quinta-feira, 29 de maio de 2008

Envolvidos 95 inspectores da Polícia Judiciária nas 52 buscas efectuadas ontem em Coimbra, Diário de Coimbra de 29-05-2008.










A Polícia Judiciária realizou ontem 52 buscas a domicílios, empresas, escritórios de advogados e entidades bancárias, no âmbito da investigação sobre a venda de dois imóveis dos CTT, anunciou ontem a Procuradoria Geral da República.
As diligências, informou uma nota da PGR, foram «ordenadas em inquérito criminal titulado pela 9.o secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), com investigação a cargo da Direcção Central de Investigação e Combate ao Crime Económico e Fiscal (DCICCEF) da Polícia Judiciária» e surgiram «na sequência de buscas já efectuadas» a 5 de Março último.
A acção de ontem «teve por objectivo o apuramento de actos relativos à administração dos CTT - Correios de Portugal SA do período de 2002/2005, mais concretamente a alienação de dois imóveis, um sedeado em Coimbra [na Avenida Fernão de Magalhães] e o outro em Lisboa».
Estiveram envolvidos nas buscas «nove juízes de Instrução Criminal, 14 procuradores, 95 inspectores da Polícia Judiciária, 12 peritos e seis representantes dos Conselhos Distritais da Ordem dos Advogados», adiantou a mesma nota da PGR.
Uma fonte policial contactada pela agência Lusa referiu que as buscas decorreram nas áreas de Coimbra, Lisboa, Porto e Madeira, e serviram «para recolher documentos que posteriormente serão analisados», não tendo mencionado a realização de detenções. A notícia das buscas foi avançada ontem pela edição online do Expresso.
A investigação está relacionada com a venda de dois imóveis dos Correios, ocorrida em 2003, e em causa estarão indícios de crimes na área da corrupção e da criminalidade económico-financeira, como participação económica em negócio e tráfico de influências.
Recorde-se que a 5 de Março deste ano seis inspectores da Direcção Central de Investigação à Corrupção e à Criminalidade Económico-Financeira da Polícia Judiciária estiveram durante todo o dia nos escritórios da Fernão Mendes Pinto SA, a empresa que detém a Unidade de Saúde de Coimbra, que teve um papel crucial no polémico negócio que envolveu a venda do edifício dos CTT na Baixa de Coimbra. Nessa altura, as buscas alargaram-se ainda a Montemor-o-
-Velho, nomeadamente à sede da Associação Fernão Mendes Pinto, e decorreram ainda em Lisboa, incidindo essencialmente em empresas mas também nalgumas residências.

2 comentários:

Anónimo disse...

E a questão da cabovisão, Câmara Municipal de Coimbra, Estradas de Portugal, na sucateira ilegal?

Mantém-se esquecido?

Parece-me um caso parecido e com o comprometimento de muito mais entidades e de outros tantos advogados...

Lapa disse...

Falta, pelo menos, apurar as negociatas da cobovisão, Estradas de Portugal e da Câmara Municipal de Coimbra no caso da sucateira ilegal que pernamece, descarada e impunemente, aberta ao público sem qualquer licenciamento, num terreno que tem uma inscrição originária, não proveniente de qualquer artigo, depois de uma expropriação por utilidade pública para construção do IC2...

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Eugénio Macedo - 1995

TANTO MAR

A Cristóvão de Aguiar, junto
do qual este poema começou a nascer.

Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra
com tanto mar
como a palavra Açores.

Manuel Alegre
Pico 27.07.2006