quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Incrível: Câmara Municipal de Coimbra, mantém stand-sucateira ilegal aberto ao público e continua a encobrir o licenciamento da Cabovisão, dentro do stand e em zona de estrada, às autoridades judiciárias. Além de não encerrar, ainda permite que proprietários prevaricadores depositem mais viaturas e barcos.



1-Há mais de 4 anos que a Câmara Municipal finge querer actuar, ao mesmo tempo que vai encobrindo o licenciamento da Cabovisão dentro daquele Stand-sucateira ilegal numa das entradas principais de Coimbra.

2-As Águas de Coimbra ignoram e encobrem o vazamento de águas pluviais do IC2 directamente num posto de transformação de electricidade, fechando os olhos, protegendo desta forma os prevaricadores pondo em perigo interesse geral e a segurança da comunidade envolvente.

3-Estradas de Portugal perdoaram ilegalmente avultadas quantias aos prevaricadores por ocupação de zona de estrada, quer do stand, quer do seu alargamento ilegal.
(continua)

domingo, 17 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

Professor Aníbal Pinto Castro, admirador da obra de Cristóvão de Aguiar, faleceu aos 72 anos de idade.

veja aqui: 1; 2,

"Provedor da Santa Casa da Misericórdia e presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel, o docente era considerado uma das maiores referências das Letras e Humanidades, em Portugal e no estrangeiro Aníbal Pinto Castro, professor jubilado da Faculdade de Letras, faleceu ontem de madrugada, aos 72 anos, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internado há cerca de um mês. Doente há algum tempo, o estado de saúde do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra agravou-se nos últimos dias, adiantou ao Diário de Coimbra fonte da instituição.
Natural e residente em Cernache, onde nasceu a 17 de Janeiro de 1938, Aníbal Pinto Castro licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1960, com a tese Balzac em Portugal. Considerada uma das maiores referências das Letras em Portugal e no estrangeiro, doutorou-se em Literatura Portuguesa na “sua” universidade e, em 2007, recebeu o doutoramento honoris causa pela Universidade Católica Portuguesa, na celebração dos 40 anos desta instituição.
Com uma vasta obra que ultrapassa os 200 títulos, Aníbal Pinto Castro debruçou-se sobre vários domínios e personalidades, com a Universidade de Coimbra a destacar a tese de doutoramento, “Retórica e teorização literária em Portugal: do Humanismo ao Classicismo”, estudos sobre a obra do padre António Vieira, Camões – foi fundador do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra -, António Ferreira, Camilo Castelo Branco ou Eça de Queirós, sem esquecer os textos sobre teorização e crítica literária, crítica textual e história da Cultura.
Na opinião de Carlos André, director da FLUC, Aníbal Pinto de Castro «deixa uma obra de valor inestimável» e deixa ainda uma «excelente memória» a todos aqueles que com ele conviveram no espaço universitário e não só.
A dedicação do docente foi bem para além das portas da faculdade. Na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra foi director, desde 1988 a 2004, devendo-se a ele a aquisição da Livraria de Oliveira Martins, dos epistolários de Eugénio de Castro, do 2.º Marquês de Alorna ou as bibliotecas de ciências musicais do tenente Manuel Joaquim e de Maria Augusta Barbosa. Foi também graças à sua insistência que foi adquirido o primeiro sistema integrado de gestão bibliográfica, instrumento que associou várias biblioteca da Universidade.
Ao longo da vida, Aníbal Pinto Castro dedicou-se também às causas sociais. Foi durante vários anos director da Casa de Infância Doutor Elísio de Moura, e, mais recentemente, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra. Foi nessa qualidade que deu a sua última entrevista ao Diário de Coimbra, a 18 de Junho de 2010.
Na altura, congratulava-se com a abertura da nova valência – a creche -, deixando o desejo de construção de um campus social, na zona de Banhos Secos, para instalar os jovens e os idosos.
Pinto Castro era, também, há largos anos, presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel e foi nessa qualidade que fez uma das suas últimas aparições públicas, na apresentação do programa das Festas da Cidade, no Convento de Santa Clara-a-Velha.
Entre as distinções, era comendador da Ordine al Mérito della Republica Italiana, comendador da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro.
O funeral de Aníbal Pinto Castro realiza-se hoje, às 11h00, da Igreja de Cernache para o cemitério local. As cerimónias fúnebres serão presididas pelo bispo de Coimbra, D. Albino Cleto."
In Diário de Coimbra de 9 de Outubro de 2010.

"Passageiro em Transito" de Cristóvão de Aguiar está a ser traduzido em ITALIANO, FRANCES, ROMENO, POLACO, , RUSSO, E BÚLGARO (e possivelmente Esloveno)


[...]A obra de escritores açorianos, CRISTÓVÃO DE AGUIAR, DIAS DE MELO, DANIEL DE SÁ, E VASCO PEREIRA DA COSTA, entre outros, está a ser estudada em mestrados e doutoramentos na Universidade de Constança (Constanz), na Roménia, e no Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Faculdade de Novas Filologias da Universidade de Varsóvia, na Polónia, havendo já parcerias com tradutores colaboradores dos colóquios para a tradução da obra “O Passageiro em Transito de Cristóvão de Aguiar) ser traduzido em ITALIANO, FRANCES, ROMENO, POLACO, , RUSSO, E BÚLGARO (e possivelmente Esloveno). Espera-se que este trabalho esteja concluído dentro de dois anos, seguindo-se a tradução de Daniel de Sá (O Homem que queria ser Deus) e da poética de VASCO PEREIRA DA COSTA. Estas traduções serão, posteriormente, editadas naquelas línguas com o apoio do INSTITUTO CAMÕES (Portugal). [...]

Chrys Chrystello

Presidente da Comissão Executiva, Colóquios da Lusofonia, em artigo especial para o Mundo Lusíada.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Expresso das Nove 20.º aniversário: “Desafios dos Açores para o Século XXI”, publicados em livro, com um texto de Cristóvão de Aguiar.

Veja o texto aqui

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A edição, que reúne textos de 100 personalidades açorianas e comemora o 20º aniversário do Expresso das Nove, pode ser adquirida na Livraria Solmar.

O livro que assinala os 20 anos do Expresso das Nove já se encontra à venda na Livraria Solmar, em Ponta Delgada.

A publicação inclui a totalidade dos textos das 100 personalidades que participaram na edição especial do jornal, subordinada ao tema “Desafios dos Açores para o Século XXI”, que foi para as bancas no passado dia 26 de Março.

Da lista de personalidades que aceitaram pensar a Região e as suas potencialidades à luz de um mundo global nas décadas que se avizinham, constam nomes como os de Álvaro Monjardino, João Bosco Mota Amaral, José Medeiros Ferreira, José Manuel Monteiro da Silva, Mário Fortuna, Cristóvão de Aguiar, Gustavo Moura, entre muitos outros.

Todos os escritos estão agora disponíveis em livro de capa dura, que pode ser adquirido, em Ponta Delgada, pelo preço de 20 euros.

O Expresso das Nove foi fundado a 22 de Março de 1990, então com o nome de Jornal de Ponta Delgada.

Jornal Diario

2010-10-01 18:00:05

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

1. Pois eu li uma obra cujo autor merecia um Nobel! in Diário de Coimbra,31/08/2010 "A Tabuada do Tempo – A Lenta Narrativa dos Dias" de Cristóvão de Aguiar.

“(…) Ouço o Sol brincando em silêncio num retirado recanto do jardim. Por vezes sabe-me a som. Tanto desejava compartilhar este secreto sol que esbraseia o meu saboreá-la. Repouso o coração no sanguíneo desfecho da tarde relvado de memória. Andarinhocos empoleiram-se no telhado da casa enquanto retiro pétalas às palavras. Hão-de profetizar e matizar as cores pacificantes que molharam o seu corpo escorrido de verde-mar. Com os olhos acaricio-a ao longe e ao longo das linhas de água que de Ela se despenham coalhadas da luz salina que as ondas nele esculpiram. Gostava que o mapa de sal, que a cristalografia constrói no silêncio suturado de sol, entardecesse sobre a pele do seu corpo. (…)”
Cristóvão de Aguiar escreve num jeito de ilhéu, saudoso e melancólico. “Despenha-se-me em cascatas pelos sentidos abaixo. A Ilha.” A sua Ilha sempre presente “navegando nos mares que me habitam por dentro.”E o mar, eternamente o mar da sua Ela, em que “A Tabuada do Tempo” é o seu diário com sabor a sal, a maresia, um suceder de partilhas e vivências quotidianas, postas a nu, numa descrição intimista. Em muitas e deliciosas páginas o autor, “vestindo a recordação de palavras (…)” em que “ (…) a saudade é o desejo de desejar e não o desejo das coisas em si”,perpassa pela sua juventude na Ilha mas também, no seu dia-a-dia citadino em Coimbra. Ao longo das laudas o autor, põe em confronto permanente a guerra e paz no seu “parir “ a escrita, reconhecendo não conseguir ler outrem enquanto em “trabalho criativo”. Sempre rodeado de livros que lê ou escreve, Cristóvão de Aguiar confronta-se com a publicação duma sua obra em que a espera angustiante, o aguardar dos comentários por parte de quem lê o original, a ansiedade no “sim” do editor o trazem “curioso e expectante”. Existe no escritor o narrar dos dias. As trivialidades de que se compõem a nossa vida sobretudo o “tempo” que sempre nos gere e nos mata; o clima ensolarado que nos enche a alma ou nos corrói de calor; a chuva e o nevoeiro que nos tolhem os passos estugados. “Esta tarde a noite lembrou-se de cair mais cedo. Ainda não são quatro e meia e lá fora já há ameaças de escuridão. Tanto e tão grosso nevoeiro (…) Tenho frio (…) O frio deve ser outro e provir de outro quadrante. Só assim se compreende”. É com estas palavras que o autor pressagia um “não” de “Ela”. Depois tudo se resume a uma tulipa “que Ela me deixou no solitário sobre a secretária” e nos fantasmas que deambulam pela casa.
“A Tabuada do Tempo A Lenta Narrativa dos Dias” é uma apresentação de vida através duma lógica talvez matemática, talvez filosófica … mas sobretudo através da lógica do amar, do sentir e da espera: “Nem tão-pouco te prestas a analisar ou a sentir isto: que nem tu nem eu merecemos ser torpedeados por esta maneira tão absoluta de contracenar (…) Vais deleitar-te com o dano que a missiva te provocará e tu a leres de afogadilho. O que tu fazes para te provar que me amas ou te amas! Depois de amanhã à noitinha vais zarpar ao meu encontro. Tomarás a lancha para me ires sentindo em cada sorvo de vaga. Ao longo do mar revolto sobre o qual, em vagalhão, ainda te espero. Sempre te esperei!”

sábado, 11 de setembro de 2010

Fado do Estudante por Vasco Santana. Letra e vídeo.


Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades eu sinto em mim
Do meu viver de estudante

Nesse fugaz tempo de Amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja

Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar beber, folgar cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia

Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana

O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio - telefonia

Quando é cantado e a rigor
Bem afinado e com fulgor
É belo o Fado, ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular, toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser Doutor e ser Fadista

terça-feira, 31 de agosto de 2010

“Naufrágio”, de Cristóvão Aguiar, foi cantado por Duarte e Ciríaco com a música popular terceirense Charamba


Naufrágio

A história que eu vou contar
ouvi-a na minha aldeia
onde à noite a voz do mar
murmura canções na areia.

História de pescadores
do cais negro da Pontinha
onde há grandes senhores
que bocejam à noitinha.

Foi o barco do Zé Tordo
partiu na noite para o mar
e na madrugada ao porto
o seu barco sem chegar.

Encheu-se a praia de gritos
de gente da minha aldeia
ao ver o corpo do Zé
trazido na maré cheia.

Ouvem-se vozes, coitado
cinco filhos e mulher
sem uma côdea de pão
sem um abrigo sequer.

E no enterro à viuva,
levando ao Zé muitas flores,
prometeram-lhe a sua ajuda
o povo e os grandes senhores.

Mas dois anos já são passados
e na praia da minha aldeia
vêem-se cinco crianças
brincando nuas na areia.

E da moral desta história
tirem vossas conclusões
uma família não vive
só de boas intenções.

(Cristóvão de Aguiar)

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006