quarta-feira, 5 de março de 2008

domingo, 2 de março de 2008

"BRAÇO TATUADO", crítica literária de Beja Santos in semanário "O Ribatejo" 08-02-2008.

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[...] " Cristóvão de Aguiar combateu na Guiné entre 1965-1967. É um momento crucial em que o PAIGC começa a demolir e a rechaçar as posições no leste e norte da Guiné, cultivando e ocupando territórios onde as tropas portuguesas nem sempre podiam ir e quando iam era por curta permanência. "Braço Tatuado, Retalhos da Guerra Colonial" (Publicações Dom Quixote, 2008) é um relato poderoso de quem está a fazer a guerra na região este, acima de Bafatá.

O relato dos horrores da guerra: executar um inimigo que serviu de guia e depois escrever no relatório que foi abatido por tentativa de fuga no teatro de operações. Guerra significa também misteriosas relações de poder: ameaças de punição, desautorização, desacreditação. Os soldados podem chamar-se Barrancos, Vila Velha, Cartaxo, Pombal. O capitão chama-se Carvalho e o alferes Mendonça. Pelo nome se conhece a classe e a hierarquia. Fazem-se patrulhamentos, batidas, emboscadas e golpes de mão. Há feridos em combate e acidentados em combate. Temos depois as alquimias dos relatórios, é nessa prosa que um desastre se torna num retumbante feito militar.

Cristóvão de Aguiar fala em Mário Soares, um célebre comerciante português de Pirada que, produto das circunstâncias, tem bom relacionamento com os guerrilheiros. É através de Soares que se dão e obtêm informações. Temos depois os comportamentos bizarros, os actos de heroísmo, as manhas, os oportunismos, o autor deambula pela guerra, satiriza, caustica, observa costumes, pega nos pontos altos e obscuros da alma humana, nas cartas que não chegam, na solidão, na perda do autodomínio, na bebedeira, no inesperado suicídio. Sete anos depois a guerra acaba.

Narrativas como a de Cristóvão Aguiar lembram-nos que há feridas que se mantêm abertas. Virá o dia em que todos estes apontamentos e testemunhos serão tomados em conta como episódios de uma História de Portugal ainda desvanecida. Até lá, bons testemunhos e bons escritos como o de Cristóvão de Aguiar precisam de ser reconhecidos pelos seus contemporâneos como textos de sofrimento que as novas gerações precisam de conhecer. Em Portugal e em África, pois claro."

In semanário O Ribatejo, por Beja Santos

"Braço Tatuado", de Cristóvão de Aguiar, crítica literária de Gonçalo Mira, in Orgia Literária. 28.2.2008

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por Gonçalo Mira.
"Braço Tatuado tem um subtítulo que é, ao mesmo tempo, uma descrição da obra: Retalhos da Guerra Colonial. Este romance de Cristóvão de Aguiar, agora publicado numa nova versão pela Dom Quixote, havia sido publicado como parte do livro Ciclone de Setembro de 1985 e depois como romance independente, já com este título, em 1990. O autor esteve, entre 1965 e 1967, na Guiné, onde viveu experiências que serviram de matéria-prima para este romance.

A guerra colonial é vista frequentemente como um absurdo, como algo que não fez sentido. Pelo menos é essa a imagem que passa dos relatos de muitos ex-combatentes. Eram homens perdidos, que não sabiam porque estavam ali nem para quê. Braço Tatuado não foge a esta visão da guerra. Contudo, será bastante mais interessante analisar esta constância do ponto de vista do estudo sobre a guerra do que do ponto de vista do estudo sobre a literatura. O que é realmente importante não é o facto de as obras terem a mesma visão, mas sim que os combatentes tenham a mesma visão. Serve isto para defender o romance de acusações de falta de originalidade. Não é isso que está em causa aqui. Primeiro, porque todos os documentos sobre a guerra (ou qualquer outro acontecimento histórico) são importantes, se forem bem feitos – o que é o caso – e nunca os há que cheguem. Segundo, porque existe, de facto, originalidade nesta obra. Existe originalidade no tom, na forma como são contados os acontecimentos, no tratamento do tempo, no tratamento da linguagem.

Ao longo do romance, vamos acompanhando os episódios mais marcantes da companhia 666, narrados na primeira pessoa pelo alferes Mendonça. Estes retratos da guerra, ou retalhos como sugere o título, não espelham outra coisa que não o já falado absurdo. Não só o absurdo de quem foi chamado para uma guerra que não queria fazer, mas também o absurdo de quem olha à distância: neste caso, nós leitores. O mérito não está em fazer-nos sentir o que os soldados sentiam, até porque isso seria, provavelmente, impossível. O mérito é o de nos fazer ver o absurdo sem dizer que é absurdo. O próprio leitor cria as suas legendas para aquelas imagens, mesmo sem perceber as personagens. E uma vez mais, isto não deve ser entendido como uma crítica à obra. Não perceber as personagens é uma incapacidade do leitor que nunca viveu uma situação minimamente semelhante àquela. É uma incapacidade perfeitamente legítima. A maioria dos leitores encontra-se nesta situação: são espectadores atentos de algo que não conseguem compreender. E se numa leitura mais superficial poderia parecer absurdo admirar algo que não se compreende, com um pouco de reflexão e predisposição, tal facto é perfeitamente aceitável. Há certas coisas que nunca compreenderemos. É inevitável. Nenhum ser humano poderá saber e compreender tudo. Mas isso não deve impedir ninguém de admirar. Essa é a grande vantagem da arte."

por Gonçalo Mira

14- Câmara Municipal de Coimbra, DEMOLIÇÃO DE STAND ILEGAL PRAZO: 90 DIAS) Despacho de 28-02-2007. Não deixe de consultar a secção Urbanismo da CMC.

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O douto despacho do Engenheiro Luís Godinho está a ser indevidamente protelado em detrimento dos munícipes cumpridores... Já passou um ano! BASTA!

Braço Tatuado, Jornal Público 28-02-2008.

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sábado, 1 de março de 2008

17 Perguntas a Cristóvão de Aguiar. SEMANÁRIO O DESPERTAR 29-02-2008:

17 PERGUNTAS A CRISTÓVÃO DE AGUIAR

Cristóvão de Aguiar, 67 anos
Nasceu na Ilha de São Miguel, nos Açores, e tem actualmente residência em Coimbra e Ilha do Pico. É escritor. É divorciado e tem três filhos
E-mail: cristovaodeaguiar@gmail.com

Melhores recordações da infância: R: Vivo ainda nesse reino encantado!

O que mais aprecia nos seres humanos? R: A amizade

E o que mais detesta? R: Hipocrisia

Coimbra em três palavras: R: Cidade do coração

O governo em três palavras: R: Não há alternativa credível

Portugal tem futuro? R: Tem, se o merecer e trabalhar

O melhor do mundo é (são): R: Os livros…

Onde está o mal deste mundo? R: O desconcerto entre as nações, as guerras, o terrorismo e as alterações climáticas

Três títulos para uma primeira página ideal: R: Palestinianos e Israelitas finalmente em paz!
Terminou a guerra no Iraque! Americanos Levantam Bloqueio a Cuba

A fórmula do sucesso: R: Suor, muito trabalho e alguma sorte também

Desporto favorito: R: Andar a pé…

Filme que gostaria de rever 10 vezes: R: A Quimera do Ouro

Uma data marcante (a nível pessoal): R: 8 de Setembro

Uma data marcante (país): R: 25 de Abril

Uma data marcante (mundo): R: 11 de Setembro

Um sonho por concretizar: R: Todos…

Um pesadelo que o atormente: R: A morte…

29.02.08

CW: Zilda Monteiro

NOTÍCIA: Professor Aristides Duarte, do Soito-Sabugal, Escreve Memórias do Rock Português. Diário as Beiras, 1 de Março de 2008.

COM PREFÁCIO DE ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO DOS UHFA obra poderá ser adquirida directamente ao autor através do endereço de e-mail akapunkrural@gmail.com ou através do telemóvel 962929908.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

CINCO QUINAS: Mestre Fernando expõe no Museu Municipal do Sabugal

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Fernando Monteiro Fernandes artesão natural do Soito, manteve durante todo o mês de Fevereiro uma exposição com obras executadas em ferro, madeira e granito.

Esteve patente ao público, na sala de exposições temporárias do Museu do Sabugal, desde 02 de Fevereiro até 02 de Março de 2008, uma exposição de trabalhos em ferro forjado, madeira e pedra da autoria de Fernando Monteiro Fernandes.
Fernando Monteiro trabalha o ferro com mestria na sua oficina na vila do Soito e apresentou-nos um conjunto de obras escultóricas dotadas de imensa originalidade e denotando uma incrível inspiração, talento e trabalho valoroso.
A exposição foi inaugurada no dia 02 de Fevereiro de 2008, pelas 16h00. Na abertura o Presidente do Conselho de Administração da Sabugal +, E.M., Norberto Manso, tomou a palavra para agradecer ao artista e aos muitos amigos que a ele se quiseram juntar. «O Mestre Fernando Monteiro Fernandes trabalha o ferro como ninguém e, mais recentemente, levantou asas para outros voos, tendo-se aventurado no trabalho da madeira e da pedra», disse Norberto Manso, elogiando o trabalho que tem realizado e cujas obras já estão espalhadas internacionalmente. «O Fernando», disse ainda Norberto Manso, «onde põe as mãos nasce poesia e as aves levantam voo».
No final da sessão de abertura da exposição, Norberto Manso agradeceu, mais uma vez, ao artista e aos convidados bem como a todos os funcionários da Sabugal +.
Por sua vez, Fernando Monteiro Fernandes, agradeceu à Sabugal + a oportunidade de expor e a todos os amigos que a ele se quiseram juntar nesse dia. Seguiu-se um porto de honra para todos os presentes.
A exposição pôde ser visitada de terça a sexta-feira entre as 09h00 as 12h30 e entre 14h00 as 17h30 bem como nos fins-de-semana entre 14h30 as 17h30.


Por: M. D.

13- CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA, JOÃO REBELO PROTEGE INCUMPRIDORES, EM DETRIMENTO DA COMUNIDADE. NÃO DEIXE DE CONSULTAR A SECÇÃO: ILEGALIDADES.

JOÃO REBELO, A FACE DO URBANISMO COIMBRINHA E DA MANUTENÇÃO DOLOSA DESTE STAND ILEGAL À ENTRADA DE COIMBRA.
TEM VERGONHA! TRATA DE CUMPRIR E APLICAR A LEI, QUE É DO INTERESSE GERAL, E DEIXA-TE DE NEGOCIATAS SUSPEITAS E DILATÓRIAS.


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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

EXPOSIÇÃO DO ESCULTOR FERNANDO MONTEIRO FERNANDES ESTÁ PATENTE NO MUSEU DO SABUGAL ATÉ 2 DE MARÇO DE 2008

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O Museu do Sabugal apresenta entre 2 de Fevereiro e 2 de Março uma selecção de trabalhos em ferro forjado, granito e madeira de mestre Fernando Monteiro Fernandes. O Capeia Arraiana esteve na inauguração e aproveitou para estar à fala com o artista.






Fernando Monteiro Fernandes nasceu na freguesia do Soito, concelho do Sabugal, há 50 anos. Filho, neto e bisneto de ferreiros herdou a forja da família onde eram moldados e produzidos utensílios agrícolas para vender nos mercados. No sangue corre-lhe a arte dos seus antepassados mas agora utiliza-a para transformar o ferro em obras de arte originais e únicas.
A oportunidade surgiu e no sábado, 2 de Fevereiro, foi inaugurada no Museu do Sabugal a exposição temporária do mestre Fernando na presença de muitos admiradores e amigos. A mostra está aberta ao público até 2 de Março e reúne uma selecção dos seus melhores trabalhos. O visitante é surpreendido com a versatilidade do artista em trabalhar e conjugar materiais tão independentes como o ferro forjado, o granito da Beira e a madeira de castanho. Algumas peças são dinâmicas e com vida própria como, por exemplo, a metamorfose da meia-cara de Fernando em cinzeiro.
«Quando agarro o material em bruto nunca sei o que vai sair dali. Utilizo sempre materiais da região e trabalho peças únicas com vários tamanhos em madeira de castanho que é a mais linda de todas», diz-nos com simplicidade mas firme nas convicções. «É preciso entender a arte. É preciso ir ao encontro da arte. Eu gosto dos materiais que transformo dando-lhes uma nova vida», concretiza.
Fernando vive exclusivamente da venda dos trabalhos que cria e já passou por diferentes fases pessoais e profissionais. «Percorrer a vida faz-nos ter mais certezas. Quando nasceu a minha primeira filha ia de loja em loja vender os meus trabalhos. Agora já há mais reconhecimento da qualidade e do meu valor enquanto artista. Uma vez convenci um cliente a comprar-me um trabalho. Foi difícil. Ele não o considerava interessante. Mas acabou por levá-lo. Passado muito tempo voltei a encontrá-lo e ele disse-me: ‘Tinha razão. As pessoas quando entram na minha casa olham em primeiro para a sua escultura. Ninguém fica indiferente.’»
Fomos percorrendo a exposição e parámos numa peça que se interpôs na nossa conversa. «A esta chamo-lhe Atlântida Perdida. Fala dos descobrimentos e da epopeia marítima dos portugueses. Criar! Para mim não há palavra mais bonita. Utilizo os três elementos, ferro, madeira e granito e dou movimento criativo às peças provocando uma interacção entre o objecto e quem o observa. Quem conhece a minha obra tem tendência a procurar esses movimentos escondidos», explica-nos baixinho como quem desvenda um segredo.
Símbolo de uma mentalidade e de uma cultura particulares ligada à perenidade dos materiais revelando concepções estéticas muito particulares o artista sabugalense, Fernando Monteiro Fernandes, confessou a terminar um sonho: «Gostava de fazer uma exposição na Mãe-d’Água em Lisboa. Talvez um dia se concretize.»
jcl

in " À fala com... Fernando Monteiro Fernandes", no Blogue Capeia Arraiana, por José Carlos Lages. 10 de Fevereiro de 2008.

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006