sábado, 20 de outubro de 2007

António Manuel Rodrigues, in Diário de Coimbra, 4 de Março de 2004.



Uma pequena entrevista torna-se um desafio imenso quando o interlocutor se chama Cristóvão de Aguiar. A sensação que fica é que se perguntou pouco ao homem que é Comendador da Ordem do Infante D. Henrique – Título atribuído pelo Presidente da República em 2001--, ou que foi distinguido com o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências (com o primeiro volume da Raiz Comovida), ou ainda com o Grande Prémio da Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores (primeiro volume dos diários Relação de Bordo), ou ainda com o prémio literário Miguel Torga/Cidade de Coimbra 2002, distinção que o sensibilizou profundamente. Pretende-se captar a “alma” de quem escreveu Passageiro em Trânsito – que o Autor define como sendo um ajuste de contas consigo próprio e com a ilha que o pariu -- e ganha-se a certeza de que as respostas escondem um mundo criativo, de vivências impossíveis de transmitir numa entrevista, ainda que imensa fosse.
Nascido nos Açores em 1940, mas radicado em Coimbra há 44 anos, onde se licenciou em Filologia Germânica, Cristóvão de Aguiar dá agora à Literatura Portuguesa uma Nova Relação de Bordo, último volume da trilogia de diários. Segue-se mais “trabalho e persistência”, sem se preocupar com prémios ou que há-de vir. O escritor, que amanhã, pelas 16h30, ouvirá Ana Paula Arnaut (Professora de Literatura da Faculdade de Letras), apresentar, na Casa Municipal da Cultura e no âmbito da Mostra Cultural da Universidade, a sua nova obra, tem sido assemelhado a grandes vultos da literatura, mas considera-se um “simples mortal”.
Simples sim, nota-se nesta entrevista, mortal também, naturalmente, mas, pela obra literária, indiscutivelmente invulgar.
(AMR)

7 comentários:

Recomenzar disse...

Muy bueno tu texto. te encontré en lo de Rodolfo, y tu comentario me llamó la atención....es por eso que te seguí hasta tu blog
Abrazos

Lapa disse...

El texto es del Cristóvão de Aguiar.

Anónimo disse...

Coloco a leitura em dia , é sempre bom passar por aqui .

Bom fim de semana .

Anónimo disse...

Obrigada por seu comentário em meu blog. Se desejar, ofereço enviar meu livro Coracional, lançado este ano, para que possa conhecer melhor meu trabalho. Foi totalmente escrito em nossa amada língua. Abraços, Jacqueline

Maria Silva disse...

Olá,
Tenho a 1ª edição de Raíz Comovida comprada em Coimbra.

Maria Silva disse...

As capas dos livros com fotos do Pico são muito bonitas.

bettips disse...

Um homem exemplar. Resolvi hoje, comentar. Porque tenho a alegria de o ter visto uma vez. Muito novo, ainda. E o meu marido esteve na Guiné ao mesmo tempo. "Ciclone de Setembro" fala dessa época bastarda. Os meus gratos cumprimentos por tão belas homenagens. Somos sempre poucos, os que falam verdade! Abç

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006