sábado, 7 de novembro de 2009

Coimbra, Estação Velha, Stand/Sucateira Ilegal: Asdrúbal Santos continua a fazer remoção de terras (vide Hoje) na via pública e em terrenos das Estradas de Portugal. A Câmara Municipal de Coimbra, o Ministério Público e as Estradas de Portugal continuam a pactuar com a manutenção destas ilegalidades no coração da Cidade de Coimbra...

Conheça aqui, em pormenor, este caso "insólito"




Stand/sucateira ilegal continua aberta ao público sem qualquer licenciamento?...


Processos de 2004 ????????
Debaixo da mesa????,

Quanto vale srs procuradores?
Ministério Público, onde Vos acoitais que não vindes investigar?...
Cabovisão licenciada dentro da sucateira, em zona de estrada, num estabelecimento sem qualquer licenciamento, que permanece aberto impunemente, sem qualquer intervenção visível da Câmara Municipal de Coimbra que obste à manutenção daquelas graves ilegalidades de valor económico considerável para os prevaricadores e que prejudicam o Direito a Justiça e os Direitos mais elementares dos proprietários dos prédios confinantes, a cidade de Coimbra e a comunidade em geral.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Muito barulho por nada (III) (IV) Much ado about nothing ou a Bíblia segundo Saramago, por Cristóvão de Aguiar in Destreza das DúvidasOctober 30, 2009 5:23 pm

Em continuação do santo Evangelho segundo José Saramago, é bom não esquecer que o tema do pecado de Caim, o primeiro assassino da humanidade, a tomar como verídicas as palavras do Génesis, não foi uma novidade trazida pelo nosso Nobel à Literatura. Já antes dele, Byron, Baudelaire, Victor Hugo e Tournier trataram do assunto com outra elevação, adiante-se já a bem da verdade. O que irrita em Saramago, neste seu último romance, é a leviandade e a pobreza de ideias e falta de argúcia interpretativa com que trata os textos bíblicos, não raro lançando mão de uma linguagem escabrosa, que pouco dignifica quem a utiliza.
Exemplifique-se: “O lógico, o natural, o simplesmente humano, seria que abraão tivesse mandado o senhor à merda, mas não foi assim…”; ou, na mesma página: “Quer dizer, além de tão filho da puta como o senhor, abraão era um refinado mentiroso…”; mais adiante, na página 106, escreve o Nobel: “Lúcifer sabia o que fazia quando se rebelou contra deus, há quem diga que o fez por inveja e não é certo, o que ele conhecia era a maligna natureza do sujeito”… Linguinha de prata, como se diz na Ilha! Saramago já veio pedir desculpa por ter chamado filho da puta ao senhor. Mas, como bom teólogo que está provando ser, logo acrescentou: “Ele não é filho da puta, porque não tem pai nem mãe!”
Nada disto me choca no sentido religioso, mas convenhamos que o vazio de ideias e a escrita paupérrima, esses sim, escandalizam quem quer que seja, crente, ateu ou agnóstico, sobretudo quem ama a boa escrita e detesta mentes distorcidas!
(continua)
(IV)
Saramago analisa o texto bíblico ao pé da letra. Atente-se nesta invectiva do Nobel a um teólogo, numa entrevista televisiva:

“Que autoridade têm os senhores para pôr na Bíblia o que lá não está escrito?” Que me desculpe o escritor, mas parece que a sua interpretação bíblica pede meças à das Testemunhas de Jeová e à dos Adventistas do Sétimo Dia, que esperam Cristo desde 22 de Outubro de 1844, pelas contas feitas, e bem feitas, pelo seu fundador, William Miller, antes pertencente à igreja Baptista e depois fundador do Adventismo por ter interpretado a Bíblia de modo diferente do dos baptistas. Nas suas contas baseou-se nas profecias de Daniel. Está escrito! E o que está escrito é a palavra de Deus… e a ela não se pode mudar um til! Deu no que deu: em 22 de Outubro de 1844, toda a gente, de olho no céu, à espera e Jesus não desceu… Grande foi a desilusão: ficou para a história como o Dia do Grande Desapontamento. Houve debandada quase geral dos fiéis. Sentiram-se defraudados: foram enfileirar-se noutros credos, fundando outros… Mas, e há sempre uma interpretação à letra que nos pode sair ao caminho: Os poucos que restaram fiéis à igreja, agora dirigida por Helen White, a profetisa dos adventistas, escreveu: Cristo realmente principiou a viagem, mas ficou a meio, em quarentena, num lugar entre o céu e a terra, esperando por melhor ocasião para aterrar no nosso planeta…
Não abona muito em favor de um romancista da envergadura de Saramago ser tão estrito na interpretação de um livro polissémico. E tanto assim é que há centenas e centenas de igrejas cristãs, todas elas baseadas no mesmo livro, a Bíblia, cujos textos, pelo visto, podem ser interpretados de milhentas maneiras, ao gosto da imaginação de cada qual. Cada uma religião cristã de per si (e todos os dias nasce uma nova agremiação) são, segundo os seus pastores e teólogos, as únicas verdadeiras, as que melhor interpretam a palavra inspirada de Deus… Vamos agora fazer um exercício com dois romances de José Saramago: Jangada de Pedra e No Ano da Morte de Ricardo Reis. Se os interpretarmos como Saramago o faz em relação à Bíblia, temos que, na Jangada de Pedra, a Península Ibérica se desarreiga do resto da Europa e vai pelos mares afora em forma de jangada… Assim está escrito, assim se deve interpretar, caso contrário ainda podemos ter Saramago de dedo em riste a ameaçar: “Com que autoridade pões nos meus livros o que lá não está?” O mesmo em relação ao outro romance, em que o seu autor traz Ricardo Reis (heterónimo de Pessoa) do Brasil, onde se encontrava homiziado, para Lisboa, via marítima, ressuscita-o, fá-lo viver na capital durante algum tempo, morrendo-o mais tarde e enterrando-o no cemitério do Alto de São João. Quem poderá acreditar nisso, se tomado à letra? Duas ricas metáforas serão, que como tal devem ser interpretadas, mas Saramago não consente… A avaliar pela sua exegese bíblica, tem a razão do seu lado, como sempre… Até quando discursou, em Lisboa, nas comemorações do 25.º aniversário da Revolução de Abril: Se não tivesse havido revolução, o país estava como está!
Só de um Nobel, na altura ainda a cheirar a novo, poderia sair tal pesporrência. Pôs aquele ovo na sessão comemorativa e logo abandonou a sala, para ir dizer missa em outra freguesia, que a ocasião era de discursatas… Ninguém objectou. Temor reverencial!
(continua)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Muito barulho por nada (II) Much ado about nothing ou a Bíblia segundo Saramago, por Cristóvão de Aguiar. (cont. II)

Sabendo-se pouco, isto é, sem a profundidade necessária, sobre o que se quer destruir, distorcer ou criticar, pode entrar-se num jaco­binismo sem consequência, apenas para chocar o burguês, ou num anticleri­calismo primário, como aconteceu durante o século XIX. Nesse tempo, o Deus do Velho Testamento era já considerado cruel, sangrento, bruto, tudo quanto dele diz agora, em segunda mão, o nosso Nobel da Literatura. Nada de novo, portanto! Dou como exemplo o poeta Guerra Junqueiro e o seu livro A Velhice do Padre Eterno. Quem o lê hoje? Quem se incomoda com as suas dia­tribes? Ouçamos Guerra Junqueiro:

As crianças têm medo à noite, às horas mortas,
Do papão que as espera, hediondo, atrás das portas […].
Não te rias da infân­cia, ó velha humani­dade,
Que tu também tens medo do bárbaro papão,
Que ruge pela boca enorme de um trovão,
Que aben­çoa os punhais san­grentos dos tiranos,
Um papão que não faz a barba há seis mil anos,
E que mora, segundo os bon­zos têm escrito,
Lá em cima, detrás da porta do infinito!

Tudo isto é fogo-de-artifício, bem escrito, mas que nada adianta, porque não desce aos infernos da dúvida… É tempo de citar o Eclesiastes:

Não há nada de novo neste mundo. Aparece qualquer coisa e alguém diz: ‘Olha, isto é novo!’ Mas tudo aquilo já existiu noutros tempos, muito antes de nós. Já ninguém se lembra das coisas passadas e o mesmo acontecerá com as do futuro; não se recordarão delas os que vierem mais tarde” […].

É muito difícil ser original. E Sara­mago não o é. Pelo menos neste seu último romance, Caim, que se situa no Velho Testamento, nem muito menos no Evangelho Segundo Jesus Cristo, que tem como campo de confronto o Novo Testamento.

Escrevi acima que este livro não merecia o alarido que dele está sendo feito. Por duas razões: Primeira, porque o barulho não se deve à leitura do livro; segunda, porque não se trata de uma obra maior do escritor. Foram sopradas as trombetas de Jericó, não cuido nem interessa se intencionalmente, e derrubaram-se os muros da nossa cidade ou paróquia provinciana, que mostrou à saciedade que milhares dos seus habitantes ainda não saíram da idade da pedra no tocante à literatura, mas correram às livra­rias para se abastecerem do romance e grande parte deles tam­bém da Bíblia. Afinal, Sara­mago está a ser colaborante ou então o aviso grave que fez sobre a perigosidade da Bíblia deu efeito contrário. Não conseguiu apear o mito!

José Saramago, quanto a mim, atingiu o apogeu em No Ano da Morte de Ricardo Reis, embora os dois primeiros romances, Levantado do Chão e Memorial do Convento, sejam duas obras de grande valor. É humano e natural que um escritor tenha cur­vas ascendentes e descendentes. Quando se alcança o cume, o que se segue é a descida. O que é preciso é saber sair a tempo, sem dramas, a fim de se não estragar o bom que para trás ficou. Saramago, com Caim, continua em linha descendente. Há por lá muitos lugares-comuns e expressões infelizes, impróprios de um escritor da sua envergadura. Escrever um livro em quatro/ cinco meses, como con­fessou numa entrevista televisiva, se bem que o assunto lhe esti­vesse a latejar há muitos anos, não será bem avisado. Aquando da publicação de A Viagem do Ele­fante, título que pode ser interpre­tado tanto no sentido literal como no figurativo, sendo que este, no meu entender (a inter­pretação é livre), pode ser interpretado como o percurso de um grande escritor (o elefante) que, com esse livro, iria terminar o carreira literária. Com certeza que alguns dos críti­cos maldi­zentes da sua obra anterior o intuíram, porque logo se apressa­ram ao beija-mão ou ao panegírico fúnebre: “Trata-se de um hino à Língua Portuguesa”, cantaram em coro… A nossa língua deve ser um volumoso hinário de que já nin­guém se lembra nem das músicas nem das letras. Excitações… Do romance Caim foi escrito: litera­tura pura… Quem há-de gabar o noivo senão…?

(continua)

Furtado do destreza das dúvidas

Muito barulho por nada. Much ado about nothing ou a Bíblia segundo Saramago, por Cristóvão de Aguiar. (cont. I)



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Monumento a Nossa Senhora da Boa Viagem, de Eugénio Macedo, edificado em Parada - Almeida. Escultura em granito. 2007

Clique aqui para ver mais


"Quem entra na Parada pela estrada principal, de certo não fica indiferente à imponência da imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, que sulcada na pedra, abençoa os visitantes desta humilde terra."
In blogue Parada do Côa

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Junta de Freguesia de Vila Boa - Sabugal: Monumento ao Agricultor e Brasão de Vila Boa, por Eugénio Macedo. 2009












Parabéns aos promotores do monumento:
Alexandre Pereira Morgado
António Joaquim Dinis
Jorge Miguel Proença Tracana

Assim é que se apoia a cultura e os artistas!

domingo, 25 de outubro de 2009

Poema escrito pelo padre G. P. a mestre Eugénio Macedo.




O BOMBEIRO
                                                 
Eugénio Macedo
olhou o penedo
e viu, dentro dele,
aquele segredo
que mais ninguém vê,
se olha à flor da pele
da arte se descrê.

Sempre a obra medra
na ideia sonhada…
Lá dentro da pedra,
estava um bombeiro
que subia a escada,
garboso e ligeiro.
Ninguém via nada.



Com escopro e cinzel,
Eugénio Macedo,
desbasta, a granel,
o grande penedo.
Esboça-lhe um corpo,
talha o capacete:
com cinzel e escopro,
põe-lho no topete.


As mãos nos varais,
os pés nos degraus,
atento aos sinais,
que parecem maus
uma missão cumprida
que é “vida por vida”!


Arte é sempre gala!
Com buril ou broxa,
nunca a obra é fátua…
No cepo ou na rocha,
há sempre uma estátua
preciso é tirá-la.


Padre G. P.

sábado, 17 de outubro de 2009

Vila Boa - Sabugal. O moumento ao Agricultor de mestre Eugénio Macedo, em fase de acabamento. Outubro de 2009.

Clique aqui para ver execução integral da obra




Por cada obra que mestre Eugénio Macedo procria, cria ou esculpe, mais perceptível se torna a sua crescente preocupação de rigor, apuro e asseio na arte escultórica, doseando um classicismo, sabiamente assumido, com a modernidade merecedora de que lhe chamemos assim. Este monumento ao Agricultor, a edificar em Vila Boa – Sabugal, é disso exemplo paradigmático.
Repare-se na delicadeza de formas, na leveza, na harmonia e beleza de que é capaz o cinzel deste Mestre.
É mais uma obra que muito valoriza a estatuária sabugalense.
Intencionalmente não a descrevo e mesmo a sua publicação é um incentivo para que os leitores a vão visitar ao vivo, no local onde se encontra. (Vila Boa – Sabugal.)
Depois, aproveitem para respirar o bom ar e degustem as iguarias gastronómicas nos variados restaurantes da região.


Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006