segunda-feira, 31 de março de 2008

28- A SUCATEIRA CONTINUA DESCARADAMENTE ABERTA AO PÚBLICO... RESPONSABILIDADE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA

CLIQUE NO TÍTULO PARA CONHECER EM PORMENOR ALGUMAS ILEGALIDADES DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA.

sexta-feira, 28 de março de 2008

27- Perda de Mandato para Carlos Encarnação por grave incumprimento e violação da legislação em vigor.

CLIQUE NO TÍTULO PARA CONHECER EM PORMENOR ESTE ESCÂNDALO
















Mantém sucateira/stand ilegal aberta ao público, em plena cidade de Coimbra, e ao lado de edifícios habitacionais, não obstante as inúmeras participações apresentadas e ao arrepio de qualquer legislação, causando elevados prejuízos à comunidade envolvente e à cidade.

quinta-feira, 27 de março de 2008

BRAÇO TATUADO, Crítica de F. Couto Alves in Diário dos Açores, 27-03-2008.

Guerra Colonial: Jovens sepultados na vergonha e no silêncio.

Nacional
F. Couto Alves 27/03/2008

"Andamos todos saturados. Todas as noites, logo após o pôr do Sol, assistimos, em pânico, ao espectáculo que se desenrola na fímbria do horizonte de terra. Primeiro, o som cavernoso do rebentamento de petardos, granadas, bazucas… Depois, as chamas subindo ao céu, iluminando a mata e a noite. Trata-se com certeza de mais uma aldeia fula a ser atacada e destruída pelos guerrilheiros. O cabo telegrafista traz-me, um pouco mais tarde, uma mensagem urgente, já descodificada, "Redobre vigilância; inimigo nas proximidades de Dunane…" Ao princípio ninguém mais pregava olho durante o resto da noite. Todo o grupo de combate, exceptuando os cozinheiros e os ajudantes, entrava de reforço até ao romper da madrugada. Com o hábito e a prática, porém, tudo se foi modificando. Nem a queimada, nem os rebentamentos, nem sequer a mensagem (sempre urgente) recebida a seguir conseguiam aumentar o pânico em que nos havíamos há muito instalado. Por fim, não sabíamos se era indiferença se inconsciência, ambas necessárias para se não morrer de susto… Antes de se atingir a primeira metade da comissão, parece que existe em nós um encolher de ombros em face do perigo de morte que roça o pensamento sem deixar marca. Alcançada a segunda metade, tudo se transforma. Aumenta o medo e redobra o amor à pátria da pele. Desperta em força a vontade de sobreviver. E o sonho do regresso principia a botar raízes no fundo do íntimo. É então que as surpresas acontecem…Ainda nos encontramos em Dunane. Há mais de um mês e meio que aqui apodrecemos lentamente. Fomos abastecidos apenas duas vezes. De víveres e correio…"

É de Cristóvão de Aguiar o trecho acima transcrito do seu último livro, Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial. Com um conteúdo simplesmente realista. Simplesmente impetuoso. Simplesmente objectivo. Simplesmente violento. Como violentas foram as guerras nas colónias, entre 1961 e 1974, na Guiné, em Angola e em Moçambique. Cristóvão de Aguiar, reputado e premiado escritor açoriano, com lugar altaneiro na Literatura Portuguesa, trouxe-nos recentemente a lume o romance de guerra Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial, uma terceira versão de um texto incluído inicialmente em Ciclone de Setembro (1985), depois em O Braço Tatuado (1990) sendo o actual reescrito e com nova versão.
O autor esteve na Guiné entre 1965 e 1967, o que lhe concedeu uma experiência extraordinária e material informativo para publicar um livro de memórias ficcionadas do tempo e do modo em que esteve mobilizado naquela ex-colónia. Neste livro ele foi por excelência um repórter de guerra que soube registar, com exactidão e a fidelidade de ficcionista, o quanto se passou pelas colónias de África.
Se bem que a independência das colónias se deu com o 25 de Abril de 1974, muitos escritores estiveram por lá desde 1961, e uma grande parte deles, até agora, devotaram-se ao silêncio. Passaram-se, portanto, cerca de 40 anos de silêncios cúmplices. Num tempo em que falar no assunto era verdadeiro tabu e de certo modo uma vergonha. Poucos foram os que abordaram o assunto da guerra colonial. Mas houve excepções. Poucas. Agora, verifica-se que muitos dequeles perderam o pudor e o recato, e já se vêem nos escaparates das livrarias diversas obras sobre o assunto. Não admira nada que se deva constituir, na Literatura Portuguesa, um subsector para a Literatura de Guerra.
No livro Retalhos da Guerra Colonial, de Cristóvão de Aguiar, narram-se factos que muitos dos portugueses desconheciam. Um livro escrito devotamente e com emoção, em que as narrativas da guerra colonial da Guiné, parecem ter sido tão recentes. Mas o certo é que os seus protagonistas estão na casa dos 60/70 anos. Quem lê Braço Tatuado – Retalhos da Guerra Colonial, fá-lo sofregamente. E muito mais, para quem por lá esteve. Quer na Guiné, quer nas outras colónias, como eu próprio.
No palco dessa guerra, é preciso não esquecer, morreram 7.000 jovens, ceifados na flor da vida. Fizeram a guerra sob ordens, cumprindo um mandato estatal, que abarcava toda a comunidade. Morreram a título definitivo e hoje em dia, sepultados no silêncio e na vergonha, olham-nos com os olhos mortos, incapazes de compreender que são também eles incómodos aos políticos, às instituições, aos esquemas da vida quotidiana. O mal deles foi combater e morrer, o mal deles foi obedecer, o mal deles foi dizer sim a uma caterva de poltrões que só então sabiam sacudir a água do capote. Hoje, essa geração de 40, precisamente aquela que muitos dos seus elementos foram os protagonistas da guerra de África, poderá considerar-se uma geração histórica, porque se envolveu em feitos vários que mudaram a vida das gentes de hoje, num autêntico projecto de geração.
Prestar a homenagem devida àqueles que morreram é uma obrigação. É de toda a justiça lembrar os milhares de mancebos que por lá passaram e transpor para os tempos de hoje, já que a juventude de agora quase nada sabe dos referidos eventos. De uma justiça flagrante.E é o que Cristóvão de Aguiar, magistralmente, faz.
Bem-hajas, portanto, pelo feito que fazes. Constitui um desiderato franco e generoso.

f63coutoalves@hotmail.com

A palavra do leitor

terça-feira, 25 de março de 2008

JOSÉ CARLOS LAGES: CRÍTICA PRELIMINAR AO LIVRO "RELAÇÃO DE BORDO" 1964-1988, DE CRISTÓVÃO DE AGUIAR.

Estou a terminar o Relação de Bordo. Fui surpreendido pelo seu conteúdo. Não imaginava que era um diário intimista do teu pai que dia-a-dia apontou pensamentos, vivências, etc. Ficamos com a sensação que conhecemos o autor e que ele é mais um familiar ou amigo cuja vida fomos acompanhando. Surpreende!

Quando terminar a sua leitura farei um destaque do livro no Capeia Arraiana.

E meto desde já uma cunha para fazer uma entrevista a Mestre Cristóvão de Aguiar...
JCL

segunda-feira, 24 de março de 2008

24 - CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA - 2008

Sinceramente, perante estes factos, não consigo vislumbrar qualquer razão de Direito em que a Câmara Municipal de Coimbra se possa ancorar para a manutenção indevida desta ilegalidade aberta ao público, decorridos 19 meses das denúncias formais.




INCRÍVEL

INSÓLITO

ILEGAL


C M C - 2008

URBANISMO DE COIMBRA

Valha-me Santo António, em terras da Rainha Santa...

domingo, 23 de março de 2008

23 - CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA - 2008.

CLIQUE EM 23 PARA CONHECER EM PORMENOR.
COIMBRA É UMA LIÇÃO ...

INCRÍVEL
INSÓLITO
ILEGAL

C M C - 2008

URBANISMO DE COIMBRA

A entrada do stand/sucateira ilegal ente os postes de iluminação que deviam ser públicos, ocupando, também, a servidão de passagem ao posto da EDP.
Elevação do solo da cota dominante, em zona de cheia e impermeabilização.
CABOVISÃO INSTALADA NESTA SUCATEIRA.
CONSTRUÇÃO EM TERRENOS DAS ESTRADAS DE PORTUGAL.
TUDO ISTO A 3oo METROS DA ESTAÇÃO FERROVIARIA COIMBRA B.

quinta-feira, 20 de março de 2008

22 - COIMBRA /CÂMARA / STAND ILEGAL. DAS DUAS UMA: OU VEM A CÂMARA COM A POLÍCIA ACABAR COM AQUELA ILEGALIDADE OU TEM DE IR A POLÍCIA À CÂMARA

CLIQUE NO TÍTULO, EM CIMA, PARA CONHECER EM PORMENOR ESTE CASO
Parece-me evidente, perante os factos descritos e documentados...

Ou estarei equivocado?





SEJA SOLIDÁRIO, MANIFESTE A SUA INDIGNAÇÃO EM:

geral@cm-coimbra.pt

OBRIGADO.

22- PERIGO CMC / STAND ILEGAL. NEM IMAGINAM COMO LAMENTO TRAZER A ENXÚRDIA DA MINHA QUERIDA CIDADE DE COIMBRA PARA A PRAÇA PÚBLICA.

CLICAR TÍTULO PARA VER ILEGALIDADES DA CMC.
TODOS OS DIAS A CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA TEM RECEBIDO EMAILS ENVIADOS POR MIM PRÓPRIO E POR OUTRAS PESSOAS SOLIDÁRIAS COM ESTA TENTATIVA DE REPOSIÇÃO DA LEGALIDADE, QUE DESENVOLVO HÁ 19 MESES.

ALGUNS FACTOS:
1- "Stand", depósito ilegal de automóveis legalmente inexistente.
2- Instalado em "terreno para construção"
3- Ausência de qualquer licenciamento, quer de edificação, quer de actividade comercial.
4- Cabovisão instalada e licenciada, no interior deste "terreno", nestas circunstâncias pela, Câmara Municipal de Coimbra.
5-Desvio clandestino de águas pluviais, em zona de cheia, provenientes o IC2, com manilhamento, sobreposição de terras e asfalto.
6-Não foi instaurado qualquer processo de contra-ordenação aos infractores.
7- Edificação implantada em zona de estrada, quer a nascente - IC2, quer a poente - Câmara Municipal de Coimbra.
8- Elevação do solo em 1,5m e sua total impermeabilização com asfalto em zona de cheia.
9- Remoção de terras, terraplanagem e depósito de entulhos no talude de segurança do IC2.
10- Tudo isto foi e é possível numa zona movimentadíssima da cidade de Coimbra - Estação Velha / Coimbra-B.
11- Atentado ambiental, urbanístico, à segurança, à lei em vigor, aos cidadãos lesados, à cidade e aos munícipes em geral.
(CONTINUA)

SEJA SOLIDÁRIO, MANIFESTE A SUA INDIGNAÇÃO EM:

geral@cm-coimbra.pt

OBRIGADO.

21-Câmara Municipal de Coimbra: ESTÁ COMPROMETIDA COM A CABOVISÃO, QUE LICENCIOU EM ZONA DE ESTRADA, DENTRO DESTE STAND ILEGAL. A CONFRONTAR COM O IC2

NÃO SÃO ATOARDAS, INFELIZMENTE É MUITO SÉRIO.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ACHOU ISTO TUDO NORMAL, NÃO TENDO VISLUMBRADO QUALQUER ILÍCITO CRIMINAL ...














Perante este despacho, como é que o Stand ILEGAL ainda permanece aberto ao público?
Como é que as participações destes factos, decorridos 19 meses, só se consubstanciaram, pasme-se, num simples pedido de licenciamento para edificação, ao qual foram apensadas as denúncias?




















TUDO ISTO NUM "TERRENO" EM QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA NÃO PODE IGNORAR QUE LICENCIOU INDEVIDAMENTE A CABOVISÃO. AINDA ASSIM SOLICITA, NO DESPACHO, AO PROPRIETÁRIO??? QUE ESTE ESCLAREÇA A SITUAÇÃO?????

O COMPROMETIMENTO DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA, COM OS PREVARICADORES, É TÃO GRANDE E GRAVE, QUE NEM SE DIGNOU A ACUSAR A RECEPÇÃO DE UMA QUEIXA APRESENTADA PELA COIMBRA CONDOMINUS EM REPRESENTAÇÃO DO CONDOMÍNIO LESADO, EM OUTUBRO DE 2007.

SE A CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA TIVESSE CUMPRIDO A LEI, TERIA ENCERRADO DE IMEDIATO AQUELE DEPÓSITO ILEGAL DE AUTOMÓVEIS E SUCATAS, INDEPENDENTEMENTE DA DEMOLIÇÃO QUE FINGE TER INTENÇÃO DE EXECUTAR.

NÓS PAGAMOS CONTRIBUIÇÃO AUTÁRQUICA, AO CONTRÁRIO DOS SENHORES PROPRIETÁRIOS QUE AGORA DEFENDEM, POIS A SITUAÇÃO CONTRIBUTIVA E FISCAL DO STAND ILEGAL É A DE "UM TERRENO PARA CONSTRUÇÃO".

NÓS TEMOS O DIREITO DE NÃO TER ESTA ABERRAÇÃO À PORTA DE CASA E COMPETE À CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA POR COBRO A ESTA SITUAÇÃO.

sexta-feira, 14 de março de 2008

18 - CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA CONTINUA A IGNORAR QUEIXAS DOS MORADORES E NÃO CUMPRE A LEI. AFRONTANDO "GRATUITAMENTE?" MUNÍCIPES LESADOS.

CLICAR TÍTULO PARA VER IMAGENS VIRTUAL EARTH
Decorrido mais de um ano do douto despacho que propôs fundamentadamente a demolição desta edificação e depósito de automóveis ilegal. Permanece inalterada a situação?
EVIDÊNCIA:
_ CURRUPÇÃO NO URBANISMO DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA.

MP NÃO QUIS INVESTIGAR?
ARQUIVOU?

CRIME:
_DIGO EU... SENHOR PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA: MANDE INVESTIGAR. ISTO É CORRUPÇÃO.
O MP (DIAP DE COIMBRA) ARQUIVOU O PROCESSO REMETENDO O DENUNCIANTE, PARA OS MEIOS PROCESSUAIS AO SEU DISPOR, OU SEJA, PARA A ABERTURA DE INSTRUÇÃO, CUJO PAGAMENTO, € 380,00, NÃO ESTÁ PARA SUPORTAR, NEM TAL LHE PODE SER EXIGIDO, UMA VEZ QUE ESTÁ EM CAUSA A PROSSECUÇÃO DO INTERRESSE PÚBLICO.
A CABOVISÂO ESTÁ LICENCIADA EM COIMBRA PELA CMC DENTRO DE UM STAND "( DEPÓSITO ILEGAL DE AUTOMÓVEIS )"
DESTES FACTOS,DEVIDAMENTE DENUNCIADOS E PARTICIPADOS, O DIAP DE COIMBRA NÃO CONHECEU QUALQUER ILÍCITO CRIMINAL?

PARA MIM, QUE NÃO POSSO DESPENDER, QUATRO UNIDADES DE CONTA PROCESSUAIS -CERCA DE € 380,00 (trezentos e oitenta euros)- PARA ME CONSTITUIR ASSISTENTE NO PROCESSO E REQUERER A ABERTURA DE INSTRUÇÃO, NUM CRIME, EVIDENTE, QUE DENUNCIEI E QUE É PÚBLICO... AQUI EXORTO O PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA, PARA QUE CONHEÇA ESTA FUNDADA DENÚNCIA, QUE EVIDENCIA MAIS UM CASO FLAGRANTE DE CORRUPÇÃO AUTÁRQUICA - O MINISTÉRIO PÚBLICO SUSTENTOU O ARQUIVAMENTO DO PROCESSO DE FORMA NO MÍNIMO CURIOSA COM CONTRADIÇÔES QUE SÃO, NO MEU FUNDADO ENTENDIMENTO JURÍDICO , sem falsas modéstias_ EU SOU ADVOGADO_, INSANÁVEIS - E QUE URGE INVESTIGAR.

SÓ POSSO TESTEMUNHAR QUE ISTO É MESMO À DESCARADA!

JÁ NÃO HÁ RESPEITO, NEM TEMOR...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Coimbra, 23 de Abril de 1975. Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo (1964-1988), página 164.

Coimbra, 23 de Abril de 1975.
" Há poucos dias, durante a homilia da missa dominical na igreja de uma freguesia rural das cercanias, o padre falou aos seus paroquianos sobre as próximas eleições para a Assembleia Constituinte. Lançou mão da parábola para melhor se fazer compreender e disse-lhes:

-"Meus caros irmãos em Cristo: suponhamos que um de vós é dono de uma vaca leiteira; se ganhar o socialismo, fica o irmão com a vaca, mas tem que dar o leite a esse partido; se ganhar o comunismo, fica sem a vaca e sem o leite..." "

Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo (1964-1988), página 164, Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/CMP - 2000 (ESGOTADO)

Coimbra, 13 de Março de 1975. In Relação de Bordo (1964-1988) de Cristóvão de Aguiar.

Coimbra, 13 de Março de 1975
" A Imprensa Regional tem funcionado como um sismógrafo que, em vez de registar os abalos, tivesse o condão de os prever. Tem, na verdade, acusado com uma acuidade de vidente, as mais leves variações deste tempo político cada vez mais sísmico. Sempre que qualquer coisa esquisita anda no ar, logo as colunas de certos jornais se contorcem, imitando certos animais que lançam uivos agoirentos antes da tempestade se esborralhar sobre a terra. Será que essa imprensa prevê os acontecimentos mais relevantes, dando-se ao luxo de não seguir a reboque deles? Creio que não. Fareja-os apenas, porque alguns lhes são familiares. E ninguém melhor conhece as reacções da família do que os membros da dita. Mas não há dúvida de que certos melros de bico amarelo dessa imprensa têm de vez em quando acessos orquestrados que fazem reflectir, porque prenunciadores de borrasca eminente."


Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo (1964-1988), páginas 162/163, Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/CMP - 2000 (ESGOTADO)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Coimbra, 12 de Março de 1975. In Relação de Bordo (1964-1988) de Cristóvão de Aguiar.

Coimbra, 12 de Março de 1975
" Durante a noite foi um tal nacionalizar. Algumas estavam mesmo a ser pedidas, mas, no total, acho que foi uma resposta demasiado extremista, porque precipitada, à intentona de ontem, mas, se calhar, não havia alternativa, devido ao estado a que isto chegou."


Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo (1964-1988), página 162, Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/CMP - 2000 (ESGOTADO)

terça-feira, 11 de março de 2008

Coimbra, 11 de Março de 1975. In Relação de Bordo (1964-1988) de Cristóvão de Aguiar.

Coimbra, 11 de Março de 1975-
" Desta vez não foi inventona, não senhor. Houve um morto e tudo, o soldado Luís, que pertencia ao Ralis mas a tragédia podia ter sido maior - estivemos à beira da guerra civil, com militares contra militares e uma onda de boatos de meter medo. Depois de tudo, foi a fuga do General Spínola para fora do País. Falhou-lhe o golpe e ala que se faz tarde. Desde que abandonou a Presidência da República, no final de Setembro passado, não parou de conspirar. Era dos que via comunistas por todo o lado, até na sopa. Qual será agora a cena do próximo capítulo? "


Cristóvão de Aguiar, in Relação de Bordo (1964-1988), página 162, Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/CMP - 2000 (ESGOTADO)

domingo, 9 de março de 2008

BRAÇO TATUADO, CRÍTICA DE JOÃO TUNES, ROMANCE DO ANTES A GUERRA APODRECER

CLICAR TÍTULO PARA VER ARTIGO INTEGRAL
aqui o referi quando estava em meia-leitura, mas o romance recentemente publicado da autoria de Cristóvão de Aguiar (Braço Tatuado), agora com fruição completa e digerida, justifica que retome a meditação partilhada sobre ele.

[…] Literariamente apreciado, o pequeno romance de Cristóvão de Aguiar constitui um prosar de primeira água. A escrita do autor ilhéu, em que as raízes açorianas parecem sair em cada ramo de escrita, aliando-se a uma leitura cristalina de absorção da realidade guineense no ambiente bélico imposto, com a sua hierarquia própria nas escalas dos medos, do falar, do erotizar, do guerrear, do gerir as regras castrenses mal adaptadas à vivência miliciana, no cenário de um povo enxertado na guerra com armas e a morte nas mãos, é segura e de mestre no domínio da escrita e da sugestão. Assim, além do tema, o livro vale literariamente por si, como excelente romance que é.O livro de Cristóvão de Aguiar reflecte a perspectiva do oficial miliciano que foi à guerra levando na bagagem a politização adquirida nas lutas estudantis (no caso dele, no início da década de 60 na Universidade de Coimbra) e que fizeram, para muitos, Salazar “cair da cadeira” antes do trambolhão que fisicamente lhe foi fatal. Assim, só podia ser fruto de um olhar a guerra, não segundo os padrões da mobilização que ali o levaram, mas segundo o paradoxo, por tantos partilhado, de se fazer a guerra pelo lado errado. E, em literatura, os paradoxos, enriquecendo personagens e situações, germinando absurdos, são, normalmente (assim haja talento), um excelente filão para o desfiar literário. Cristóvão de Aguiar deu muito bom uso a esta boa boleia de inspiração.[...] Literatura da melhor, o romance de Cristóvão de Aguiar é, também, um contributo precioso à recomposição das memórias, sendo uma ponte entre gerações que deviam estar fartas de que tantos silêncios sejam pontos brancos na comunicação sobre o valor da democracia e que comporta, como aferição, a ideia precisa sobre os tempos em que a ditadura colonial fardava as suas gentes para que a estupidez triunfasse aos tiros e à morteirada.

João Tunes in blogue Água Lisa. 04-03-2008
http://agualisa6.blogs.sapo.pt/1131654.html

"BRAÇO TATUADO" CORREIO DA MANHÃ ENTREVISTA DE CRISTÓVÃO DE AGUIAR À REVISTA DOMINGO. 09-03-2008

CLICAR NAS IMAGENS PARA AS AMPLIAR



































sábado, 8 de março de 2008

SANTO ANTÓNIO, por Mestre Eugénio Macedo, OITAVO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO, COIMBRA - 1996.

17- CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA. ESPERO, SINCERAMENTE, QUE ESTE "STAND ILEGAL" NÃO SEJA MAIS UM VISÍVEL SINAL DE CORRUPÇÃO AUTÁRQUICA DA MINHA CIDADE

Mas lá que parece, parece... Esperemos mais uns dias.
VEJA-SE A EVIDENTE EDIFICAÇÃO EM ZONA DE ESTRADA, QUER A NASCENTE, QUER A POENTE.
COMO É POSSÍVEL ISTO ACONTECER NO SEC XXI, NA CIDADE DE COIMBRA?
A CMC, ALÉM DE NÃO TER IMPEDIDO A CONSTRUÇÃO DESTE DEPÓSITO DE VIATRAS E SUCATAS, COMO DECORRE DAS SUAS ATRIBUIÇÕES, NÃO REPÕE A LEGALIDADE COMO LHE COMPETE?

sexta-feira, 7 de março de 2008

1.º DIA DO CLUBE ACADÉMICO DE COIMBRA 1976. AZULEJO, DA CERÂMICA ESTACO.

16- COIMBRA CANDIDATA A PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO? COM ESTES EXEMPLOS...?



















CABOVISÃO INSTALADA E LICENCIADA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA DENTRO DESTA ILEGAL ABERRAÇÃO URBANÍSTICA. CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA TEM SUSTENTADO E PROTEGIDO FORMALMENTE ESTA SITUAÇÃO, EM PREJUÍZO DE TODA A COMUNIDADE E DA LEI.

quinta-feira, 6 de março de 2008

15- URBANISMO / ESCANDALOSO: CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA. CLICAR TÍTULO PARA VER ALGUMAS ILEGALIDADES.

















VEJA-SE A ELEVAÇÃO DO SOLO EM ZONA DE CHEIA.
AUSÊNCIA DE PASSEIO PARA PEÕES.
AUSÊNCIA DE ESTACIONAMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS.
AUSÊNCIA DE QUAISQUER OBRAS DE URBANIZAÇÃO.
DESVIO ILEGAL DE ÁGUAS PLUVIAIS.
TOTAL DESENQUADRAMENTO DO ALINHAMENTO DOMINANTE.
AUSÊNCIA DE QUALQUER LICENCIAMENTO MUNICIPAL.
A CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA TEM CONHECIMENTO FORMAL DESTES FACTOS DESDE AGOSTO DE 2006 E AINDA NÃO INSTAUROU QUALQUER PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO.
CABOVISÃO INSTALADA E LICENCIADA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA DENTRO DESTA ILEGAL ABERRAÇÃO URBANÍSTICA.

quarta-feira, 5 de março de 2008

domingo, 2 de março de 2008

"BRAÇO TATUADO", crítica literária de Beja Santos in semanário "O Ribatejo" 08-02-2008.

CLICAR NO TÍTULO PARA LER ARTIGO INTEGRAL DE BEJA SANTOS

[...] " Cristóvão de Aguiar combateu na Guiné entre 1965-1967. É um momento crucial em que o PAIGC começa a demolir e a rechaçar as posições no leste e norte da Guiné, cultivando e ocupando territórios onde as tropas portuguesas nem sempre podiam ir e quando iam era por curta permanência. "Braço Tatuado, Retalhos da Guerra Colonial" (Publicações Dom Quixote, 2008) é um relato poderoso de quem está a fazer a guerra na região este, acima de Bafatá.

O relato dos horrores da guerra: executar um inimigo que serviu de guia e depois escrever no relatório que foi abatido por tentativa de fuga no teatro de operações. Guerra significa também misteriosas relações de poder: ameaças de punição, desautorização, desacreditação. Os soldados podem chamar-se Barrancos, Vila Velha, Cartaxo, Pombal. O capitão chama-se Carvalho e o alferes Mendonça. Pelo nome se conhece a classe e a hierarquia. Fazem-se patrulhamentos, batidas, emboscadas e golpes de mão. Há feridos em combate e acidentados em combate. Temos depois as alquimias dos relatórios, é nessa prosa que um desastre se torna num retumbante feito militar.

Cristóvão de Aguiar fala em Mário Soares, um célebre comerciante português de Pirada que, produto das circunstâncias, tem bom relacionamento com os guerrilheiros. É através de Soares que se dão e obtêm informações. Temos depois os comportamentos bizarros, os actos de heroísmo, as manhas, os oportunismos, o autor deambula pela guerra, satiriza, caustica, observa costumes, pega nos pontos altos e obscuros da alma humana, nas cartas que não chegam, na solidão, na perda do autodomínio, na bebedeira, no inesperado suicídio. Sete anos depois a guerra acaba.

Narrativas como a de Cristóvão Aguiar lembram-nos que há feridas que se mantêm abertas. Virá o dia em que todos estes apontamentos e testemunhos serão tomados em conta como episódios de uma História de Portugal ainda desvanecida. Até lá, bons testemunhos e bons escritos como o de Cristóvão de Aguiar precisam de ser reconhecidos pelos seus contemporâneos como textos de sofrimento que as novas gerações precisam de conhecer. Em Portugal e em África, pois claro."

In semanário O Ribatejo, por Beja Santos

"Braço Tatuado", de Cristóvão de Aguiar, crítica literária de Gonçalo Mira, in Orgia Literária. 28.2.2008

CLICAR TÍTULO PARA VER ORGIA LITERÁRIA
por Gonçalo Mira.
"Braço Tatuado tem um subtítulo que é, ao mesmo tempo, uma descrição da obra: Retalhos da Guerra Colonial. Este romance de Cristóvão de Aguiar, agora publicado numa nova versão pela Dom Quixote, havia sido publicado como parte do livro Ciclone de Setembro de 1985 e depois como romance independente, já com este título, em 1990. O autor esteve, entre 1965 e 1967, na Guiné, onde viveu experiências que serviram de matéria-prima para este romance.

A guerra colonial é vista frequentemente como um absurdo, como algo que não fez sentido. Pelo menos é essa a imagem que passa dos relatos de muitos ex-combatentes. Eram homens perdidos, que não sabiam porque estavam ali nem para quê. Braço Tatuado não foge a esta visão da guerra. Contudo, será bastante mais interessante analisar esta constância do ponto de vista do estudo sobre a guerra do que do ponto de vista do estudo sobre a literatura. O que é realmente importante não é o facto de as obras terem a mesma visão, mas sim que os combatentes tenham a mesma visão. Serve isto para defender o romance de acusações de falta de originalidade. Não é isso que está em causa aqui. Primeiro, porque todos os documentos sobre a guerra (ou qualquer outro acontecimento histórico) são importantes, se forem bem feitos – o que é o caso – e nunca os há que cheguem. Segundo, porque existe, de facto, originalidade nesta obra. Existe originalidade no tom, na forma como são contados os acontecimentos, no tratamento do tempo, no tratamento da linguagem.

Ao longo do romance, vamos acompanhando os episódios mais marcantes da companhia 666, narrados na primeira pessoa pelo alferes Mendonça. Estes retratos da guerra, ou retalhos como sugere o título, não espelham outra coisa que não o já falado absurdo. Não só o absurdo de quem foi chamado para uma guerra que não queria fazer, mas também o absurdo de quem olha à distância: neste caso, nós leitores. O mérito não está em fazer-nos sentir o que os soldados sentiam, até porque isso seria, provavelmente, impossível. O mérito é o de nos fazer ver o absurdo sem dizer que é absurdo. O próprio leitor cria as suas legendas para aquelas imagens, mesmo sem perceber as personagens. E uma vez mais, isto não deve ser entendido como uma crítica à obra. Não perceber as personagens é uma incapacidade do leitor que nunca viveu uma situação minimamente semelhante àquela. É uma incapacidade perfeitamente legítima. A maioria dos leitores encontra-se nesta situação: são espectadores atentos de algo que não conseguem compreender. E se numa leitura mais superficial poderia parecer absurdo admirar algo que não se compreende, com um pouco de reflexão e predisposição, tal facto é perfeitamente aceitável. Há certas coisas que nunca compreenderemos. É inevitável. Nenhum ser humano poderá saber e compreender tudo. Mas isso não deve impedir ninguém de admirar. Essa é a grande vantagem da arte."

por Gonçalo Mira

14- Câmara Municipal de Coimbra, DEMOLIÇÃO DE STAND ILEGAL PRAZO: 90 DIAS) Despacho de 28-02-2007. Não deixe de consultar a secção Urbanismo da CMC.

CLICAR NAS IMAGENS PARA AS AMPLIAR











O douto despacho do Engenheiro Luís Godinho está a ser indevidamente protelado em detrimento dos munícipes cumpridores... Já passou um ano! BASTA!

Braço Tatuado, Jornal Público 28-02-2008.

CLICAR NA IMAGEM DA DIREITA PARA LER ARTIGO




Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006