sábado, 30 de abril de 2011

"Catarse". Cristóvão de Aguiar e Francisco de Aguiar dedicam obra a Viriato Madeira. in Diário dos Açores.

O escritor açoriano Cristóvão de Aguiar e o seu irmão Francisco de Aguiar lançam no próximo dia 20 de Maio, na Ribeira Grande, o livro "Catarse, Diálogo Epistolar em forma de Romance", em homenagem à memória de Viriato Madeira, um ribeiragrandense que sempre lutou pela melhoria da qualidade de vida da comunidade nortenha.

O livro da Editora Lápis de Memórias é lançado pelas 21h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, numa cerimónia presidida pelo presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, sendo apresentado por Eduardo Jorge Brum. (Director do Semanário Expresso das Nove)

Viriato Hermínio Rego Costa Madeira, que faleceu no passado dia 15 de Janeiro, dedicou toda a sua vida profissional e pessoal pela luta por um maior equilíbrio social, pela defesa dos direitos dos trabalhadores, mesmo em detrimento de promoções pessoais e profissionais. Foi um apaixonado e empenhado sindicalista regional e nacional, e um dos fundadores da Comissão de Trabalhadores da SATA, tendo exercido, por diversas vezes, cargos na referida comissão, até à sua aposentação.

Para além disso, Viriato Madeira foi um dos colaboradores do "Primeiro Plano de Estudo Económico Estratégico" da companhia e do "Plano para a Segurança". Fez, ainda, parte da Direcção do Clube Desportivo e Recreativo da empresa.

Tendo as preocupações sociais sempre um elevado peso no seu percurso de vida, nos finais da década de 80 foi o fundador da delegação ribeiragrandense do C.A.R.A. – Clube dos Alcoólicos Recuperados dos Açores.

Um amante da leitura e da escrita, deixou o seu contributo para a literatura açoriana com textos inéditos que ainda não foram publicados, embora durante muitos anos tenho dado forma a crónicas e artigos de opinião na imprensa regional. Animou, ainda, uma "tertúlia" ribeiragrandense, com análises entusiastas dos mais variados escritores nacionais, regionais e estrangeiros.

Fez, ainda, parte do Círculo de Amigos da Ribeira Grande e, desde 2000 até à data da sua morte foi Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, tendo lutado pela construção do respectivo quartel e da piscina, novamente na senda pela melhoria da qualidade de vida de toda uma comunidade.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Molelos tem escultura de Eugénio Macedo «Tondela» louça preta é uma referência: São Pedro padroeiro de Molelos«Tondela»

Molelos tem escultura de Eugénio Macedo «Tondela» louça preta é uma referência: São Pedro padroeiro de Molelos«Tondela»: "Aqui uma das etapas, em ângulos diferentes, próximo a conclusão da escultura feita apartir de um único bloco de granito, para a terra da "louça do barro preto". Molelos ,«Tondel..."

terça-feira, 12 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

De arte, precisa-se. João Boavida. In As Beiras de 5-04-2011

Há dias ocorreu no Centro Cultural D. Dinis um acontecimento de relevo: a apresentação de uma nova editora – A Lápis de Memórias – e o lançamento, com a sua chancela, de dois livros: de Cristóvão Aguiar e Francisco Aguiar, “Catarse”, de Carlos M. Rodrigues “Um homem à janela” e a reedição de “Anos de eclipse” de Jorge Seabra.



Como se diria à moda oitocentista, a luzida cerimónia esteve muito concorrida, foi abrilhantada por algumas canções da linha baladeira de intervenção, à anos 70, bem escolhidas e interpretadas e com noção da medida. As apresentações dos livros foram preclaras, pois associaram a qualidade à moderação, tanto nos adjetivos como no tempo gasto. E as intervenções dos autores, nos agradecimentos, decorreram na mesma linha, espontâneas, interessantes e curtas. Enriqueceu o evento a leitura de passagens de todos os livros, também com cuidada escolha e equilíbrio, segundo a sábia lição aristotélica, que os tempo correntes não apreciam por aí além, mas que por cá se vai cultivando. Coimbra sabe fazer estas coisas e ainda bem.



O acontecimento foi importante. Em primeiro lugar, pela novo editora. Que tem por detrás o nome de Adelino Castro, homem há muito ligado aos livros e à edição, que tem o saber-fazer destas coisas e que, ao criar, em Coimbra, uma editora vocacionada para a ficção, vem remar contra a maré. Contra o facto das editoras da cidade terem deixado, há muito, de publicar nestes domínios. Temos muita edição mas não nesta área. A Almedina e a Coimbra Editora editam sobretudo no campo jurídico, educativo e sociológico, há a interessante coleção Minotauro, de autores espanhóis, do Grupo Almedina, a Minerva, com muitas edições de autor, tem sido um respiradouro e a Alma Azul tem editado alguns clássicos e poesia. Mas é pouco. Referência obligatoria é a Imprensa da Universidade de Coimbra, que tem feito um trabalho notável, mas ainda, e como é natural, no domínio cientifico.



Uma nova editora, que entra pela literatura e com escritores de Coimbra é de louvar. E mais ainda se for ao arrepio da literatura à tonelada, que por aí anda, criando resistência à onda da literatura de sucesso e aos monopólios editoriais, que a atrofiam. É refrescante, revolucionário até e deve ser apoiada. Depois os autores. Certamente que nenhum deles aparecerá no Expresso ou no Público, apesar de um deles, Cristóvão Aguiar, ter, como se sabe, obra importante. Mas por que não há de Coimbra editar os seus escritores e mandar às malvas o monopólio dos cânones literário-centralizantes? Por que não este ato de liberdade e de rebeldia? Estando assim as coisas, isto é um ato de respiração.



Aliás, a Semana Cultural da Universidade de Coimbra deste ano – “Reinventar a Cidade” – foi sob o mote da criação artística, que se faz e se tem feito em Coimbra. E teve coisas excelentes. Poderá dizer-se que a Semana Cultural ganhou a maioridade ao assumir a criação. Alguns o têm referido, sobretudo Virgílio Caseiro: é preciso fazer de Coimbra, cada vez mais, um lugar de acontecimentos artísticos, de realizações onde a expressão inovadora seja rainha e senhora. A criação artística – plástica, musical, literária, cénica, gráfica, fotográfica, enfim, toda – não pode ficar à sombra, nem na sombra, da científica. Não o tem feito, mas tem estado numa medida menor, e é por isso que acontecimentos assim são importantes. São bons sinais de autonomia e de vitalidade. E, já agora, de descentralização cultural, tão benéfica ao país, mesmo que este o não saiba nem queira saber, como às vezes parece.

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006