal deles foi dizer sim a uma caterva de poltrões que só então sabiam sacudir a água do capote. Hoje, essa geração de 40, precisamente aquela que muitos dos seus elementos foram os protagonistas da guerra de África, poderá considerar-se uma geração histórica, porque se envolveu em feitos vários que mudaram a vida das gentes de hoje, num autêntico projecto de geração.
Prestar a homenagem devida àqueles que morreram é uma obrigação. É de toda a justiça lembrar os milhares de mancebos que por lá passaram e transpor para os tempos de hoje, já que a juventude de agora quase nada sabe dos referidos eventos. De uma justiça flagrante.E é o que Cristóvão de Aguiar, magistralmente, faz.
Bem-hajas, portanto, pelo feito que fazes. Constitui um desiderato franco e generoso.
f63coutoalves@hotmail.com
A palavra do leitor
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Secção: Braço Tatuado., críticas literárias, Notícias
terça-feira, 25 de março de 2008
JOSÉ CARLOS LAGES: CRÍTICA PRELIMINAR AO LIVRO "RELAÇÃO DE BORDO" 1964-1988, DE CRISTÓVÃO DE AGUIAR.

Estou a terminar o Relação de Bordo. Fui surpreendido pelo seu conteúdo. Não imaginava que era um diário intimista do teu pai que dia-a-dia apontou pensamentos, vivências, etc. Ficamos com a sensação que conhecemos o autor e que ele é mais um familiar ou amigo cuja vida fomos acompanhando. Surpreende!
Quando terminar a sua leitura farei um destaque do livro no Capeia Arraiana.
E meto desde já uma cunha para fazer uma entrevista a Mestre Cristóvão de Aguiar...
JCL
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Secção: críticas literárias, Relação de Bordo I
segunda-feira, 24 de março de 2008
24 - CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA - 2008
Sinceramente, perante estes factos, não consigo vislumbrar qualquer razão de Direito em que a Câmara Municipal de Coimbra se possa ancorar para a manutenção indevida desta ilegalidade aberta ao público, decorridos 19 meses das denúncias formais.
INSÓLITO
ILEGAL
C M C - 2008
URBANISMO DE COIMBRAValha-me Santo António, em terras da Rainha Santa...
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Secção: CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA URBANISMO, COIMBRA, ILEGALIDADES
TANTO MAR
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006












