"[...]Acabo de ler um livro que nos vem lembrar que existem normas e regras para a Língua Portuguesa – “Charlas Sobre a Língua Portuguesa – alguns dos deslizes mais comuns de linguagem” (Almedina, 2009), escrito pelo professor (aposentado) e escritor (no activo) Cristóvão de Aguiar.
Estas Charlas andavam dispersas em blogosferas e em jornais continentais e açorianos e, agora, em boa hora “enfeixadas” em volume, conhecem uma nova respiração e uma outra eficácia.
Estamos perante uma série de notas, comentários, apontamentos e contributos, de inegável valor didáctico-pedagógico, sobre alguns dos erros mais comuns praticados por falantes da Língua Portuguesa.
Não sendo linguista, nem gramático, mas possuindo consciência literária, linguística e histórica, Cristóvão de Aguiar dá exemplos práticos desses erros e formula e fundamenta a sua correcção em textos de leitura muito agradável. No final de cada “lição”, o “professor” recapitula a matéria dada. E, coisa rara de acontecer entre alguns linguistas da nossa praça, o autor exemplifica e simplifica sem cair em facilitismos e, esclarecendo e contextualizando, chega a conclusões. Recorre, por vezes, ao inglês para efeitos de comparação (não é impunemente que se é germanista e se teve Paulo Quintela como Mestre), por ser uma língua mais concisa do que a nossa. E para ilustrar e contextualizar o que diz, vai contando apetecíveis histórias.
Falando de deslizes linguísticos através de terminologia adequada (vade retro a Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário - TLEBS), o autor aproveita também para lançar olhares (críticos e irónicos) ao estado das coisas em Portugal – ao nível do social, do político e do cultural. Alguns dos comunicadores televisivos (todos eles detentores de licenciaturas) levam valente bordoada pelos deslizes… Alvo de farpas são também aqueles que insultam, na televisão, na rádio e nos jornais, a Língua Portuguesa. E não é assim que se educa um país. Não nos esqueçamos que, em matéria de português falado, quem, na pantalha, leva a primazia são os jogadores e treinadores de futebol. Literatura, cultura e escritores? Só na RTP 2, e depois da meia-noite…
Por conseguinte, estas Charlas são de uma gritante actualidade e, por isso mesmo, devem merecer a nossa leitura mais atenta. E esperemos que, para fruição nossa, as ditas conheçam sequelas."
Victor Rui Dores in Açoriano Oriental, o jornal diário mais antigo de Portugal, de 4 de Março de 2009.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Crítica literária das "Charlas Sobre a Língua Portugesa", de Cristóvão de Aguiar, in Açoriano Oriental de 4 de Março de 2008.
Publicado por Lapa às 14:52:00
Secção: Charlas sobre a língua portuguesa, críticas literárias, Cultura, Notícias
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TANTO MAR
A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
do qual este poema começou a nascer.
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.
Manuel Alegre
Pico 27.07.2006
1 comentário:
didáctico-pedagógico, lá está o hífen.
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