segunda-feira, 13 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Cozinha de Escritores termina hoje. Algumas notícias da imprensa local.
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Secção: COIMBRA, Cozinha de Escritores, Notícias
sábado, 11 de julho de 2009
Cozinha de Escritores termina amanhã. Mais imagens do evento.
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Secção: COIMBRA, Cozinha de Escritores, Cultura
terça-feira, 7 de julho de 2009
A "Maria dos Caracóis", deu-se ao trabalho de copiar esta magnífica passagem do Relação de Bordo I (1964-1988) de Cristóvão de Aguiar.
Coimbra, 24 de Agosto de 1988 -
O telefone emudeceu. O carteiro não toca sequer uma vez. O vento não pára. Os remédios não remedeiam. A dor de cabeça não esmorece. O Sol esqueceu-se do ofício e meteu folga. O silêncio não se constrói nem me destrói. A música não apazigua. Os jornais gritam que não querem ser lidos. A esperança não esperneia. O calor tem frio. O frio tem fome. A fome tem sede. A sede está farta. As ideias embranqueceram. As palavras enlouqueceram num hospício de bolor esverdeado. O livro está atravessado no útero e não pede para nascer. Os amigos estão morrendo. A guerra nasce das entranhas do ouro negro. Os filhos não se deixam filhar. As filhas idem aspas, mas aspando. A poesia virou carraça em pêlo de cadelinha. A literatura teve mais sorte e caiu numa panelinha. A chuva esqueceu-se de se molhar. O corpo é um copo sem espírito de bebida. Os olhos suicidaram-se. A boca caiu na lixeira. As horas não oram. Os minutos não minutam nem deixam minutar a minuta de um sonho. O Sol sujou-se. O céu caiu de susto. O pesadelo não se assustou. O sonho sustou-se. Os olhos cabeceiam de sono. As mãos pediram memória a juro porque não pagam juros de mora. As pernas colunizaram-se sobre os pés. Os pés pediram tréguas e não sapateiam. A sapateia dançarilha no chão do longe. O longe é uma parte da partilha ainda espartilhada.
A saudade é uma Ilha rodeada de ti. A Ilha veio pernoitar em tua cama e lá se deixou noivar. Os mortos não se cansam de viver nem os vivos de apodrecer. A morte anda a cavalo nos ponteiros do relógio. O relógio faz que anda, mas, no íntimo, galopa. Os dias resfolgam nos cavalos da noite. A noite debate-se no crepúsculo caído. As nuvens entupiram os caminhos da viagem. A viagem perdeu o navio e deixou-se ficar no cais. O comboio não pára no apeadeiro que me coubeO bilhete que tirei tem uma data falsa. Todas as datas são falsas sobretudo as dos aniversários. Aniversariar é o modo conjuntivo desconjugado num tempo indefinido. Continuo esperando diante do espelho que a minha imagem espelhada se metamorfoseie na tua para nela me aposentar. O amor não se cansa. Assim seja!
Cristóvão de Aguiar in “Relação de Bordo” (volume 1)
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Secção: Relação de Bordo I, Textos avulsos
domingo, 5 de julho de 2009
+ Imagens da cozinha de escritores.
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Secção: COIMBRA, Cozinha de Escritores, Jornais, Notícias
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Diário Económico. 03-06-2009. Entrevista de Aguiar-Conraria.
"Devíamos baixar os impostos"
sexta-feira, 03-07-2009
Diário Económico
"Devíamos baixar os impostos"
O especialista em macroeconomia não culpabiliza este Governo, mas identifica pelo menos um erro crasso.
Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt
Luís Aguiar-Conraria, professor na Universidade do Minho, identifica os principais problemas da economia portuguesa e aponta alguns caminhos para a saída da crise.
DE- Como deverá ser o plano de saída da crise do próximo Governo?
AC- Portugal vive duas crises: a internacional, que começou no ano passado, e a nacional, que vinha desde 2001. As medidas para sair de uma crise, agravam a outra.
DE- Pode dar um exemplo?
AC- Todos os grandes investimentos do Estado - TGV, aeroporto, auto-estradas -, são a receita típica macroeconómica: em períodos de crise, com taxas de juro muito baixas, aumenta-se o investimento público. O problema desta solução é que vai agravar a crise nacional.
DE- Porquê?
AC- Se não existisse a crise internacional, Portugal precisava de investir fortemente em sectores de bens transaccionáveis, para exportar mais e importar menos. Com as grandes obras, aposta em sectores que não concorrem com o exterior.
DE- Em que é que o país se devia concentrar?
AC- Devíamos guardar o que temos para solidariedade, garantindo o acesso ao subsídio de desemprego para todos. Não podemos resolver a crise internacional, por isso devemo-nos preocupar com a nacional e evitar que milhares de pessoas entrem na pobreza. Em vez dos grandes investimentos públicos, devíamos praticar uma política expansionista: baixar os impostos, para aumentar o rendimento disponível.
DE- Mas se as pessoas pouparem mais, o consumo não cresce...
AC- É verdade. Mas se baixar impostos apenas aos mais pobres isso já não acontece. Por exemplo, criar um escalão negativo de IRS, para salários muito baixos em que as pessoas sejam subsidiadas pelo Estado, aumenta o consumo. Outra hipótese, adoptada no Reino Unido, é baixar o IVA apenas por um ano: para usufruir da baixa do IVA, os consumidores gastam.
DE- O que se pode fazer do lado das empresas?
AC- O IVA já tem um efeito: podem vender os produtos mais baratos, ou aumentar as margens de lucro. De resto, não há muitas mais possibilidades. As taxas de juro já estão o mais baixo possível.
- Quais são os principais desafios da próxima legislatura?
- O problema microeconómico é a falta de produtividade. O desafio macroeconómico é o brutal desequilíbrio externo, conjugado com o desemprego e o défice elevado. Não tenho a receita para isto. Sempre que penso numa política adequada para resolver uma destas frentes, parece-me que prejudica as outras. Eu não gostava de ser político.
- Este Governo deixou uma herança pesada?
- A herança é pesada. Mas se fosse outro Governo, também seria. Não o culpabilizo. Este Governo fez algumas reformas que podem ser positivas, como a da Administração Pública, consoante os resultados da implementação.
- E houve algum erro crasso?
- O erro mais óbvio foi ter-se avançado para o TGV. Não encontro nenhuma racionalidade económica.
Luís Aguiar-Conraria
Professor Auxiliar
Departamento de Economia
Universidade do Minho
http://aguiarconraria.googlepages.com/
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Secção: entrevistas, Notícias, PROFESSOR AGUIAR-CONRARIA
quarta-feira, 1 de julho de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
TANTO MAR
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006






























