sexta-feira, 12 de outubro de 2007
EX-LÍBRIS DE CRISTÓVÃO DE AGUIAR, POR RUY.
Publicado por
Lapa
às
00:17:00
3
comentários
Secção: curiosidades
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Um episódio respigado do livro Com Paulo Quintela À Mesa da Tertúlia, de Cristóvão de Aguiar

O Largo do Leão! Assim denominado por via do leão de bronze que fazia parte integrante do monumento a Luís de Camões, outrora no largo defronte da casa do poeta Eugénio de Castro e agora relegado para um recanto ajardinado, no seguimento da mata do Jardim Botânico, mesmo à ilharga da empena do antigo CADC, hoje Instituto de Justiça e Paz. O leão de bronze não possui testículos. A ausência de tão importante apêndice anatómico constituiu para muitas gerações de estudantes motivo de chacota e de mote de gozo aos caloiros. Quando no princípio dos anos quarenta o camartelo iniciou a destruição da Alta, o monumento a Luís de Camões foi removido. O leão de bronze foi para o Pátio da Inquisição e anos depois para o átrio exterior da entrada da Associação Académica, no Palácio dos Grilos. No início da década de sessenta, após o novo edifício da AAC ter sido inaugurado, o leão de bronze foi trasladado para um recanto do jardim onde permaneceu até à reabilitação do monumento a Luís de Camões no local onde hoje se encontra.
Embora o local escolhido peque pela sua extrema humildade se comparado com a grandiosidade balofa do monumento erguido, nos Arcos do Jardim, ao Papa João Paulo II, é de louvar a lembrança das autoridades, creio que municipais. Só que as suas congéneres académicas deveriam ter decerto uma palavra a dizer. E esta seria a de que o monumento a Luís de Camões poderia muito bem ter sido reerguido no antigo local e reconstituído como dantes. Faltam os dois versos dos Lusíadas esculpidos em bronze no pedestal da estátua, sem os quais não se compreende a castração do animal esculpido em bronze:
Melhor merecê-los sem os ter
Que possuí-los sem os merecer.
____________________________________________________________
Eis um exemplo paradigmático de um texto de "Literatura Lusa-Ateniense".
Esta tipificação é destinada à melhor compreensão por parte de todos os adeptos da, digamos assim, "Teoria da Segmentação Territorial da Literatura Portuguesa"... :)))
_______________________________________________
Publicado por
Lapa
às
19:01:00
2
comentários
Secção: Paulo Quintela, Textos avulsos
QUINTELA E OUTRAS "HISTÓRIAS", CRÍTICA LITERÁRIA DE JOSÉ CARLOS DE VASCONCELOS, DIRECTOR DO JL, Ano XXVI / N.º 935.

[…] O primeiro deles é “Com Paulo Quintela à Mesa da Tertúlia" , de Cristóvão de Aguiar, que se tem distinguido na ficção e na diarística (ainda agora lhe foi atribuído, pela segunda vez, o Prémio Miguel Torga), que acresce ao de Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, e de uma nova edição, refundida e aumentada, um testemunho significativo, sentido e bem escrito, sobre o homem, o intelectual e o combatente.
Um testemunho de quem o acompanhou bastante, sobretudo na última fase da sua vida – e é desta fase que o livro revela mais aspectos ou episódios desconhecidos, ou só conhecidos dos seus mais próximos. Dele resulta um expressivo retrato de Quintela, da sua dimensão humana e cultural, inclusive do seu carácter e forma de ser (de uma frontalidade por vezes bastante “difícil” para quem não o conhecia bem), do seu corajoso apoio às lutas estudantis pela liberdade, da sua relação com grandes amigos como Vitorino Nemésio (até ao fim) ou Miguel Torga (esta a certa altura “rompida”), etc.
Além disso, e ultrapassando o que o título sugere, o livro traça também a história do mais relevante de todo o percurso de Paulo, neto de um almocreve e oitavo dos dez filhos de um pedreiro e de uma padeira de Bragança, que pelo seu trabalho, esforço e talento se fez o que foi, sem nunca renegar as origens, antes delas se orgulhando. Do que são paradigmas as magníficas intervenções que fez em vários momentos relevantes, como, por exemplo, ao receber as insígnias doutorais ou ao ser homenageado quando lhe foi atribuída a Medalha de Ouro do Instituto Goethe.[...]
JVC, in Jornal de Letras, Artes e Ideias, 2006, n.º 935, página 18.
Publicado por
Lapa
às
16:11:00
2
comentários
Secção: críticas literárias, Livros, Paulo Quintela
À CONVERSA COM CRISTÓVÃO DE AGUIAR, NA LIVRARIA ALMEDINA ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA, 09-10-07
Publicado por
Lapa
às
00:03:00
2
comentários
Secção: Fotografias, Lançamentos
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Crítica Literária de Ruben P. Ferreira a: "A Tabuada do Tempo", de Cristóvão de Aguiar, na Revista Os Meus Livros, N.º 56, de 06-Outubro-2007.
The Arithmetic Table of Time
WRITER HUMANENESS
If in some periods one understands that that year may be 1996, in others the years fly away mingled with numerous references to past epochs, up to the moment of the formation of the convictions and of the first poems, or to the more recent melancholy attacks, amidst lectures in the Faculty. It is a diagram of the days and nights which is kept up in an essentially nostalgic register, at times revealing solved anguishes as time goes by or never. Anguishes for ever. A Time marked by the Author’s internal chronology, by the exposure implemented in the incapacity of becoming autonomous, in the ability of creating a work of art as never before. A time of oblivion combined with the effort, at times abstract, of wording that it is already understood (hidden) in the understanding of himself, of other people and the world.
Ruben P. Ferreira (Trad.)
CLICAR NA IMAGEM PARA LER A CRÍTICA LITERÁRIA
Publicado por
Lapa
às
00:06:00
3
comentários
Secção: A Tabuada do Tempo, críticas literárias, English Versions
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Obra de Cristóvão de Aguiar Censurada nas Livrarias dos Açores. Senhor Presidente Carlos César: Quid Iuris?


A livraria SOLMAR, de São Miguel, tem uma galeria de fotografias de autores açorianos onde figurava Cristóvão de Aguiar.
Digo figurava, porque a fotografia do CRISTÓVÃO de AGUIAR foi ostensivamente retirada...
Obrigado, livraria SOLMAR. De facto Cristóvão não pertence só aos escritores açorianos, pertence aos escritores Universais! Desafortunadamente, parece que existe la censura, que hay letras que no se desean ver difundidas. Eso va contra el elemental derecho de expresión. Mi solidaridad con Cristòvao y mi deseo de que esa situación cambie.
(Isabel Romana)Quanto a Cristóvão Aguiar, não vi nada sobre ele na minha recente visita aos Açores, de facto. Mas também para comprar um CD de José Medeiros foi complicado.
Talvez os Açores tenham que cuidar mais do seu património. Aliás, como todo o país, não é?
(SÃO)
A recente visita aos Açores (S. Miguel) revelou que o arquipélago não cuida dos seus escritores. Em nenhuma das livrarias que visitei em Ponta Delgada pude encontrar qualquer obra de CA. A justificação era de que estavam esgotados. Se assim for, retiro a minha conclusão inicial.
(Victor Alves).
R: Não, não estão esgotados..., antes pelo contrário!
Publicado por
Lapa
às
09:42:00
8
comentários
Secção: Polémica
sábado, 6 de outubro de 2007
PASSAGEIRO EM TRÂNSITO-1988 PASSAGEIROS EM TRÂNSITO - 2006

Não se compreende que as Publicações Dom Quixote publiquem um romance do escritor Agualusa com (quase) o mesmo título de um livro de Cristóvão.
Vejamos:
Passageiros em Trânsito, de Agualusa (2006);
Passageiro em Trânsito, de Cristóvão de Aguiar (1988 - 1994).
A diferença reside apenas no plural do primeiro. O romance de Cristóvão de Aguiar foi publicado em 1988. O de Agualusa em 2006.
O "PASSAGEIRO EM TRÂNSITO" é de Cristóvão de Aguiar.
HAJA RESPEITO!
Publicado por
Lapa
às
18:18:00
30
comentários
Secção: Polémica
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: CRISTÓVÃO DE AGUIAR DESPEDIU-SE HOJE DO BLOGUE "A DESTREZA DAS DÚVIDAS".
clicar no título vara ver texto original.
Publicado por
Lapa
às
18:19:00
8
comentários
Secção: Polémica
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Pré - publicação de excerto do livro: Miguel Torga o "Lavrador das Letras", de Cristóvão de Aguiar. (Português, Inglês e Espanhol)
Coimbra, November 21st, 1994
The Catholic Church is resolute in converting the heretical author of A Criação do Mundo. (The Creation of the World). It would not be enough the visit of priests, friends of his or mere acquaintances. The Hierarchy understood that for an atheist of a magnitude of Torga only a bishop would suit. In addition, it sent to the hospital a prelate of that status in order to try to convert the Poet… “You know, doctor, God is our Father only one word of yours would be enough for me to give you the absolution. Think, doctor, God is our Father and only one word of yours and…” “Nonsense, sir, I do not need your absolution, not even it would be of any use to me: I will die like this ─ coherent with the life I always lead”…
(Written in English by Cristóvão de Aguiar)
Coimbra, 21 de Nobiembro 1994
La Iglesia Católica resolvió convertir al autor herético de "A Criação do Mundo" (La Creación del Mundo). No sería bastante la visita de sacerdotes, de sus amigos o de meros conocidos. La jerarquía entendía que para un ateo de la magnitud de Torga solamente le satisfaría un obispo... Además, envió al hospital a un prelado de ese estado para intentar convertir al poeta… "Usted lo sabe doctor, Dios es nuestro padre, basta solamente una palabra suya para darte la absolución. Piénselo doctor , Dios es nuestro padre y solamente una palabra suya y…" "…..No, eso es Absurdo, señor, no necesito su absolución, no me serviria de nada , Moriré así ,coherente con la vida que siempre llevé"…
(La traduction en Espanol es de José António Caparros que gentilmente hay enviado por e-mail).
Coimbra, 21 de Novembro de 1994
A Igreja Católica está apostada em converter o herege de A Criação do Mundo. Já não lhe bastava a visita de padres, seus amigos ou conhecidos. A Hierarquia entendeu que, para um ateu da grandeza de Torga, só um bispo... E enviou ao hospital um prelado dessa categoria para o tentar converter... “Sabe, senhor doutor, Deus é Pai e bastaria uma só palavra sua para eu lhe dar a absolvição. Pense, senhor doutor, Deus é Pai, bastava uma palavrinha sua e...” “Qual Pai, senhor, não preciso da sua absolvição, nem ela me valia de nada, hei-de morrer assim, coerente com a vida que sempre levei”...
(Cristóvão de Aguiar)
_Consegui convencer o Escritor a deixar-me publicar este excerto, até agora inédito…
Publicado por
Lapa
às
00:02:00
23
comentários
Secção: English Versions, Miguel Torga
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
I, ISLANDER, CONFESS MYSELF, by CRISTÓVÃO DE AGUIAR

My emigration was not as complete as those of my parents, grandparents and other closer or further relatives: A part-time or permanent Islander always has someone who is his extension who represents him on the other side of the sea. The emigration I undertook always had a metaphorical nature, as suits a writer or a poet, which does not mean it was less real or painful.
Bashful, I raised anchor from my Island in a third-class cabin, heading for Coimbra, the University City. And like real emigrants, I, too, was not able to cut the umbilical cord which she, the Island, always wrapped me in. You can say I emigrated to within, and this “within”, in the course of life, came to have a physical and psychological meaning. The physical one everybody senses as soon as I open my mouth. It is immediately clear that I am a part of the diversity which came to give unity to the well-kept house that is our way of speaking.
I have three places of writing: Coimbra, the Island, and America. In America I write like this: “The hours are more spaced. An expectant silence can be felt in the atmosphere. If it is about to snow, all of Nature shrinks. Everything quietens, waiting for it, like in writing. It stars by opening an instant which is lightened by silence. Then it condenses into flaccid word flakes, and very slowly covers the sheet of the page […]. I have been going to the cemetery to water the flowers I planted at my father’s head. I then sit on the grass, scrupulously mowed, and this, though it does not appear so, makes me place some feelings, still in tears, in their places” […]. In Coimbra: “October ran trailing an autumn drunk in colours and I, who had arrived with an intense smell of sea on my body, remember having felt lost in this expanse of land and land. On the nights in which the bells of the heart tolled in tune, I would grab myself and go to the Penedo da Saudade (the rock of homesickness). I would enter that sanctuary, not to add another verse to those that were already engraved there, but merely to loosen the eyes down the hill in front, that of the Picoto (peak of a mountain). It is filled with uneven sown lights. At a certain point, in the middle, there was a row of them so symmetrical, or was it me that gave them symmetry, for a hair’s breath like the lights of the Island’s dock. On the Island, at another time, I write like this: “All seems wrong already ─ the weather, the people who no longer fit in my affection, the house humid from not being lived-in. Then the spectres start to haunt me […] I go to the cemetery and see on the family grave the portraits of my grandparents and my aunts and uncles […]. I rake my memory and see my brothers and uncles and many others, absent to the land of emigration (some of them call it the Promise Land. Thus, I only feel well when going […]. The village where I was born still shows very living steps to my Golgotha. There, I can achieve neither the peace nor the quiet which I so desire […]
Cristóvão de Aguiar
Published in the Magazine Azorean Spirit
SATA (Air Azores) ─ Summer 2006
Publicado por
Lapa
às
00:15:00
7
comentários
Secção: Autobiografia, English Versions
TANTO MAR
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006




