terça-feira, 25 de agosto de 2009

Eugénio Macedo conquista com muito mérito a capa do jornal Nova Guarda, de 19 de Agosto de 2009.






















Eugénio Macedo, esculpindo ao vivo, em plena Feira das Actividades Económicas de Figueira de Castelo Rodrigo, Agosto de 2009.


Ensaísta recordado em Barca D’AlvaUma escultura para homenagear Agostinho da Silva

Quem visitou a 12ª Feira das Actividades Económicas de Figueira de Castelo Rodrigo pode ver Eugénio Macedo a executar ao vivo a escultura de Agostinho da Silva, que irá ser colocada em Barca D’Alva, aldeia onde o filósofo, poeta e ensaísta português viveu alguns anos. O projecto é do Município de Figueira, que vai homenagear Agostinho da Silva com a instalação da escultura naquela localidade, onde, de resto, foi já descerrada uma placa comemorativa do centenário do seu nascimento, em 2006.

De um grande bloco de granito está a nascer uma escultura em homenagem a Agostinho da Silva, um grande pensador que viveu alguns anos em Barca D’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. A peça está a ser trabalhada por Eugénio Macedo, um artista multifacetado com trabalho reconhecido.

Trata-se de um projecto da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, que pretende prestar uma homenagem ao filósofo, colocando uma escultura de Agostinho da Silva em Barca D'Alva, onde, de resto, também já existe uma placa comemorativa do seu centenário, descerrada durante as comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro.
A escultura deve ficar pronta em breve, estando a sua inauguração prevista para antes das eleições Autárquicas de 11 de Outubro.

Segundo o artista, a escultura “tem tamanho real” e é esculpida em granito de Figueira. Para a criar, Eugénio Macedo não se serviu de qualquer maqueta ou molde. Este escultor de grandes dimensões e desafios faz a escultura de imediato no granito, acreditando num resultado “muito positivo”.

Neste momento, Eugénio Macedo está a executar, em simultâneo, uma outra escultura para Meimão, que deverá entregar no início de Setembro. Nesta localidade do concelho de Penamacor, a Junta de Freguesia pretende homenagear os emigrantes com uma escultura de três metros de altura, que tem estado a ser moldada por Eugénio Macedo.

Infância em Barca D’Alva

Nascido no Porto a 13 de Fevereiro de 1906, George Agostinho Baptista da Silva viveu os primeiros anos da sua vida em Barca D’Alva, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Estudou no Porto, onde se formou em Filologia Clássica, e, depois de passar pela Escola Normal Superior de Lisboa, foi para Paris, como bolseiro. Com 27 anos, regressou a Portugal para dar aulas no Liceu de Aveiro, onde esteve apenas dois anos, acabando por ser demitido por questões políticas. Esteve preso no Aljube (Lisboa) devido a polémicas com o Estado Novo e a Igreja Católica, optando por se exilar no Brasil, onde co-fundou as universidades federais de Paraíba, Santa Catarina e Brasília.

Agostinho da Silva morreu a 3 de Abril de 1994, em Lisboa, deixando uma vasta obra, que inclui textos pedagógicos, ensaios filosóficos, novelas, artigos, poemas, estudos sobre História e cultura e as suas reflexões sobre a religião. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Pode ser considerado um filósofo prático e empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade.

Por: Fátima Monteiro

2 comentários:

Carlos Rebola disse...

Amigo Lapa

Aqui deixo os meus votos de Bem-haja à Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, por esta homenagem a Agostinho da Silva, esculpida na rija pedra de granito pelo mestre Eugénio Macedo. Também é assim que se defende a nossa cultura e identidade, que Agostinho da Silva tão bem valorizou na sua obra escrita e oral. Agostinho da Silva marcou-me muito, pela sua personalidade forte e integral, Homem de enorme cultura e saberes, que era mestre apetrechar com ferramentas construtoras de liberdade e de muitas pontes entre os seu espírito livre e os meio que o rodeava.

Um abraço
Carlos Rebola

♥ KNITTING ART disse...

Great works and nice monuments !

Congratulations...

Have a nice weekend. Saludos, Mine

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006