sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Diário de Coimbra, 15 de Agosto de 2008: Mega operação da PJ permitiu deter sete suspeitos, apreender armas, droga e dinheiro.

Droga. Muita droga, dinheiro e bastantes armas. Uma “receita” apurada na última “incursão” que a PJ fez a bairros problemáticos de Coimbra. Somam-se sete detenções.

Este é o balanço da “Operação Planalto” que começou mal o sol nasceu, na passada quarta-feira, e se prolongou pela noite dentro. Os resultados são considerados positivos, sobretudo porque permitem, de acordo com fonte ligada à investigação, «trazer alguma tranquilidade a uma zona que, nos últimos tempos, tem andado bastante agitada». As detenções efectuadas, bem como as armas apreendidas, são sinal disso mesmo. Mais, a Directoria de Coimbra da PJ está convencida que terá apreendido as armas que foram usadas em recentes tiroteios verificados em zonas consideradas problemáticas da cidade, como o Planalto do Ingote, a Relvinha e a zona da antiga Estaco. «Com esta operação a PJ conseguiu o duplo objectivo de contribuir para a pacificação social destes bairros e para minorar o tráfico de estupefacientes», afirma aquela polícia.As operações desencadeadas quarta-feira mobilizaram praticamente todos os recursos da Directoria de Coimbra, que “requisitou”, ainda, reforços aos departamentos de Aveiro e Leira. Isto porque as buscas desdobraram-se em várias frentes, centrando uma particular atenção no Parque Nómada , situado junto ao Campo do Bolão, e também no Bairro da Rosa, com “desvios” pelo Bairro da Relvinha e Pedrulha, “absorvendo” ainda um acampamento das redondezas, junto à antiga fábrica da Estaco. No total foram, de acordo com fonte da PJ, efectuadas 11 buscas domiciliárias, mas também houve buscas em viaturas e em “campo aberto”, ou seja, em terrenos situados nas imediações das habitações, que têm funcionado como “despensa” dos alegados traficantes, nomeadamente na zona do Bolão, que debaixo da terra guardam droga e armas.A operação permitiu a apreensão de 3.200 doses individuais de cocaína, heroína e haxixe, com a primeira e liderar o “ranking” e a última a fechar. Alguma da droga já estava dividida em panfletos, pronta a ser vendida, enquanto outra ainda estava armazenada, em bruto. Foram ainda apreendidos 22.500 euros em dinheiro e vários objectos relacionados com tráfico de estupefacientes, como balanças de precisão e embalagens para acondicionar a droga.Investigação começouhá vários mesesA investigação começou há largos meses, na sequência de uma alteração verificada no “xadrez” do tráfico nesta zona da cidade, motivado pela detenção de dois dos elementos mais carismáticos do “negócio”. A sua substituição começou a gerar algum conflito entre traficantes, na luta pelo controlo do mercado. Um dado que teve reflexos visíveis e começou a causar manifesta preocupação. Sinal desse mau estar e da luta pela liderança do “negócio” terão sido as várias cenas de tiroteio que se verificaram nos últimos meses nestes bairros. Primeiro aconteceu na Relvinha. Seguiu-se a zona da Estaco, onde uma carrinha ficou “cravejada” de tiros. A terceira situação, mais recente, acabou por assumir uma visibilidade acrescida. Aconteceu dia 3 e o caso foi amplamente noticiado, motivando, de resto, a aceleração de um projecto de segurança previsto para o Planalto do Ingote, que entrou em vigor na semana passada.Situações que deram origem a vários inquéritos e “alimentaram” o trabalho dos investigadores da PJ e cujo desfecho principal (apesar de as investigações continuarem), aconteceu na quarta-feira. Armas terão sido usadas em três tiroteiosDurante as buscas efectuadas nas casas, viaturas e terrenos, a PJ recuperou várias armas, «algumas das quais terão sido usadas nos vários tiroteios» que recentemente assustaram a cidade, afirma fonte daquela política. Os invólucros recolhidos já se encontram no laboratório e falta agora realizar os exames de balística, para confirmar a suspeita.Entre as armas apreendidas encontra-se uma carabina, três espingardas caçadeiras, uma das quais tipo “shotgun”, bem como pistolas de 8mm e 6.35mm e ainda uma de 9mm. Esta última é uma das armas de referência das forças de segurança, que habitualmente a utilizam, sendo considerada uma arma de guerra. Aliás, a PJ presume que terá sido esta a arma usada nos disparos sobre a carrinha, junto à Estaco, uma vez que foram também apreendidos cinco carregadores (cada um com 10 munições), o que dá uma grande margem de tiro a quem a utiliza.As armas de menor porte (9mm, 8mm e 6.35) estavam enterradas nos terrenos limítrofes das casas do Bolão. A juntar às armas de fogo, a PJ apreendeu armas brancas, uma das quais de grandes dimensões, bem como um colete à prova de bala. Para localizar os artigos enterrados (droga e armas), a PJ contou com a colaboração de uma equipa cinotécnica da Brigada Fiscal da GNR. Entre as apreensões está também um multibanco portátil (sem fios), semelhante aos usados nos estabelecimentos comerciais, devidamente autorizado pelo Banco de Portugal, e que permitia resolver a eventual carência de dinheiro “vivo”, recorrendo ao cartão de crédito.

Tribunal manda suspeitos em liberdade.

Foram sete as detenções feitas pela PJ, algumas já com mandados do Ministério Público, outras em flagrante delito, uma vez que as circunstâncias de detenção apontavam para uma relação directa entre os suspeitos e a posse de droga e ou armas.Em causa estão quatro homens e três mulheres, com idades entre os 18 e os 55 anos, alguns dos quais com um histórico e “respeito” no mundo do crime. Com efeito segundo apurámos, um dos detidos tinha fugido há meses do Estabelecimento Prisional de Coimbra, onde cumpria pena por tráfico, roubo e sequestro. O homem, na casa dos 30 anos, refugiou-se durante uns tempos no Norte do país e regressou às origens há algum tempo. Já foi encaminhado de novo para a cadeia. Um segundo detido, com cerca de 40 anos, estava em liberdade condicional há pouco tempo, depois de ter cumprido pena por tráfico de droga. Os suspeitos foram ontem presentes a Tribunal, para primeiro interrogatório, operação acompanhada de perto por muitos familiares , que se mantiveram firmes junto do tribunal.

Ouvidos pelo juiz, seis dos suspeitos (evadido regressou à cadeia) foram devolvidos à liberdade, estando apenas obrigados a apresentar-se diariamente ou duas vezes por semana às autoridades policiais.

Manuela Ventura/ Diário de Coimbra.




Saíram em liberdade???????????????????????????????????????...

1 comentário:

Lapa disse...

O novo CPP não pode ser desculpa para estas libertações...

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006