Judiciária surpreendida. Há polícias que, nas horas vagas, trabalham em escritórios de detectives privados para compor o ordenado. Toda a gente sabe. Mas, desta vez, além de quatro agentes da PSP, foi apanhado um inspector que pertencia à 'secreta' da Polícia Judiciária a usar equipamentos da casa
Inspector que espiava pertencia à 'secreta' da PJ
Para complementar o ordenado, polícias e agentes das forças de segurança realizam nas horas vagas serviços de espionagem para escritórios de detectives privados, profissão que, em Portugal, continua por legislar. Quatro agentes da PSP e um inspector da Polícia Judiciária (PJ) foram apanhados em flagrante.
Embora ilegal, esta actividade suplementar dos agentes é sobejamente conhecida, mas os superiores hierárquicos têm fechado os olhos.
"Todos os dias recebo telefonemas de agentes de todas as polícias e forças de segurança a oferecerem os seus préstimos", confessou ao DN Mário Costa, um conhecido detective privado. "É que uma vigilância a uma pessoa durante dois dias pode render 400 euros e a maioria dos elementos da PSP ganha pouco mais do que 800 euros", explicou. Entre fazer um gratificado num banco e um serviço para um detective privado, os polícias preferem este, adiantou.
Para Mário Costa, não fora a rivalidade entre a PSP e a PJ, nunca este caso seria publicitado. "Foi a inveja, pois toda a gente sabe, há muito tempo, que muitos polícias , nas horas vagas, viram detectives privados", vincou, frisando: "Obviamente que não vamos contratar uma velhinha para uma vigilância." E garantiu: "Não há nenhum detective que não receba telefonemas de polícias a pedir trabalho para as horas vagas."
Apanhados
Desta vez, porém, a divisão de investigação criminal da PSP de Lisboa foi para o terreno e apanhou quatro colegas da mesma corporação a prestar aquele tipo de serviços, e também um elemento da PJ.
A presença de um inspector constituiu uma surpresa, uma vez que pertencia ao Departamento Central de Prevenção e Apoio Tecnológico (DCPAT), uma espécie de "secreta" da Judiciária (ver caixa ao lado), e porque usava equipamentos do seu serviço. Entretanto, foi afastado de funções.
Esta investigação começou com a queixa de uma pessoa junto da PSP que afirmava estar a sua vida a ser alvo de devassa. Os agentes começaram a averiguar e concluíram que alguém tinha contratado um detective privado para a seguir. Foi, então, descoberto que para aquele detective trabalhavam vários polícias, quatro da PSP e um da PJ, e também funcionários de empresas de operadoras telefónicas. Todos foram constituídos arguidos.
Para avançar nas investigações, a PSP foi ao DCPAT da PJ fazer buscas na secretária do inspector. A diligência foi dirigida por um magistrado do Ministério Público, João Guerra, o mesmo que investigou o caso Casa Pia. As revistas, quer à secretária quer ao computador, foram realizadas por elementos da Judiciária. As buscas estenderam-se à residência, sendo que, aqui, coube à PSP vasculhar os pertences do inspector.
Conhecendo-se a rivalidade entre a PSP e a PJ, esta investigação caiu muito mal na Gomes Freire, sede da Judiciária. "Foi humilhante", comentou uma fonte ligada ao processo. O director nacional suspendeu de funções o inspector em causa, afastando-o de todo o serviço, tendo desmantelado, também, a brigada a que pertencia. "Os colegas acabaram prejudicados, o que significa uma tremenda injustiça", comentou Carlos Anjos, presidente da estrutura sindical da PJ.
Detectives sem lei
Além dos processos disciplinares, os agentes são também alvo de um processo-crime. A actividade de detective privado não está ainda legalizada em Portugal. Quem a exerce incorre numa pena que pode ir até dois anos de prisão ou a pesadas multas.|
domingo, 6 de julho de 2008
Polícias-espiões para complementar ordenado, DN Online, por LICÍNIO LIMA
Publicado por Lapa às 15:52:00
Secção: HISTÓRIA DE PORTUGAL, ILEGALIDADES, Notícias
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TANTO MAR
A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
6 comentários:
O caso da promiscuidade das entidades que têm sustentado a manutenção do stand sucateira ilegal também é um caso de polícia e de autoridades que terão que ser investigadas por outras.
CRIME DIGO EU.
realmente é chocante tanta corrupção!Adoro esta música Venecia sin tí - Charles Aznavour Bom gosto! Obrigado pela visita!
interesting article on the police force but i could not really get it quite right.
very nice song i hear.
have a good week ahead :-)
Um abraço.
Ótimo o conteúdo de seu blogue. Retribuo a visita que espero não seja esporádica.
Un beso....
Cielo
É as vezes tomamos decisões que são necessárias, mas não as mais corretas, como estes policiais.
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