domingo, 16 de dezembro de 2007

Soito - Sabugal, 24 de Dezembro de 1970.

"Chegaram alguns emigrantes de França. Curtidos das neves e dos frios da estranja, vieram aquecer-se à lareira do torrão. Trouxeram os seus automóveis potentes - gritos de protesto à servidão de séculos. Apesar do frio, as ruas estão cheias de vozes e de cores. Duas línguas confraternizam nesta tarde raiana. No cruzeiro, homens possantes e terrosos armam, com tocos de castanheiro, a fogueira da confraternização. São os mordomos do Menino. Há mais calor humano neste altar de tocos do que nos litúrgicos repiques dos sinos, convidando o povo para a Missa do Galo. Tanto que me enternece todo este paganismo pré-histórico, em que uma lareira acesa significa uma lareira realmente acesa, à qual todos se podem aquecer."
Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo, 1964-1988, página 105.










A imagem foi retirada do blogue Capeia Arraiana.

5 comentários:

Arolium disse...

hi :)

Mary disse...

Hi! Have a nice day!

Azer Mantessa disse...

good to know a historical event

thanks :-)

Mateso disse...

A tradição em tempo de mudança em belas palavras feitas realidade.
Feliz Natal.
Beijo

Azer Mantessa disse...

merry christmas and happy new year.

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006