Ontem recebi aqui um pedido de divulgação, em jeito de
apelo, de José Manuel Aguiar.
Como ressalva de interesses
não conheço este senhor nem a parte que, em oposição, o contradita. Pelo que li
e por conhecer o seu blogue “Podium Scriptae”, sei que é advogado na
cidade. Depois da respectiva cláusula de independência –que me permite mostrar
que estou completamente fora deste assunto e que tudo o que vou escrever é com
completa autonomia- vamos tentar analisar os factos. Então, sendo advogado –o
que torna este caso ainda mais paradigmático-, de que se queixa Dias de Aguiar?
Tão só que a Câmara Municipal de Coimbra cumpra um despacho de 22 de Julho de
2011 –não vou descrever aqui de que se trata por, para o caso, ser
irrelevante. O que está em causa é que um munícipe de nome José Manuel Aguiar
–que por acaso até é advogado, volto a repetir-, pelos vistos, viu o seu direito
ser reconhecido em despacho regulamentar. Acontece que a acção executiva, que é
da responsabilidade da mesma edilidade, ao que parece, num completo desrespeito
total pelo cidadão e aparente modorra, não executa a ordem que, pasme-se, advém
dos seus próprios serviços.
Pelo costume, ou melhor,
pelo mau costume, normalmente quando temos conhecimento de casos análogos que se
passam com os outros nossos vizinhos assobiamos para o lado como se isso não nos
dissesse respeito. Um dia, mais tarde ou mais cedo, poderemos ter um problema
idêntico connosco, com a nossa família. Poderemos invocar a solidariedade de
alguém se não nos importámos quando o “outro” estava em dificuldades? Não estou
aqui armado em moralista, ou padre de paróquia –com todo o respeito por estes. O
que digo e afirmo é que a Câmara Municipal é nossa. Isto é, os seus membros
institucionais, desde a Assembleia Municipal até ao Executivo são eleitos por
nós. Mais, os seus funcionários são públicos – o que quer dizer que, pelo
procedimento administrativo, mesmo visando a conveniência individual privada,
acima de tudo, nas decisões, deve prevalecer o interesse geral de toda a
comunidade- e são pagos por todos nós. Logo, sempre que os direitos de um
qualquer cidadão estejam a ser violados, se nós fôssemos verdadeiros “civitas”,
entenderíamos esta afronta como se fosse a nós mesmos e não permitiríamos que
acontecesse. Não tenhamos dúvidas de que as maiorias dos incumprimentos dos
muitos serviços públicos acontecem porque nós deixamos que seja assim. Se todos,
em espírito solidário, partilhássemos um pouco das dificuldades de todos, as
nossas, quando acontecessem, seriam do mesmo modo partilhadas colectivamente e
mais leves nas nossas costas.
Em resumo, o que quero dizer
é que este desleixo, esta desconsideração, este “deixa correr” da edilidade
perante o cidadão José Manuel Aguiar também nos atinge.
Assim sendo, a bem de um
relacionamento que se pretende salutar e com base no princípio da confiança, e
pugnando por um direito legítimo, solicitamos com urgência que a Câmara
Municipal de Coimbra mande cumprir o estipulado.
António Luís Fernandes Quintas
António Luís Fernandes Quintas
9 comentários:
antes de mais quero felicitar vossa excelência, pelo seu blog, e estar indignado pela resignação do povo de Coimbra no caso, e do povo Português de uma forma geral,mas é este o país que temos, é este povo que somos. Mas agradecia que continua-se a sua luta, eu vou dar o apoio possível...
obrigado. não o conheço mas agradeço o seu civismo
espero que este artigo seja publicado no Diário de Coimbra.
Um editorial que merece ser divulgado por todos!!
José Eduardo Simões, presidente da Académica/OAF e ex-director de urbanismo de Coimbra, está em risco de ser preso, por alegada corrupção passiva, na sequência de uma decisão, tomada hoje pelo Tribunal da Relação, que agravou a pena aplicada ao arguido em primeira instância, disseram fontes judiciais ao “Campeão”.
E o atual tb vai lá parar
E NÃO É SÓ O DR. AGUIAR É UMA RUA INTEIRA.
NÃO ME IDENTIFICO POIS TEMO REPRESÁLIAS DESSES SENHORES SUCATEIROS
Falam, falam...
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