

[…] O primeiro deles é “Com Paulo Quintela à Mesa da Tertúlia" , de Cristóvão de Aguiar, que se tem distinguido na ficção e na diarística (ainda agora lhe foi atribuído, pela segunda vez, o Prémio Miguel Torga), que acresce ao de Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, e de uma nova edição, refundida e aumentada, um testemunho significativo, sentido e bem escrito, sobre o homem, o intelectual e o combatente.
Um testemunho de quem o acompanhou bastante, sobretudo na última fase da sua vida – e é desta fase que o livro revela mais aspectos ou episódios desconhecidos, ou só conhecidos dos seus mais próximos. Dele resulta um expressivo retrato de Quintela, da sua dimensão humana e cultural, inclusive do seu carácter e forma de ser (de uma frontalidade por vezes bastante “difícil” para quem não o conhecia bem), do seu corajoso apoio às lutas estudantis pela liberdade, da sua relação com grandes amigos como Vitorino Nemésio (até ao fim) ou Miguel Torga (esta a certa altura “rompida”), etc.
Além disso, e ultrapassando o que o título sugere, o livro traça também a história do mais relevante de todo o percurso de Paulo, neto de um almocreve e oitavo dos dez filhos de um pedreiro e de uma padeira de Bragança, que pelo seu trabalho, esforço e talento se fez o que foi, sem nunca renegar as origens, antes delas se orgulhando. Do que são paradigmas as magníficas intervenções que fez em vários momentos relevantes, como, por exemplo, ao receber as insígnias doutorais ou ao ser homenageado quando lhe foi atribuída a Medalha de Ouro do Instituto Goethe.[...]
JVC, in Jornal de Letras, Artes e Ideias, 2006, n.º 935, página 18.
Alguém ouviu falar deste livro?
Aposto que a edição nem saiu dos caixotes que estavam depositados na livraria situada em frente das Escadas Monumentais e da cantina da Associação Académica de Coimbra...
Se duvidam, perguntem aos vossos livreiros.
Lapa.