segunda-feira, 27 de agosto de 2007

CRISTÓVÃO DE AGUIAR: VOTO DE CONGRATULAÇÃO, proposto em 27-06-2006 pelo PS na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.








VOTO
Legislatura VIII
Nº Entrada 2026
Data entrada 27-06-2006
Titulo Voto de Congratulação
Autores • PS
Assunto Atribuição do Prémio Miguel Torga ao escritor açoriano Cristovão de Aguiar.
Data apre. em plenário 27-06-2006
Resultado Aprovado por unanimidade

Voto de Congratulação: "Prémio Literário Miguel Torga"

Na passada semana recebemos a notícia, Cristóvão de Aguiar ganhou o Prémio Literário Miguel Torga – Cidade de Coimbra 2006 com o livro “A Tabuada do Tempo”. Esta é a segunda vez que o escritor da ilha de São Miguel, cidadão açoriano, é galardoado com este prémio bienal, isto porque já em 2002, o havia ganho com a obra “Transfega”. Cristóvão de Aguiar é licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O seu primeiro livro foi lançado em 1965, pouco tempo antes de prestar serviço militar na Guerra Colonial na Guiné. Ao longo da sua carreira escreveu várias obras de poesia e prosa, tendo recebido os prémios Ricardo Malheiros da Academia de Ciências de Lisboa e o Grande Prémio da Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores. Em 2001, foi agraciado pelo então presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique; em 2005 foi homenageado pela Faculdade de Letras em conjunto com a Reitoria da Universidade de Coimbra, que publicaram o livro: “Homenagem a Cristóvão de Aguiar- 40 anos de vida literária”. Há pouco tempo e, nesta Assembleia, onde todos os dias, também, celebramos a nossa língua portuguesa, o autor Cristóvão de Aguiar foi referido; tendo-se esta mesma Assembleia congratulado pela passagem de 40 anos da sua vida literária. Na altura, relembro aqui, dissemo-lo: “Passageiro em Trânsito de Raiz Comovida”. Hoje, repetimo-lo, não sem antes, reafirmar também, que a sua “Relação de Bordo” com as palavras, os lugares e as pessoas, porque próxima e mais que chegada ao coração, é a prova de que Cristóvão de Aguiar respeita e usa como ninguém a Língua Portuguesa, dignificando-a. Assim soubéssemos todos: picar a pedra das palavras, de modo a torná-las grandes como as ribeiras. Cristóvão de Aguiar é condutor de uma “epopeia sem reis”, tal como escreveu “Aos Poetas”, Miguel Torga, rogando-lhes que fossem:
“ (…) homens de tamanho natural!/ Homens de toda a terra sem fronteiras!/ De todos os feitios e maneiras,/ Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!/Crias de Adão e Eva verdadeiras!/ Homens da torre de Babel!/ Homens do dia a dia/ Que levantem paredes de ilusão!/ Homens de pés no chão,/ Que se calcem de sonho e de poesia/ Pela graça infantil da vossa mão!”
Ao abrigo das disposições legais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista propõe que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, reunida em Sessão Plenária, no dia 27 de Junho, emita um voto de congratulação ao escritor Açoriano pela atribuição do Prémio Miguel Torga, Cidade de Coimbra 2006. Horta, Sala das Sessões, 27 de Junho de 2006

Mariana Matos
JS no Parlamento Quarta-feira, Junho 28, 2006

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Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006