"Coimbra, 24 de Maio de 1979
[...]O escritor Dias de Melo, homem açoriano da Ilha do Pico, que trouxe para o conto, o romance, a crónica, a luta desatinada dos homens das Ilhas que formam o triângulo: Pico, São Jorge e Faial, dando dignidade humana ao homem que vai ganhando a vida e sempre a morte tanto no mar como em terra, ou em ambos, baleeiros e camponeses e outra gente sem condição, e que renegou sempre nos seus livros o turístico folclore literário -- esse escritor confessou-me na sua gigantesca humildade, numa carta sobre Raiz Comovida I: "Continuo sem encontrar palavras que lhe digam quanto Raiz Comovida me emocionou. Bastará talvez que saiba isto: o Ti Pascoal, impondo ao narrador o dever -- o compromisso -- de contar ao mundo aquelas realidades, teve influência enorme no prefácio, a que chamo "Compromisso", com que abro o meu livro Vinde e Vede [...] Mas, Cristóvão de Aguiar, Você foi mais longe do que eu. Você quebrou todas as amarras que ainda me prendiam. Regozijo-me -- sinceramente, muito sinceramente me regozijo por isso!" A Ilha do Pico, no seu mistério tamanho, ora se revelando escondendo ora se escondendo revelando-se, também tem o condão de fermentar e extravasar do peito de quem possui a estrela de a merecer instituída em seus olhos."
In Relação de Bordo (1964-1988),de Cristóvão de Aguiar, páginas 225 e 226.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
O Escritor Dias de Melo in "Relação de Bordo, diário ou nem tanto ou talvez muito mais" (1964-1988), de Cristóvão de Aguiar.
Publicado por Lapa às 10:40:00
Secção: AÇORES, Cultura, DIAS de MELO, ILHA DO PICO, Relação de Bordo I
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TANTO MAR
A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
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