
«A vida é feita de nadas: de grandes serras paradas à espera de movimento» (Miguel Torga)
A II Concentração Internacional Porsche Fans Portugal organizada pelo Porsche Fans Portugal vai percorrer o concelho do Sabugal no fim-de-semana de 29 e 30 de Novembro.
Os participantes jantar, a primeira refeição em terras raianas, está marcado para o RaiHotel seguido de um passeio a pé pela noite sabugalense.
No sábado a concentração está marcada para às 10 horas no Largo do Castelo do Sabugal com um briefing para todos os participantes seguido de uma recepção e boas-vindas por um representante da Câmara Municipal do Sabugal.
Às 11 horas a caravana parte em direcção ao complexo das Termas do Cró estando prevista uma breve paragem para visita ao local. O passeio continua em direcção a Ruivós com paragem para um Porto de Honra na sede da Associação dos Amigos local.
A Aldeia Histórica de Vilar Maior é a paragem seguinte com visita ao Museu e Igreja Matriz. O almoço está marcado para o Restaurante «Beto Martins» no Soito.
Às 15 horas será dada a partida para o primeiro carro da Prova de Regularidade que irá unir as Praças de Touros do Soito e de Aldeia da Ponte.
Após o reagrupamento de todos os participantes será tempo de rumar à Sacaparte para disputar uma prova de Slalom no parque de estacionamento com entrada livre.
No final um pequeno pulo até Espanha onde a caravana será recebida pelo Alcalde de La Albergueria de Argañan e presenteada com uns petiscos à moda espanhola.
O jantar está marcado para o Restaurante Robalo (Sabugal) com entrega de prémios (colaboração da Habisabugal) relativa à prova de regularidade e slalom. A noite será livre para passear pelo Sabugal.
No domingo, 30 de Novembro, a caravana sairá do RaiHotel às 10 horas com destino a à aldeia acastelada de Vila do Touro. A comitiva fará uma visita ao miradouro da capela da Senhora do Mercado (séc. XIV) e portal do Castelo de Vila do Touro.
Saída em direcção a Águas Belas e descida pelas belas paisagens da encosta em direcção a Quarta-feira no sopé do imponente Monte de São Cornélio com paragem para um pequeno passeio a pé pela aldeia e visita à queijaria tradicional local.
E é chegada a hora de subir até à Aldeia Histórica de Sortelha onde os participantes serão recebidos para um Porto de Honra com visita ao Castelo Medieval finalizando, assim, a passagem pelos cinco castelos da raia sabugalense.
Os Porsche (e os Ferrari) rumam, de seguida, ao Sabugal fazendo uma passagem de agradecimento e despedida pelas ruas principais da sede do concelho seguindo depois em direcção a ao Viveiro das Trutas de Quadrazais para onde está marcado o almoço de domingo.
Após a refeição será feita uma distribuição de lembranças e o encerramento da II Concentração Internacional Porsche Fans Portugal e o regresso a casa de todos os participantes.
A título de curiosidade podemos acrescentar que a poucos dias do fecho das inscrições os espanhóis do TodoPorsche Clube de Madrid tinha confirmados 14 Porsches e quatro Ferraris e o SoloPorsche de Madrid um Porsche.
Organização
Porsche Fans Portugal
As inscrições podem ser feitas na página oficial do Porsche Fans Clube Portugal:
http://www.porschefansportugal.net/eventos-porsche-fans-portugal-f16/ii-concentracao-i-porsche-fans-29-30-nov-sabugal-t1543.htm
Capeia Arraiana (media partner): http://capeiaarraiana.wordpress.com
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
II Concentração Internacional Porsche Fans Portugal no concelho do Sabugal. 29 e 30 de Novembro de 2008.
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sábado, 15 de novembro de 2008
Uma Lança na América, Luís Aguiar-Conraria, Público, Sexta, 14 de Novembro de 2008


Em Fevereiro, Pacheco Pereira escrevia na revista Sábado que Obama era um “produto da fábrica de plástico”, “politicamente correcto na cor, nem muito preto, nem muito branco”. Admito que, para padrões portugueses e brasileiros, Obama seja considerado mulato. No entanto, para padrões norte-americanos, Obama é negro. Se Obama tem a cor certa, é difícil entender como conseguiram os anteriores 43 presidentes ser eleitos com a cor errada. Na realidade, Barack Hussein Obama não só tinha a cor errada como também tinha o nome errado. Negar isto é desconhecer a realidade. Nos Estados Unidos, a probabilidade de um negro estar preso é oito vezes maior do que a de um branco, a probabilidade de estar desempregado é o dobro e os que estão empregados ganham salários muito mais baixos. Claro que podemos e devemos perguntar se o racismo explica tudo ou se também devemos apontar o dedo à população negra.
Em 2004, Marianne Bertrand e Sendhil Mullainathan levantaram um pouco o véu sobre esta questão, conduzindo uma experiência de campo. Marianne e Sendhil enviaram mais de 5000 currículos vitae falsos como resposta a 1300 anúncios de emprego. A alguns currículos deram nomes tipicamente “brancos”, como Emily e Greg, enquanto os outros ficavam com nomes tipicamente “negros”, como Jamal ou Lakisha. Sem surpresa, concluíram que um candidato negro com exactamente as mesmas qualificações profissionais e académicas que um branco tem muito mais dificuldades em encontrar emprego. Verificaram também que quanto mais qualificada a profissão a concurso maior a discriminação.
Os professores Roland Fryer, Jacob Goeree e Charles Holt levaram a cabo um jogo que ilustra as causas e consequências de tais injustiças. Repartiram os alunos entre empregadores, trabalhadores verdes e trabalhadores roxos. Cada trabalhador começa cada round com um nível de educação zero e tem a opção de comprar, ou não, educação. Os custos dessa compra variam de trabalhador para trabalhador e de forma aleatória. De seguida, cada trabalhador faz rolar dois dados de seis faces. Com base nos dados, é-lhe atribuída uma classificação. Quem tiver adquirido educação tem 25% de hipóteses de ter nota alta, 50% de ter nota intermédia e 25% de ter nota baixa. Para quem não investiu, as probabilidades são de 3, 28 e 69%, respectivamente. Finalmente, o empregador decide se contrata o trabalhador ou não. No entanto, apenas observa duas variáveis: a cor do trabalhador e o resultado do teste. O empregador ganha dinheiro se contratar alguém com educação e perde se contratar alguém sem educação. O procedimento é repetido 20 vezes. A única constante ao longo dos 20 rounds é a cor de cada trabalhador.
Numa dessas experiências, por mero acaso, os custos do investimento em educação foram maiores para os trabalhadores roxos nos três primeiros rounds. Esses custos acrescidos induziram estes trabalhadores a investir menos. A partir do quarto round, os empregadores deixaram de contratar trabalhadores roxos, enquanto os trabalhadores verdes eram quase sempre contratados. De nada servia aos roxos investirem em educação. Eram pura e simplesmente rejeitados. No fim do jogo, os ânimos estavam exaltados. Os roxos queixavam-se de discriminação. Os empregadores acusavam os trabalhadores roxos de serem de pouca confiança e de não investirem em educação. Um dos roxos retorquiu que deixou de gastar dinheiro a adquiri-la, porque raramente era contratado.
Ou seja, num ambiente absolutamente controlado, em que verdes e roxos partiram em igualdade e em que no início de cada round todos voltavam a estar nas mesmas circunstâncias, rapidamente se criou uma sociedade segregacionista com trabalhadores verdes educados e a trabalhar e com trabalhadores roxos, sem instrução, revoltados e desempregados.
Se isto acontece neste ambiente, imagine-se a realidade, com condições desiguais causadas por séculos de História de discriminação racial. É um ciclo vicioso da baixa instrução, baixos salários, elevado desemprego e alta criminalidade. A vitória de Barack Obama é notável e é uma estultícia desvalorizá-la. Felizmente que os americanos perceberam isso e não desperdiçaram a oportunidade de fazer História, dando um passo para uma América pós-racial.
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sábado, 8 de novembro de 2008
APE: Grande Prémio de Literatura Biográfica para o livro "Diário Quase Completo", de João Bigotte Chorão.
O Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da Câmara Municipal de Castelo Branco foi atribuído ao livro "Diário Quase Completo", de João Bigotte Chorão, anunciou hoje a APE em comunicado.
A decisão de distinguir esta obra, publicada pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda, foi tomada por maioria de um júri presidido por José Correia Tavares (vice-presidente da APE) e constituído pelo professor universitário Artur Anselmo, a vice-reitora da Universidade de Coimbra, Cristina Robalo Cordeiro, e professora e ensaísta Clara Rocha (que votou na obra "Raul Proença - Vols. I e II", de António Reis).
No valor de 5.000 euros e patrocinado pela Câmara de Castelo Branco, o prémio, que se pretende bienal, abrangeu excepcionalmente um período mais alargado, entre 2000 e 2007, e admitiu a concurso 85 obras de escritores portugueses, nas áreas da biografia e autobiografia, memórias e diários.
Nas quatro anteriores edições, o Grande Prémio de Literatura Biográfica da APE foi atribuído a obras de Maria Teresa Saavedra, Eduardo Prado Coelho, Norberto Cunha e Cristóvão de Aguiar.
ANC.
Lusa/fim
João Bigotte Chorão:
Data de Nascimento: 18 de Outubro de 1933
Naturalidade: São Vicente (Guarda), Portugal
Alguns dados biográficos
João Bigotte Chorão, tido como um "especialista" de Camilo (a quem consagrou muitos escritos), na sua crítica e no seu ensaísmo - definidos já como "humanistas" - privilegia valores estéticos, não desligados porém de valores éticos. O seu Diário, pela contenção verbal e tensão interior, tem sido aproximado do de Miguel Torga, de quem, aliás, se confessa devedor.
Artigos, crónicas e ensaios seus estão, muitos deles, dispersos por jornais e revistas.
Colaborou com numerosos artigos em enciclopédias e dicionários de literatura e evocou autores vários em livros in memoriam.
Escreveu prefácios ou posfácios para obras de Leopardi, Garrett, Camilo, Eça, Trindade Coelho, João de Araújo Correia, Fernanda de Castro, Francisco Costa, Tomaz de Figueiredo, Domingos Monteiro, João Mendes, Couto Viana, Fernando de Paços, Júlio Pomar e Camilo de Araújo Correia.
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domingo, 2 de novembro de 2008
13.ª Festa do Livro Coimbra. Outra iniciativa de Adelino Castro e a Calendário das Letras.


Preços em baixa
deixam livro em alta
Há de tudo um pouco. Obras que venderam muitos exemplares, outras que ficaram aquém das expectativas. Livros que foram muito procurados e folheados, outros que se amontoaram nos escaparates sem convencer quem passou pelas livrarias. Agora, estão todos reunidos, desde ontem e durante os 30 dias de Novembro, nas bancas montadas na tenda instalada na Praça da República. Lá podem encontrar-se livros infantis, mas também especializados. Há romances, policiais, biografias e muito mais.
Os preços são bastante convidativos. Com 75 cêntimos já se pode levar um livro para casa, mas há edições – «obras especiais, álbuns e livros mais recentes que têm alguma promoção» - que ultrapassam os 10 euros. A Festa do Livro de Coimbra, que já vai na 13.a edição, foi ontem inaugurada. Recorde-se que esta iniciativa se realizou, pela primeira vez, em 1995, nas instalações do ITAP (Instituto Técnico Artístico e Profissional) de Coimbra, mas também já teve lugar na Casa Municipal da Cultura e no Edifício Chiado, antes de se fixar na Praça da República.
Organizado pela empresa Calendário de Letras, o certame apresenta, este ano, uma novidade. Em virtude de se terem registado fenómenos de concentração editorial, que levaram ao desaparecimento de muitas pequenas e médias editoras, integradas em grandes grupos, a Festa do Livro de Coimbra exibe mais de 100 mil livros. Muitos destes - descatalogados, em fim de edição ou mesmo em saldo - deixaram de ter espaço disponível nas livrarias tradicionais e nas grandes superfícies livreiras.
Aberta todos os dias, entre as 10h00 e as 20h00, a Festa do Livro pretende, segundo Manuela Castro, da empresa organizadora, continuar a ter «enorme sucesso». «Neste espaço, o livro está em festa, com preços baixos, alguns de saldo mesmo e com promoções», acrescentou, antes de reforçar que «as pessoas encontram aqui o que já não encontram nas livrarias», pois, reafirmou, «ao que se edita, neste momento, em Portugal não há espaço compatível para manter, por muito tempo, estes livros e estas novidades nas livrarias».
Assegurando que os visitantes vão encontrar livros que «nem tiveram a oportunidade de conhecer e ver nos escaparates», Manuela Castro assegurou existirem «livros para todos os preços e bolsas». «Já que existe a crise, estes espaços têm, cada vez mais, razão de ter êxito», assumiu, antes de revelar: «Penso que os preços são discutíveis. O livro, por vezes, é muito barato quando comparado com outras coisas». A perspectiva para a edição 2008 é «positiva».
«Coimbra foi a primeira cidade portuguesa a organizar este tipo de espaço de livros, que, hoje, muita gente faz», disse Manuela Castro, afirmando que é «uma possibilidade de estudantes e jovens chegarem aqui e conseguirem literaturas por baixo preço». Por fim, a organizadora do evento revelou que, «cada vez mais, temos razão em fazer estas iniciativas, porque as pessoas vão ficar com livros que, de outra maneira, ao fim de dois anos, os editores tinham nos armazéns e faziam desaparecer».
João Henriques/ Diário de Coimbra 02-11-2008
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domingo, 26 de outubro de 2008
A melhor da semana...
- A senhora aceita um uisque?
- Não posso. Faz-me mal às pernas...
- As suas pernas incham?
- Não. Abrem-se...
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Secção: Anedotas
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A Tabuada do Tempo, de Cristóvão de Aguiar. Crítica de Cláudia Gameiro.
O primeiro olhar foi de desafio, quase de inveja pelas palavras ditas quase em sintonia com uma música de fundo, nunca presente mas sempre desperta. Depois veio a viagem, veio a lembrança, veio a presença por se estar a pisar os mesmos terrenos, as mesmas angústias. Ser-se ilha não é ser-se pequeno, é um estado de espírito que acompanha quem amou a terra onde nasceu e aprendeu a ser-se, a ver-se, diante de uma paisagem. Nos dias que se percorrem, saborando quase sempre a instabilidade do tempo, encarna-se uma audacidade também ela temperamental e procura-se um objectivo nas palavras do quotidiano.
Para ler com uma grande vontade de saborear, nunca de entreter...
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Secção: A Tabuada do Tempo, críticas literárias
sábado, 11 de outubro de 2008
COIMBRA 2008
ALGUNS FACTOS:
1- "Stand", depósito ilegal de automóveis legalmente inexistente. ABERTO AO PÚBLICO.
2- Instalado em "terreno para construção" Caído do céu (inscrição originária- não proveniente de qualquer artigo) depois de uma expropriação por utilidade pública?
3- Ausência de qualquer licenciamento, quer de edificação, quer de actividade comercial.
4- Cabovisão instalada e licenciada, no interior deste "terreno", nestas circunstâncias pela, Câmara Municipal de Coimbra.
5-Desvio clandestino de águas pluviais provenientes o IC2, directamente para a parede de um posto de transformação de electricidade, em zona de cheia,com manilhamento, sobreposição de terras e asfalto.
6-Não foi instaurado qualquer processo de contra-ordenação aos infractores.
7- Edificação implantada em zona de estrada, quer a nascente - IC2, quer a poente - Câmara Municipal de Coimbra.
8- Elevação do solo em 1,5m e sua total impermeabilização com asfalto em zona de cheia.
9- Remoção de terras, terraplanagem e depósito de entulhos no talude de segurança do IC2.
10- Tudo isto foi e é possível numa zona movimentadíssima da cidade de Coimbra - Estação Velha / Coimbra-B.
11- Atentado ambiental, urbanístico, à segurança, à lei em vigor, aos cidadãos lesados, à cidade e aos munícipes em geral.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008
CORRUPÇÃO: A IMPRENSA LIVRE É CENTRAL NO COMBATE. Por Aguiar-Conraria in Público, 10-10-2008

Apenas me dei conta da extensão do problema quando soube que Roberto Dell’Anno tem trabalhos publicados sobre o nosso país. Quanto até um professor de uma universidade do sul de Itália se aplica a investigar a corrupção em Portugal, podemos estar certos de que o problema atingiu dimensões consideráveis. As consequências da corrupção generalizada são conhecidas: é socialmente injusta, reduz a produtividade do sector público e cria distorções na economia privada, levando a más afectações de recursos e reduções no investimento. Tudo se traduz num crescimento económico mais baixo. Os efeitos são tão graves que o Banco Mundial declarou a corrupção como o maior obstáculo ao desenvolvimento económico e social.
Sabe-se quais os ambientes por onde os corruptos se movimentam. Em primeiro lugar, para haver subornos é necessário que haja agentes do Estado com poderes discricionários. Ou seja, alguém tem o poder de tomar decisões que influenciam a vida das pessoas e empresas. Em segundo, essas decisões têm de ter um valor económico, caso contrário não valia a pena pagar subornos. Finalmente, os corruptos gostam de instituições políticas, administrativas e judiciais fracas. As nossas leis e instituições são terreno fértil para a corrupção, parecendo ter sido criadas com esse propósito. Basta pensar nos investimentos avultadíssimos que ficam à espera de uma decisão administrativa para os desbloquear. Com administrações politicamente comprometidas, com uma polícia que não investiga e com tribunais que não funcionam um cidadão fica desprotegido. Paolo Mauro, num artigo do FMI, alerta para o perigo de se cair num equilíbrio armadilhado em que todos ficariam melhor se se acabasse com a corrupção, mas em que ninguém, individualmente, lhe pode fazer frente. Para sair desta armadilha, Aymo Brunetti e Beatrice Weder, prestigiados economistas suíços, elegem a imprensa livre como elemento central no combate à corrupção. Com uma imprensa descomprometida e competitiva, quanto mais generalizada a corrupção, maior o incentivo de um jornalista para investigar e denunciar.
Infelizmente, em Portugal, o quarto poder não conta. Incrédulo, tenho assistido à saga do meu irmão José Manuel de Aguiar, advogado de Coimbra, que, usando as suas prerrogativas de munícipe empenhado, tem vindo a denunciar situações de óbvia ilegalidade e de corrupção na sua cidade. No seu blogue, “Podium Scriptae”, e depois de apresentar queixa no ministério público, apresenta documentos, fotografias, indícios de falsificação de documentos oficiais. Enfim, um sem número de indícios óbvios de corrupção espera que as autoridades ou algum dos jornais locais, como o “Diário de Coimbra” ou o jornal “As Beiras”, pegue no assunto e investigue. No entanto, uma noite de silêncio abateu-se sobre as suas denúncias. Imagino que o mesmo se passe em outras cidades do país.
Há duas semanas apercebi-me da extensão do problema quando li que o director do jornal Público foi ameaçado pelo Primeiro-Ministro antes de denunciar as peculiaridades que envolviam a licenciatura de José Sócrates. Disse o chefe de governo: “Fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos ver se isso não se altera.” Esta ameaça é temível porque, obviamente, as decisões de um governo valem fortunas e não há empresa que lhes possa escapar. Sabemos agora que os mais altos responsáveis políticos pressionam os media de formas indignas de um regime democrático. Se nada acontece quando o primeiro-ministro ameaça o director de um jornal, o que não se passará por esse país fora? Também ficámos a saber que na Câmara de Lisboa comprava cumplicidades oferecendo casas a artistas e jornalistas. Entre os envolvidos, encontramos o filho de um ex-Presidente da República, um ex-ministro, um ex-Primeiro-Ministro e um ex-Presidente da República. Naturalmente que, com jornalistas cúmplices, dificilmente há jornalismo de investigação. É pena, o país agradecia.
Corrupção
Luís Aguiar-Conraria
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Secção: CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA URBANISMO, COIMBRA, HISTÓRIA DE PORTUGAL, Notícias, PROFESSOR AGUIAR-CONRARIA
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
INUNDAÇÃO POSTERIOR ÀS QUEIXAS.
Para conhecer em pormenor veja-se a secção Câmara Municipal de Coimbra Urbanismo, das mensagens antigas para as mais recentes estão numeradas.
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TANTO MAR
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
