O Largo do Leão! Assim denominado por via do leão de bronze que fazia parte integrante do monumento a Luís de Camões, outrora no largo defronte da casa do poeta Eugénio de Castro e agora relegado para um recanto ajardinado, no seguimento da mata do Jardim Botânico, mesmo à ilharga da empena do antigo CADC, hoje Instituto de Justiça e Paz. O leão de bronze não possui testículos. A ausência de tão importante apêndice anatómico constituiu para muitas gerações de estudantes motivo de chacota e de mote de gozo aos caloiros. Quando no princípio dos anos quarenta o camartelo iniciou a destruição da Alta, o monumento a Luís de Camões foi removido. O leão de bronze foi para o Pátio da Inquisição e anos depois para o átrio exterior da entrada da Associação Académica, no Palácio dos Grilos. No início da década de sessenta, após o novo edifício da AAC ter sido inaugurado, o leão de bronze foi trasladado para um recanto do jardim onde permaneceu até à reabilitação do monumento a Luís de Camões no local onde hoje se encontra.
Embora o local escolhido peque pela sua extrema humildade se comparado com a grandiosidade balofa do monumento erguido, nos Arcos do Jardim, ao Papa João Paulo II, é de louvar a lembrança das autoridades, creio que municipais. Só que as suas congéneres académicas deveriam ter decerto uma palavra a dizer. E esta seria a de que o monumento a Luís de Camões poderia muito bem ter sido reerguido no antigo local e reconstituído como dantes. Faltam os dois versos dos Lusíadas esculpidos em bronze no pedestal da estátua, sem os quais não se compreende a castração do animal esculpido em bronze:
Melhor merecê-los sem os ter
Que possuí-los sem os merecer.
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Eis um exemplo paradigmático de um texto de "Literatura Lusa-Ateniense".
Esta tipificação é destinada à melhor compreensão por parte de todos os adeptos da, digamos assim, "Teoria da Segmentação Territorial da Literatura Portuguesa"... :)))
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2 comentários:
Estaremos perante 3 ( apesar da ausência ser par) situações de censura?
Lapa: Obrigado pelo blog....defensor acérrimo da causa Aguiar... que merecia mais respeito e divulgação. Desconhecia completamente a obra de Cristóvão de Aguiar. Ass: Outro Forcalhense
Outro Forcalhense:
Um abraço Arraiano salpicado de mar...
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