sexta-feira, 2 de novembro de 2007

ESCLARECIMENTO SOBRE A AUTORIA DO LIVRO "MIGUEL TORGA, O LAVRADOR DAS LETRAS, UM PERCURSO PARTILHADO NO PRIMEIRO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO"

Eu, José Manuel de Aguiar, sou o autor deste livro.
Porque tive a ideia, a iniciativa e o trabalho de extrair tudo quanto é publicado, à excepção de umas pequenas correcções e pelo PREFÁCIO efectuados pelo autor formal do livro que é Cristóvão de Aguiar.
A motivação da realização deste livro deveu-se ao facto de eu ter constatado que Cristóvão de Aguiar não foi sequer convidado no âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Miguel Torga promovidas pela Câmara Municipal de Coimbra, que atribuiu pela segunda vez o Prémio Literário Miguel Torga Cidade de Coimbra ao referido autor este ano.
Como os estimados visitantes deste blogue já puderam constatar Cristóvão de Aguiar, um dos expoentes máximos da literatura portuguesa, segundo o Professor Aníbal Pinto de Castro e outros literatos muito mais entendidos do que eu, foi acintosamente excluído das respectivas comemorações.
Sendo que, eu, sem falsa modéstia, sou o mais profundo conhecedor e admirador da obra de Cristóvão de Aguiar e sabendo que este tem na sua obra diarística, e não só, inúmeras peças literárias sobre Miguel Torga, entendi por bem reuni-las num livro, que deveria ser da minha autoria, uma vez que fui eu que tive a ideia e o trabalho de o realizar. Mas não, como os santos da casa não fazem milagres e como não consigo obter o respeito que me seria devido pelo meu Pai. Não só ele é autor do livro, como também aceitou que pessoas totalmente alheias ao mesmo se pronunciassem, com acolhimento por parte do autor formal do livro, quanto ao título do mesmo.
Passo a explicar:
Quando concebi e idealizei o livro, foi com o intuito de dar a conhecer ao público em geral os belos textos sobre Miguel Torga que Cristóvão de Aguiar tinha escrito na sua obra e demonstrar à saciedade a brutal injustiça que este "escritor maldito" estava a ser vítima. Se bem o pensei, melhor o fiz, deitei mãos à obra, durante as minhas férias, compilei todos os textos da obra enviei para os jornais de Letras e outros que decidiram entrevistar Cristóvão de Aguiar, no ambito das comemorações do centenário. Cristóvão passou de excluído a protagonista do centenário do nascimento de Miguel Torga... Vide intróito da semana comemorativa do centenário promovida pelo Correio da Manhã e pelo Jornal de Letras, Artes e Ideias, Campeão das Províncias, todos de Agosto de 2007.
Quando acabei o livro pensei chamar-lhe aquilo que ele é: "Miguel Torga na Obra de Cristóvão de Aguiar". Tout Court.
No entanto, como ainda não consegui obter o respeito do meu Pai, não só ele é o autor do livro, como também, o título escolhido é enganoso e não reflecte de forma alguma o que lá está escrito e o que presidiu à sua concepção.
Vejamos:
O livro intitula-se "Miguel Torga O Lavrador das Letras, um Percurso Partilhado, no centenário do seu nascimento"
Este título foi sugerido pela tradutora de Miguel Torga para a língua espanhola, a saber Professora Eloísa Alvarez, tudo com o meu veemente protesto. Não só porque engana o leitor, como também porque pode demonstrar arrogância de Cristóvão de Aguiar em ter a veleidade de afirmar, ele próprio, que tem um percurso partilhado com o grande Miguel Torga.
Este título estaria correcto se o livro fosse da autoria de Eloísa Alvarez que sendo conhecedora da obra de Miguel Torga o poderia afirmar, se essa é a sua opinião, mas nunca deveria ter sugerido tal título a Cristóvão de Aguiar, nem muito menos este o deveria ter aceitado com o agravante desta professora não ter tido sequer a curiosidade de ler o livro. Um livro com 83 páginas, muito fácil de traduzir para a língua espanhola, da qual essa professora é especialista...
Concluindo, o título deste livro é enganoso e foi sugerido e aceite pelo "Autor" por uma pessoa que não teve a curiosidade, sequer, de ler o livro e que eu, pessoalmente, só lhe reconheço competência para o traduzir.
Aqui fica a verdade, doa a quem doer!

Ainda assim, recomendo o livro, com estas ressalvas, porque é mesmo bom senão não o teria feito.

José Manuel Gomes Dias de Aguiar

PS: Pergunta: Se eu resolvesse fazer um livro sobre por exemplo: "Fernando Vale na obra de Miguel Torga"
Quem era o autor do livro? Era Miguel Torga?
Penso que não!

16 comentários:

Anónimo disse...

Desta vez não foi o lapa que escreveu. Foi o Dr. José Manuel Dias de Aguiar.
Pela primeira vez assumi neste blogue o meu verdadeiro nome e tal como afirmei: Doa a quem doer!

rui disse...

Olá José Aguiar

Admiro a tua coragem!
E, estou de acordo contigo.
"Um Homem deve fazer tudo para ser respeitado e onde não for respeitado que seja temido."

Bom fim-de-semana
Abraço

Lúcia disse...

isto é difícil de comentar.
Parece-me que grande parte da culpa do sucedido é tua. Aceitaste a publicação com o nome de outrém, pelas razões que entendi e agora tens que te sujeitar a vontades que não são as tuas.
É claro que deverias ser respeitado pela ideia e pelo trabalho de recolha que tiveste e a última palavra deveria ser tua, seja para o título da obra seja para outra coisa qualquer.
Leio a tua amargura tristeza com o teu pai e penso que já discutiram esses assuntos e pelo que parece, perdeste a tua batalha.
Aceita isso como uma lição, por muito que te custe.
Injustiças, infelizmente há muitas e temos que viver e aprender com elas.
Ergueste aqui a voz e pela parte que me toca, se comprar o livro, não me esquecerei que o trabalho foi todo teu, apesar de o teu nome lá não constar.
Vejo também que a apresentação no Porto vai ser a um sábado. Não vou cá estar, de contrário iria lá.
Espero não ter feito aqui uma trapalhada e que me tenhas entendido.
Tens a minha compreensão, Zé Manel.

Xantipa disse...

Respondendo à pergunta que deixou no meu blogue: a autoria é sua.
Mas ao ter permitido o nome de outrem (mesmo sendo seu pai), perdeu o direito sobre a obra.
Não leve a mal, pois quem sou eu para falar de direito com um advogado?
Concordo com o que disse a Lúcia.
E tem a minha solidariedade, malgré tout.
Um abraço.

augustoM disse...

Antes de responder à sua pergunta, vou comentar o comentário do Rui.
“Um homem deve fazer tudo para ser respeitado e onde não for respeitado seja temido”
Um homem não deve esforçasse por ser respeitado, o respeito é uma consequência natural da admiração dos outros por nós. O respeito não é um predicado seu, é um predicado de outrem, que só a ele diz respeito e no qual não devemos interferir.
A alternativa “temido” determina a superlatividade que se quer dar ao “respeitado”, dando-lhe o sentido de “imposição”. Um suma, o reconhecimento por parte dos outros, aquém Platão, na República, chamou de Thymos, para fundamentar o apetite político.
Quanto à pergunta, concordo consigo, Não, caso contrário será sempre vedada a autoria aquém quiser falar de outrem, quando utiliza de forma demonstrativa, os textos da autoria desse outrem.
Um abraço.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá José Aguiar ( Lapa ).
Sinto muito que algúem não goste da verdade.
Mas, eu sou por ela acima de tudo.
Parabéns.
Beijinhos,
Fernandinha

david santos disse...

Amigo, eu não concordo, nem um pouquinho, com esta frase:

"Um Homem deve fazer tudo para ser respeitado e onde não for respeitado que seja temido."

Um homem é respeitado, naturalmente; e nunca deve ser temido, infinitamente.

Quanto ao caso que aqui apresenta, baseado no que descreve, quero-lhe dizer que tem todo o meu apoio. Mas atenção! O comércio dos livros, ainda que muitas pessoas pensem o contrário, está ao mesmo nível das autarquias e do futebol, nem mais...

Abraços

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá para o Cristovão Aguiar e José Aguiar, mantenho o que disse atrás...
Eu sou pela verdade acima de tudo.
Não tenho elementos que me permitam dizer, quem tem razão neste caso.
Peço desculpa aos dois se os ofendi.
Beijos,
Fernandinha

Sol da meia noite disse...

Obrigada pela visita.

Pois convém sempre esclarecer estas situações...
*

Gi disse...

José Manuel Dias de Aguiar

Uma situação complicada que urge esclarecer, seja como fôr em grande parte foi criada por ti , tens que ter tacto para a resolver. Não concordo muito com a tua frase, também sou pela verdade acima de tudo e não gosto de comentar só para fazer jeito ou agardar ao dono do espaço. Não é a minha postura. O respeito é uma coisa que se adquire, não se chega lá pela força. Aliás é assim que se reconhece um líder. os homens seguem-nos, porqu eo respeitam e não porque o temem. Na vida é a mesma coisa. Esclarece e resolve, por certo "do outro lado" haverá alguém que também não se sente à vontade com a situação... e a falar é que a gente se entende.

Um beijo para ti

Mustafa Şenalp disse...

çok güzel bir site.

Anónimo disse...

Agradeço a todos os comentários.
josé Manuel

Toze disse...

O Autor do livro, seria então:

Fernando Miguel Vale de Torga

Tenho dito...

Rui Caetano disse...

Não deixar passar, urge esclarecer o problema.

redonda disse...

Li esta pergunta noutro blog e por isso vim até aqui. Desconhecia o livro e a polémica. Agora já fiquei a perceber.

Anónimo disse...

ze manel de direito sabe o doutor, da vida nem eu sei, que posso dizer é seu pai zé, penso que tem razão doutor. VIESTE ao meu filho esperei pela tua vinda...vieste vestido de LIBERDADE...trazendo talvez um vento novo...VIESTE e é esta a tua herança... do papá muito querido vivo de afectos e pelos afectos,uma lágrima teimosa, sabor a sal. _o livro é seu e o pai tambem_ o carteiro_

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006